Reductio ad absurdum
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Reductio ad absurdum (forma latina para "redução ao absurdo",provavelmente originária do grego ἡ εις άτοπον απαγωγη (hi eis átopon apagogi),que significaria algo próximo a "redução ao impossível",expressão freqüentemente usada por Aristóteles),também conhecido como um argumento apagógico,reductio ad impossibile ou,ainda,prova por contradição,é um tipo de argumento lógico no qual alguém assume uma asserção para a causa de um argumento que deriva de uma conseqüência absurda ou ridícula,e então conclui que a suposição original deve estar errada,o que conduz a um resultado irracional.Se vale da lei de não-contradição:uma declaração não pode ser concomitantemente tanto verdadeira quanto falsa.Em alguns casos pode também fazer uso da lei do meio excludente:uma sentença deve ser igualmente verdadeira e falsa.
Na lógica formal, reductio ad absurdum é usado quando uma contradição formal pode ser derivada de uma premissa,o que permite que alguém possa concluir que a premissa é falsa.Se uma contradição é derivada de uma série de premissas,isso mostra que pelo menos uma das premissas é falsa,mas outros meios devem ser utilizados para determinar qual delas.
Reductio ad absurdum também é usado muitas vezes para descrever um argumento no qual uma conclusão é derivada de uma crença a qual todos(ou pelo menos aqueles que argumentam contrariamente) aceitarão como falsa ou absurda.No entanto,essa é uma forma débil de redução,uma vez que a decisão de rejeitar a premissa requer que a conclusão seja aceita como absurda.Embora uma contradição formal é por definição absurda (inaceitável),um argumento reductio ad absurdum simplório pode ser rejeitado simplesmente aceitando propositadamente a conclusão absurda,pois ela por si própria deixará transparecer o seu teor paradoxal.
Há uma concepção errônea comum de que o reductio ad absurdum simplesmente dentoa um "argumento bobo" e é por si somente uma falácia lógica.Contudo,isso não é correto;uma redução ao absurdo apropriadamente estruturada constitui um argumento válido.
Exemplos O diálogo a seguir é um exemplo de reductio ad absurdum:
A - Todas as crenças são de igual validade e não podem ser negadas. B - Se for esse o caso,então C está correto em sua crença, mesmo embora C acredite que algo que é considerado como errado pela maioria das pessoas, tal como a idéia de que a Terra é plana. A - Realmente. B - Então,nesse caso,algumas crenças podem sim ser negadas.
A seguir jaz uma redução astuta,mas trata-se de uma mais consistente do ponto de vista filosófico porque não depende da aceitação de A de que a opinião de C está errada:
A - Você deveria respeitar a crença de C,porque todas as crenças são de igual validade e não podem ser negadas. B - Eu recuso que todas as crenças sejam de igual validade. De acordo com sua declaração,essa minha crença (1) é válida,como todas as outras crenças. Contudo,sua afirmação também contradiz e invalida a minha,sendo exatamente o oposto dela.
Em cada caso dos exemplos supracitados,B usou uma redução ao absurdo para argumentar seu ponto de vista.O segundo exemplo é também uma versão do paradoxo do mentiroso.
Outro exemplo muito comum:
Mãe - Por que você começou a fumar? Filho - Todos os meus amigos fazem isso. Mãe - Está dizendo que se todos os seus amigos saltassem de um precipício,você o faria também?
Aqui,a mãe refuta a justificativa do filho evidenciando a absurdidade de suas conseqüências.
Um exemplo recente e bem conhecido de um reductio ad absurdum é a noção do Monstro de Espaguete Voador,de Bobby Henderson,usada para parodiar os esforços dos criacionistas e crentes no design inteligente,que pregam o ensino de tais teorias nas aulas de ciência,ao invés da teoria da evolução.Seu fundamento é que,dados os argumentos usados pelos criacionistas e apoiadores do design inteligente,sua teoria descompromissada considera um 'monstro de espaguete voador' como criador do mundo sendo uma alegação igualmente legítima para um lugar no currículo científico.Esse é um bom exemplo de uma forma débil de redução ao absurdo,uma vez que não evolve uma contradição formal.Alguém poderia alegar dizendo que o criacionismo e o "monstrismo-do-espaguete-voador"(ou "Pastarianismo") deveriam de fato ser considerados nas escolas,essa posição afrontaria a maior parte das pessoas como um absurdo(e essa é a intenção de Henderson),mas ela é,ao menos,internamente consistente.
Tentativas de construir um argumento reductio ad absurdum válido são algumas vezes vulneráveis a se degenerarem em falácias patéticas e/ou argumentos fugidios.Por exemplo:
A - Eu não acho que a polícia deveria prender adolescenter por possessão de pequenas quantidades de droga. B - Então,você basicamente está argumentando que a polícia não deveria não deveria manifestar a lei e que nós deveríamos viver em uma sociedade na qual pulula o caos.
O reductio ad absurdum também têm notável utilidade(porém,evidentemente,com uma abordagem completamente ímpar da filosófica) na matemática.