Penápolis
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Município de Penápolis | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
[[Imagem:|250px|none|]] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
"" | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
Penápolis é um município brasileiro do estado de São Paulo. Pertence à Mesorregião de Araçatuba e à microrregião de Birigüi.
Índice |
[editar] História
A Região dos "Campos do Avanhandava" e do "Salto do Avanhandava" no médio Rio Tietê, quando da chegada dos primeiros pioneiros (brancos colonizadores), era habitada pelos índios Coroados (ou Kaingang ou ainda Caingangue) vindos do sul do Brasil.
O topônimo Ava - Nhandava significa: " O índio que fala o dialeto Nhandeva", por isso não se diz: "salto de", e, sim, se diz: "Salto do Avanhandava", e por isso se acredita que os nhandevas predominavam na região quando da chegada dos índios Coroados.
A primeira presença do Estado brasileiro na região foi, na década de 1860, por ocasião da Guerra do Paraguai, uma Colônia Militar (quartel, fortaleza), próxima ao Salto do Avanhandava, que recebeu a alcunha de Degredo.
Hoje, o salto, a colônia militar e a velha Usina Hidrelétrica de Avanhandava jazem no fundo da represa da Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava.
Inicialmente, próximo ao velho quartel já abandonado e ao Ribeirão do Lageado, se tentou formar, em 1883, pelos primeiros pioneiros, um Patrimônio, tendo como orago o "Nosso Senhor dos Passos". Este primeiro patrimônio não prosperou porque uma das famílias pioneiras, os Pintos, foi massacrada pelos índios em 1886.
O Patrimônio do Santa Cruz do Avanhandava surgiu, tempos depois, em terras compradas dos herdeiros da pioneira Maria Chica pelo empreendedor Coronel Manuel Bento da Cruz e em terras doadas em 1906, pelo Fazendeiro Eduardo José de Castilho.
Manuel Bento da Cruz e Eduardo Castilho doaram, para a formação do novo patrimônio, um lote de terras aos frades capuchinhos, e venderam as terras vizinhas, fracionando-as em pequenos lotes de terras, os sítios.
Assim, fundaram eles e os capuchinhos, o Patrimônio de Santa Cruz do Avanhandava, em 25 de outubro de 1908. Como marco do acontecimento, ergueram um cruzeiro em frente ao local onde, depois, se instalou o 1º Grupo Escolar de Penápolis.
Logo em seguida, em 2 de Dezembro de 1908, chegou ao novo povoado, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil que impulsionou o povoamento da região.
Os pioneiros encontraram seus maiores obstáculos nos ataques dos índios e na malária. Os índios só foram finalmente pacificados, em 1916, com a ação do Coronel Cândido Rondon, que, por isto, é homenageado dando seu nome a principal rodovia que corta a região da Estrada de Ferro NOB (Bauru até a divisa com o Mato Grosso do Sul).
Pouco restou da cultura dos índios Coroados. A cidade foi, porém, enriquecida por várias tradições européias e asiáticas, pois se estabeleceram em Penápolis imigrantes de vários países para trabalharem nas lavouras de café; Vieram também muitos migrantes de Minas Gerais, com tradição em engenhos de cana-de-açúcar, doces, queijos e o carro de boi.
[editar] História administrativa
Em 17 de Novembro de 1909, pela lei estadual 1.177, o Patrimônio do Santa Cruz do Avanhandava é elevado à condição de distrito de paz de São José do Rio Preto e passa a se chamar "Villa de Pennapolis", em homenagem ao recém-falecido presidente da República Afonso Pena, grande incentivador das ferrovias.
A "Villa de Pennapolis" foi desmembrada do município de Bauru e elevada à condição de município, em 22 de dezembro de 1913, pela Lei estadual 1397, passando a se chamar Município de Pennapolis.
A Câmara Municipal de Penápolis foi instalada em 11 de maio de 1914.
O município foi elevado à condição de comarca em 10 de outubro de 1917. A instalação da Comarca de Penápolis ocorreu a 27 de julho de 1918.
Hoje, a Comarca de Penápolis abrange os municípios de Penápolis, Glicério, Braúna, Alto Alegre, Avanhandava, Luiziânia e Barbosa.
O território original do município de Penápolis era muito grande, indo até o Rio Paraná, na fronteira com o atual Estado do Mato Grosso do Sul, mas este território foi muito reduzido com os seus sucessivos desmembramentos em novos municípios.
[editar] Igreja Católica e os Capuchinhos
O município pertence à Diocese de Lins e seu padroeiro é São Francisco de Assis, sendo a Igreja Matriz de Penápolis servida pelos frades capuchinhos. Criada a paróquia em 1909 com o nome de "Curato do Santa Cruz do Avanhandava". Paróquia grande que foi desmembrada inúmeras vezes.
É considerada a fundação de Penápolis, a realização de uma primeira missa em 25 de Outubro de 1908 pelos frades capuchinhos da Igreja Católica, os quais, assim que chegaram a Penápolis fundaram uma Escola que foi a única da cidade até 1913.
[editar] Penápolis de antigamente
O penapolense, esperando seu Centenário em 2008, não esquece as histórias de pioneiros. Muitos deles chegando de carro de boi de Uberaba e ficando semanas em barracas no Acampamento dos Pioneiros até se construir uma casinha no sítio recém comprado que ainda era puro mato. O sr. Tarcísio da Livraria Católica relembrando o seu pai, um pioneiro, carreteiro, que "puxava" sal e gêneros alimentícios em carro-de-boi entre Penápolis e Franca. Os pioneiros, recebendo em 1958, com muito orgulho, no Cinqüentenário de Penápolis, o título de cidadão honorário penapolense.
Penápolis não esquece a antiga Estação de Trem, o antigo Campo da Aviação com seus "teco-tecos", os "CAP-4 Paulistinha", paraquedistas, a Esquadrilha da Fumaça com seus gloriosos aviões T-6, o saudoso "Correio Aéreo Nacional". O Syndicato Condor decolando seus aviões alemães para o Mato Grosso. Os passeios no Salto do Avanhandava que, nas palavras da Carmita Ahmad, o salto: "Serpenteia em meneios coleantes, em alvéo de pedras, rumoreja a caudal de espumas borbulhantes do Tietê em fina benfazeja"..
Os banhos e as pescarias no Ribeirão do Lageado, a dureza da política dos anos 1920 e o assassinato do Luís Osório. As ruas descalças e pacatas. A antiga Escola Mixta Municipal do Lageado do Professor Altino Vaz de Mello. As crianças recebendo o diploma do 1º Grupo Escolar. A Carmita de Mello Ahmad, filha do Professor Altino, lendo todos os livros que apareciam na cidade e escrevendo suas poesias sobre Penápolis e sobre São Francisco de Assis. A Pepita Rodrigues, de porta em porta, vendendo tomate.
Os comícios do Doutor Adhemar Pereira de Barros em frente ao Mercado Municipal: -“Penapolenses de Penápolis"!, assim começava o velho Adhemar os seus discursos. Estadista Adhemar que, junto com o Lucas Nogueira Garcez, construiu a velha e saudosa Usina Hidrelétrica de Avanhandava. A Cora Coralina vendendo mudas de árvores para a cidade toda e sua Casa de Retalhos. Em uma época em que era raro ver uma mulher comerciante, Cora Coralina lutava, nas ruas e no jornal "O Pennapolense", pela instalação de uma Associação Comercial na cidade.
O Mário Sabino, político e médico, atendendo pobres e ricos com carinho. O lendário Quinca Monteiro com seu chapéu de aba larga. As elegantes alunas voltando do Instituto de Educação com seus uniformes de camisa branca e saia azul-marinho com pregas. O Luís Leme orgulhoso de seu antepassado Fernão Dias mas sempre reclamando que tiraram o "Leme" do Fernão Dias Pais Leme, e mostrando a todos, a espada ganhada do D. Pedro II, nos velhos tempos da Colônia Militar.
A primeira casa de Penápolis, toda de madeira, doada, pelo Coronel Manoel Bento da Cruz, aos frades Capuchinhos, da qual, uma antiga moradora, a poetiza Carmita Ahmad dizia: "Casinha velha.. Você relembra A história de nosso passado Que não será esquecido e foi glorificado... Nos tempos primordiais, Seu teto abrigou nossos ancestrais... Você foi templo, escola e residência... A tradição sua forma conservou... É símbolo e foi berço. Onde originou a nossa civilização".
O apito da locomotiva Baldwin "Maria-Fumaça". Os trens lotados de imigrantes rumando para sabe-se lá onde. O homem do trem, percorrendo os vagões da velha Noroeste do Brasil, gritando: -"Olha o sanduíche!, quem vai querer?!. As jardineiras (ônibus de antigamente), vagarosas e empoeiradas, chegando de São José do Rio Preto.
O velho cemitério do tempo dos índios. Os pracinhas da FEB. A sósia de Elis Regina. O "Cidade contra Cidade" e a "Miss Penápolis" no programa Sílvio Santos. Os bons tempos do time de futebol da cidade o "CAP". O jornal semanal "Comarca de Penápolis" do Raul Casasco, que circulou por 40 anos (1937-1977).
As 50 charretes de aluguel (táxi) e os amáveis charreteiros em frente à antiga Estação Rodoviária. A Maria 21. A Dona Maria Chica. A despedida concorrida e emocionada do Manoel Bento da Cruz. O leiteiro da carrocinha, deixando leite de casa em casa. O primeiro arranha-céu: O Edifício Adilha, sinal de progresso.
Penápolis não esquece as disputas eleitorais entre o Nagib Sabino e o Edson Jeirassati. As visitas do Bispo de Lins que reuniam multidões, as irmãs e irmãos do Apostolado da Oração e da Venerável Ordem Terceira Franciscana Secular.
O Frei Thiago e os capuchinhos. As festas do padroeiro no Largo da Matriz. O engenho de açúcar artesanal. Os carros de boi levando toras de madeira para as serrarias e as carroças puxadas por burros levando café para a velha Estação de trem.
Coisas e pessoas que fizeram de Penápolis um lugar muito amado e inesquecível.
[editar] Filhos e moradores ilustres
São filhos de Penápolis: O Bispo da Igreja Armênia de São Paulo, Dom Vartan Waldir Boghossian; Walter Bernardes Nory, secretário de transportes do Governo Orestes Quércia; O cantor, compositor e arranjador Iso Fischer;O Dr. Renè Adolfo Fink, grande médico de nossa cidade, até hoje lembrado por seus pacientes; A poetisa e historiadora Carmita de Mello Ahmad; O pintor com a boca e os pés Jadir Raymundo; A escultora Marly Salum; O compositor e cantor Francisco Gottardi (o Sulino), da dupla caipira "Sulino & Marrueiro"; O desenhista e ilustrador Rogério Vilela; A apresentadora e modelo Sabrina Sato Rahal; O artista plástico José Maurício de Almeida (o Caxeta); O grafiteiro Edvaldo Luiz Alvares - (O Vado do Cachimbo). O Euclides Marques, da dupla de Choro "Euclides e Luizinho 7 Cordas". Nasceu em Penápolis em a 11 de dezembro de 1959, a escritora, contista e poetisa Vera Vilela.
A atriz Pepita Rodrigues, espanhola, veio, na infância, para Penápolis. A poetisa Cora Coralina viveu vários anos em Penápolis. O Bispo aposentado da Diocese de Duque de Caxias e ex- coordenador do Programa Fome Zero, Dom Mauro Morelli, natural de Avanhandava, também morou em Penápolis.
Não podemos nos esquecer também do admirável Pé de Mola, o B12(que inclusive foi candidato a vereador), Pio Gomes em suas "aparições" na rádio AtivaFM.
A cidade abriga a "Orquestra Penapolense de Música de Raíz", que divulga a música caipira.
[editar] Geografia
[editar] Demografia
Dados do Censo - 2000
População Total: 54.635
- Urbana: 50.620
- Rural: 4.015
- Homens: 26.691
- Mulheres: 27.944
Densidade demográfica (hab./km²): 77,11
Mortalidade infantil até 1 ano (por mil): 15,07
Expectativa de vida (anos): 71,65
Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,01
Taxa de Alfabetização: 92,48%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,810
- IDH-M Renda: 0,756
- IDH-M Longevidade: 0,777
- IDH-M Educação: 0,897
(Fonte: IPEADATA)
A taxa de crescimento anual é de 1.26%, abaixo da média do estado – 1.50%.
Penápolis contava, em junho de 2006, com 41.823 eleitores, o que representa 0,149% dos eleitores do estado.
[editar] Hidrografia
[editar] Meios de transporte
- Aeroporto de Penápolis, (asfaltado).
- Hidrovia Paraná-Tietê, no rio Tietê.
- Ferrovia Novoeste S.A., (exclusiva para transporte de carga).
- Rodovia SP-300 Rodovia Marechal Rondon
- Rodovia SP-425 Rodovia Assis Chateaubriand
[editar] Economia
[editar] Fontes de renda e riqueza
No início de sua povoação floresceram a indústria extrativa e a madereira, as lavouras de café e de cana-de-açúcar, a pecuária de corte e o transporte de carga por carros-de-boi e por ferrovia. Mais tarde surgiu a indústria de laticínios.
Atualmente conta com uma agro-indústria canavieira, a pecuária, lavouras de café. Penápolis possui um distrito industrial e um comércio diversificado. Penápolis conta com abastecimento de gás natural canalizado desde 1997.
[editar] Ecologia
A região de Penápolis era inicialmente muito rica em fauna e flora com centenas de árvores frondosas à beira dos rios, e hoje, pouco disto restou. Predominando atualmente, na paisagem rural, a pecuária extensiva, a monocultura canavieira e pequenos rios e ribeirões açoreados e em processo de desaparecimento.
[editar] Turismo
As atrações turísticas de Penápolis e região são as praias às margens do Rio Tietê, museus, parques públicos, a primeira casa da cidade, represas e clubes de campo e a Exposição Nacional de Orquídeas em julho.
[editar] Orçamento
Em 2005, A Prefeitura de Penápolis teve uma receita de 52,78 milhões de reais e uma despesa total de 49,99 milhões de reais, gastando 15,87% da receita originária de impostos em educação e 25,59% em saúde.
[editar] Bibliografia
- BRANDAO , Gláucia Maria de Castilho Mucoucah - O Passado passado a limpo, Penápolis, 1991.
- IDEM, - Maria Chica - A Saga de uma Heroína, Araçatuba, 1996.
- GHIRARDELLO, Nilson - À Beira da linha, 2001, Edunesp, ISBN 8571393923
- MARTINS, Orentino - Manuel Bento da Cruz, Penápolis, 1968.
- MONBEIG, Pierre - Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo, Hucitec, 1983.
- TAHAN, Vicência Brêtas - Cora Coragem, Cora Poesia, global editora, 1989.
- VIEIRA, Valdemir - Noroeste do Brasil em trilhos e prosas, Campo Grande, 2002.