Tipos de estudo epidemiológico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
[editar] Tipos de estudo epidemiológicos
Na saúde existem tipos específicos de delineamento de estudos para estudar efeitos e diagnóstico que consideram e se adaptam a fatores especiais como problemas éticos e alto custo.
Diferentemente de outras ciências as investigações são feitas sobre a saúde das próprias pessoas, o que limita muito a aplicação dos tipos de estudo preferidos pelas demais áreas correlatas.
Nos estudos de fatores para cada tipo de situação pode ser possível intervir em um fator livremente, intervir condicionalmente, intervir igualmente ou não intervir. Nos estudos de diagnóstico pode ser permitido aplicar as tecnicas de diagnóstico, apenas uma ou nenhuma.
Todos esses parâmetros geram tipos de estudo típicos da saúde e com tipos de viés (erros sistemáticos) conhecidos, que são muito importantes para a avaliação crítica de um trabalho e sua importância.
[editar] Classificação
- Populacional (ecológico) / individual
Quando obtemos dados aglomerados, ou seja dados em que não sabemos as distribuições condicionais, classificamos um estudo como ecológico, do contrário como individual. Estudos ecológicos costumam estar relacionados a ações públicas em massa. Por exemplo: se temos o total de crianças com cárie antes e o total de ciranças com cárie depois do programa de educação sobre higiene nas escolas, não sabemos se houve diminuição do número de casos apenas pela ação pública e nem podemos resgatar o dado de uma criança específica (antes sem cárie e depois com, por exemplo). Temos apenas indicadores.
- Longitudinal / transversal
Estudos longitudinais são aqueles cujo objetivo é estudar o efeito de um ou mais fatores. Nestes estudos os dados estudados são coletados em dois momentos, no ponto inicial da exposição(o encontrado) e em um momento posterior. Estudos transversais têm como objetivos procurar rapidamente associações comuns entre fatores, o que é bom para a criação de métodos de diagnóstico rápido.
- Controlado / Não controlado
Em estudos longitudinais quando há formação de grupo para comparação - grupo controle - um estudo é classificado como controlado. Por exemplo, para saber o efeito atribuido a uma nova droga sobre uma doença ela é administrada diferentemente entre os grupos, mostrando que não houve diferença significante entre a evolução de quem a usou e de quem não a usou. Quando não há grupo para comparação a análise não existe, como nos relatos de caso, inquéritos populacionais, estudos de intervenção não controlados e estudos de incidência.
- Intervenção / Observação
Em estudos longitudinais controlados quando os fatores para um efeito estudado são impostos ou quantificados pelo pesquisador temos uma intervenção, caso contrário apenas um estudo de observação.
- Alocação aleatória / Alocação com critério de seleção
Quando em um estudo de longitudinal de intervenção controlado o critério de seleção para quem irá fazer parte de um ou outro grupo de intervenção diferente é feito ao acaso (por exemplo por sorteio) então dizemos que houve alocação aleatória. Caso contrário dizemos que houve critério de seleção que implica em [viés] de seleção.
- Seleção de acordo com o efeito ou de acordo com a exposição
Em estudos longitudinais observacionais controlados quando selecionamos os grupos de estudo com critério na exposição a um determinado fator podemos calcular a incidência dos diversos efeitos possíveis e analisar se eles são significantemente diferentes se não houver essa exposição, o que define os estudos de coorte. Quando investigamos a exposição no passado de determinados fatores em grupos com e sem o efeito estudado fazemos um estudo de casos e controles.
[editar] Ensaio clinico aleatorizado
São estudos individuais, longitudinais, de intervenção, controlados e com alocação aleatória.
São o padrão ouro (melhor tipo) dos estudos de fatores porque diminuem muito o efeito de variáveis de confusão e permitem padronização da qualidade e quantidade dos fatores, tornando os resultados mais seguros.
Eles também permitem o uso de técnicas extras como o mascaramento.
- O mascaramento do paciente é o uso de metodologias que impessam que os pacientes saibam se fazem parte de um ou outro grupo de intervenção.
- O mascaramento da intervenção é o uso de metodologias que impedem que a pessoa que está fazendo a intervenção saiba qual ela é.
- O mascaramento da análise é o uso de técnicas de codificação dos dados coletados para impedir que o responsável pela análise estatística crie tendências.
A intervenção pode ser paralela ou cruzada:
- Na paralela cada grupo é analisado duas vezes, uma antes e outra após a intervenção.
- Na cruzada é feita uma intervenção paralela seguida de um tempo de clareamento e depois de outra intervenção paralela com os grupos trocados.
São estudos típicos de efeitos cirurgias e de drogas.
As desvantagens do ECR são:
- Preço elevado;
- Necessidade de muita liberdade ética;
- Necessidade de rigor metodológico constante.
As vantagens do ECR são:
- Ser reconhecido como melhor tipo de estudo para fatores;
- Ser associado a muito pouco viés.
[editar] Ensaio clinico não aleatorizado
[editar] Intervenção não controlada
[editar] Estudo de coortes
Grupo de indivíduos acompanhado ao longo do tempo e que periodicamente é investigado por pesquisadores que vão agrupando dados sobre estas pessoas;•Também conhecidos como: •estudos de incidência (incidence);•longitudinais (longitudinal) ou •de seguimento (follow-up). Este delineamento é utilizado para problemas comuns, como doenças cardiovasculares, acidentes de trânsito, infecções, mortes etc.