Contrafatual
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Em metafísica e em lógica modal contrafatual é a situação ou evento que não aconteceu, mas poderia ter acontecido. (A situação ou evento que aconteceu é chamada de atual.) Se diz que o evento contrafatual faz parte de um mundo possível, enquanto o evento atual faz parte do mundo atual. Por exemplo, no mundo atual Aristóteles foi discípulo de Platão. Em vários mundos possíveis Aristóteles não é aluno de Platão, isto é: Aristóteles foi discípulo de Platão, mas poderia não ter sido.
Há metafísicas que aceitam contrafatuais e há metafísicas que não as aceitam. A metafísica de Spinoza, por exemplo, é necessitarista, o que significa que aceita como mundo possível apenas o mundo atual. Trata-se, pois, de uma espécie de atualismo. (Discussões acerca do necessitarismo têm impacto em discussões sobre ética, visto que a possibilidade da liberdade está em jogo.)
Saul Kripke utiliza experimentos mentais contrafatuais para estabelecer se um designador (um nome próprio ou uma descrição definida) é rígido ou não -- p.ex., em seus ataques ao descritivismo. Costuma-se defender que designadores rígidos preservam a referência em situações contrafatuais. Por exemplo, o nome próprio "Aristóteles" refere a Aristóteles, não importando se ele foi ou não aluno de Platão, e por isso é um designador rígido. A descrição definida "O discípulo mais famoso de Platão" refere a Aristóteles no mundo atual, e a alguma outra pessoa ou a nenhuma pessoa em outros mundos possíveis, e por isso não é um designador rígido.