Castelo de Montemor-o-Novo
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Castelo de Montemor-o-Novo, Portugal. | ||
Construção | D. Sancho I (c. 1203) | |
Estilo | ||
Conservação | ||
Homologação (IPPAR) |
MN | |
Aberto ao público |
O Castelo de Montemor-o-Novo, no Alentejo, localiza-se na Freguesia de Nossa Senhora da Vila, Concelho de Montemor-o-Novo, Distrito de Évora, em Portugal.
Em posição dominante sobre o outeiro mais alto da região, o castelo abrigava originalmente em seus muros a povoação, que com o progresso, expandiu-se pela encosta a norte. Afirma-se que, neste castelo, Vasco da Gama ultimou os seus planos para a sua épica viagem à Índia.
Índice |
[editar] História
[editar] Antecedentes
A primitiva ocupação humana deste local remonta possivelmente a um castro pré-histórico romanizado, conforme os testemunhos arqueológicos abundantes na região. Neste ponto se encontravam as estradas romanas de Santarém e da foz do rio Tejo, seguindo, por Évora, até Mérida. O local teria sido, por esta razão, fortificado.
Séculos mais tarde, à época da ocupação Muçulmana da península, o nome de Al-Mansur permanece, na região, na toponímia da ribeira de Almançor. Alguns autores compreendem que aqui também existiu uma fortificação muçulmana.
[editar] O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, a povoação foi conquistada pelas forças portuguesas sob o comando de D. Sancho I (1185-1211). Visando o seu repovoamento e defesa, o soberano concedeu-lhe Carta de Foral em 1203. Acredita-se que o castelo medieval tenha se iniciado nesta fase.
À época de D. Dinis (1279-1325), foram encetadas grandes reformas nas defesas da povoação, entre as quais a construção da cerca da vila, concluída em 1365.
Estabelecida a Dinastia de Avis, o domínio de Montemor-o-Novo constituiu terça de senhorio do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Ao longo do século XV, o castelo sofreu obras de remodelação, trabalhos a cargo do Mestre de Pedraria, Afonso Mendes de Oliveira. Neste período, nos séculos XV e XVI, a vila alcançou a sua maior prosperidade, devido não só ao comércio regional, mas ainda ao fato de a Corte permanecer longos períodos em Évora, o que tornou a vila palco de acontecimentos como as Cortes de 1496, quando D. Manuel I (1495-1521) tomou a histórica decisão de proceder o descobrimento do caminho marítimo para a Índia. Este soberano concedeu Foral Novo à vila em 1503. Mais tarde, sob o reinado de D. Sebastião (1557-1578), foi-lhe concedido o título de Vila Notável (1563), considerando que era lugar antigo e de grande povoação.
[editar] Da Guerra da Restauração aos nossos dias
No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, o Conselho de Guerra de D. João IV (1640-1656), expediu ordem para a reedificação de suas defesas.
Quando do terramoto de 1755, encontrando-se o espaço intra-muros já bastante degradado, acredita-se que os efeitos do sismo contribuíram para acelerar o processo de decadência das defesas. Por essa razão, o conjunto foi objeto de reparos ainda no século XVIII.
Durante a Guerra Peninsular, a guarnição da antiga fortificação medieval resistiu às tropas napoleônicas sob o comando de Jean-Andoche Junot, travando-se combate junto à chamada Ponte de Lisboa (1808). Poucos anos mais tarde, quando das Guerras Liberais, aqui se concentrou o Estado-Maior das tropas liberais, sob o comando do marechal duque de Saldanha.
Já no século XX, em 1929 foram procedidos reparos em uma das torres, registrando-se o desabamento de paredes e troços de muralhas nos anos seguintes. Novas obras de reparação tiveram lugar entre 1937 e 1945, quando foram reconstruídos dois troços das muralhas desmoronadas e consolidado o pano junto à Porta da Vila.
O Castelo de Montemor-o-Novo, abrangendo as muralhas e os imóveis que se encontram dentro delas encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 5 de Janeiro de 1951. A intervenção do poder público português foi retomada na década de 1960, prosseguindo intermitentemente pela década de 1970 e de 1980. Neste último período, iniciaram-se as pesquisas arqueológicas que foram retomadas entre 1992 e 1993. Mais recentemente, procedeu-se a recuperação da chamada Torre da Má Hora.
[editar] Características
O monumento apresenta planta triangular irregular. O pano da muralha voltado a Norte, foi primitivamente rasgado por uma porta, hoje desaparecida, denominada como Porta de Évora. O acesso é feito atualmente pela chamada Porta da Vila, Porta de Santarém ou Porta Nova, a Norte, flanqueada pela chamada Torre do Relógio, de planta quadrada, com porta em arco quebrado. Externamente, adossa-se a Casa da Guarda, cuja entrada é ornada pelo brasão de armas de D. Manuel I. Internamente apresenta teto abobadado.
No troço Oeste das muralhas, rasga-se a chamada Porta do Bispo ou Porta do Anjo, ladeada por duas torres de planta quadrada.
A Leste, rasga-se a Porta de Santiago ou Porta do Sol, flanqueada pela Torre da Má Hora, de planta quadrada, rematada por ameias piramidais.
Na praça de armas do castelo abre-se a antiga cisterna e ergue-se a fachada do antigo Paço do Alcaide, hoje em ruínas. Ao abrigo da cerca da vila destacam-se a Igreja de São João Baptista, a Igreja de Santiago, o Convento de Nossa Senhora da Saudação e as ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo.
[editar] Ligações externas
- Castelo de Montemor-o-Novo (IPA / DGEMN)
- Instituto Português de Arqueologia
- Castelo de Montemor-o-Novo (Pesquisa de Património / IPPAR)