O Bandido da Luz Vermelha
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- Nota: Se procura o bandido que ficou conhecido com esse epíteto, consulte João Acácio Pereira da Costa.
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Brasil 1968 ı p&b ı 92min |
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Dire[c]ção | Rogério Sganzerla | |
Elenco | Paulo Vilaça Helena Ignez Luiz Linhares Sérgio Hingst |
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Roteiro/Guião | Rogério Sganzerla | |
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Género | policial | |
Idioma | português | |
IMDB |
O bandido da luz vermelha é um filme brasileiro de 1968, do gênero policial, dirigido por Rogério Sganzerla e baseado na vida do famoso criminoso João Acácio Pereira da Costa, o "Bandido da Luz Vermelha", é considerado o maior representante do cinema marginal.
Índice |
[editar] Sinopse
"Jorge", um assaltante de residências de São Paulo, apelidado pela imprensa de "Bandido da Luz Vermelha", desconcerta a polícia ao utilizar técnicas peculiares de ação. Sempre auxiliado por uma lanterna vermelha, ele possui as vítimas, tem longos diálogos com elas e protagoniza fugas ousadas para depois gastar o fruto do roubo de maneira extravagante.
Na cidade de Santos se apaixona pela musa "Janete Jane", conhece outros assaltantes, um político corrupto e acaba sendo traído. Perseguido e encurralado, encontra somente uma saída para sua carreira de crimes: o suicídio.
[editar] Elenco
- Paulo Vilaça .... Jorge, o bandido da luz vermelha
- Helena Ignez .... Janete Jane
- Sérgio Hingst .... homem rico
- Luiz Linhares .... delegado Cabeção
- Sônia Braga .... vítima
- Ítala Nandi
- Hélio Aguiar .... narrador
- Pagano Sobrinho .... J.B. da Silva
- Roberto Luna .... Lucho Gatico
- Sérgio Mamberti .... motorista de táxi
- Carlos Reichenbach .... gângster
- Renato Consorte .... apresentador de televisão
- Maurice Capovilla .... gângster
- Neville De Almeida
- Miriam Mehler .... vítima
[editar] O roteiro
O roteiro, de autoria do próprio diretor, é livremente baseado na história de João Acácio Pereira da Costa, bandido catarinense que, em 1967, atormentou a polícia paulista.
O roteiro de O bandido da luz vermelha denota uma familiaridade muito grande com a história contada, com a narração à maneira dos programas policiais de rádio. Ele é bastante minucioso ao mostrar os "anos de aprendizagem" do Luz, na apresentação do delegado Cabeção e nas exatas palavras do casal de locutores que comentam os acontecimentos da cidade em que é transformada São Paulo no filme.
[editar] Os créditos iniciais
Como a maioria dos filmes, O bandido da luz vermelha inicia com os créditos que indicam a produtora, o título, o diretor, os atores principais, entre outros. Os dados são fornecidos por um luminoso que faz desfilar as palavras diante da câmera. Ao apresentar o diretor, ao invés de "um filme de..." ou "dirigido por..." aparece "um filme de cinema de ...".
Após a aparição do nome do diretor nos créditos, entram os nomes dos atores, iniciando com o de Paulo Vilaça, intérprete do bandido. Concomitante ao aparecimento de seu nome, surge uma voz em off, que é a voz do "Bandido da Luz Vermelha", para um curto monólogo que inicia com: "Eu sei que fracassei". Finda a apresentação dos atores, o monólogo do bandido prossegue sobre a primeira seqüência: crianças miseráveis brincam num monte de lixo com armas, um plano geral da cidade de São Paulo, crianças assaltando uma favela, enquanto a voz do bandido fornece informações biográficas a seu respeito.
[editar] A locução radiofônica
Os atores que interpretam os locutores de rádio receberam instruções de Rogério e de Silvio Renoldi, responsável pela montagem do filme, para "carregar no tom debochado" de narração policial sensacionalista. Os locutores de rádio acompanham o filme e são ouvidos pelos espectadores, mas não pelos personagens. Eles falam como jograis, numa paródia de programa policial popular de rádio, com as informações dramatizadas pela ênfase das entonações.
[editar] Outros personagens do filme
Luis Linhares interpreta o "delegado Cabeção", ocupado com a morte e sobrevivendo dela. Sua trilha é paralela à do bandido. Acabam morrendo juntos, abraçados, e não há nisso qualquer ilação homossexual. O diretor não deixa por menos, presta-lhes uma homenagem, um coro fúnebre: o samba e o sangue.
Pagano Sobrinho, que interpreta "J.B. da Silva", é o político corrupto. Considerado oficialmente o cabeça da "Mão Negra", nada mais faz senão atender às exigências de tão alto encargo. Seu afilhado "Lucho Gatica", vivido por Roberto Luna, é um misto de brigão bem comportado e puxa-saco desabusado. A insinuante presença de Martin Bormann, o carrasco nazista que estaria vivendo na América Latina, evidencia os anseios da organização "Mão Negra".
Não faltam ainda o "melhor advogado do Brasil", um guarda-costas e "Chico Laço", o conhecido repórter de Itapecerica da Serra.
"Janete Jane" é a prostituta que leva o espectador a penetrar no íntimo do bandido. O amor é, na vida do bandido, o momento de descuido que irá ocasionar uma ruptura na rotina de sangue.
Além de todas as demais personagens, que são de muita importância, deve-se evidenciar a presença do disco voador, que aparece, providencialmente, para desviar as atenções do significado da morte de "Luz" e do fim da organização "Mão Negra" na vida nacional. Ele é o presente de grego oferecido ao povo.
[editar] O suicídio
Antes de chegar ao local no qual vai se matar, o bandido finge ter sido atingido por uma bala policial, levando a mão ao ombro pretensamente ferido e cambaleando às gargalhadas. Assim, ironiza a incompetência da polícia, que não conseguiu prendê-lo, nem conseguirá. Depois, um pouco adiante, envolve a cabeça e o torso com fios elétricos e, pisando numa grande chave elétrica (que inesperadamente encontra-se funcionando num monte de lixo na favela), morre eletrocutado.
O cadáver é descoberto por policiais displicentes que chamam o delegado, embora achem que esse indivíduo lamentável não pode ser o famoso bandido da luz vermelha. Chega o delegado, que inadvertidamente, pisa na mesma chave elétrica e morre estendido ao lado do bandido, pronunciando comicamente uma palavra dita no filme por um personagem: "Mamãe!".
[editar] Curiosidades
- Rogério Sganzerla tinha 22 anos quando realizou O bandido da luz vermelha.
[editar] Prêmios e indicações
Festival de Brasília 1968 (Brasil)
- Venceu nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Diretor, Melhor Montagem e Melhor Filme.