Revolta de Bar Kokhba

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Em 132 d.C., uma nova rebelião explodiu na Judéia. A Segunda Revolta Judia apanhou as autoridades romanas completamente de surpresa. O levantamento teve dois catalisadores. O imperador Adriano, primo e sucessor de Trajano, tinha promulgado um édito declarando a castração e circuncisão como crimes capitais. Ao mesmo tempo, ordenou que um templo de Júpiter fosse construído no local do antigo Templo de Jerusalém. Os dois actos incendiaram os judeus, que uma vez mais prosperavam na Judéia. Um novo líder judeu, Simon bar Kochba, considerado o Messias por alguns judeus, habilidosamente organizou seus seguidores em grupos de guerrilheiros e, por três anos e meio, perturbou os militares romanos. Parece que os homens da X Legião Fretensis foram apanhados de surpresa nas suas guarnições e emboscados, quando em marcha, nos primeiros estágios da revolta, sofrendo pesadas baixas. Após o sangrento levantamento inicial, o então procurador da Judéia, Tinnius Rufus, desesperadamente pediu reforços a seu superior em Antioquia, o governador da Síria. Mas mesmo as legiões que vieram marchando para a Judéia, em 132-133 d.C., lutaram contra a tática do "bater e correr". Foi preciso trazer mais reforços, que incluíram a VI Legião Ferrata, os "Couraçados". Cunhando moedas com seu nome e intitulando-se "Príncipe de Israel", Simon bar Kochba continuou a enviar os seus guerrilheiros dos seus fortes secretos para destruir os campos, antes de desaparecerem novamente. Comunidades de gentios desprotegidas, tais como as pessoas descendentes dos veteranos da XV Legião Apollinaris, que se tinham estabelecido em Emaús, em 71 d.C., eram dizimadas sem piedade. Roma considerou tal situação tão séria que o Palatium despachou o tenente-general Julius Severus da Bretanha, onde era governador, para liderar as forças romanas que lutavam contra os rebeldes na Judéia. O general Severus finalmente destruiu os bandos de guerrilheiros, usando a mesma tática que eles — dividiu suas legiões e alas de cavalaria em grupos de pequenas unidades móveis comandadas por tribunos e centuriões, grupos de reação rápida que podiam responder prontamente, sempre que chegasem relatórios de actividades de guerrilha em sua localidade. Muitos dos fortes rebeldes tinham sido engenhosamente construídos subterraneamente, tornando-os quase impossíveis de se localizar. Mas gradualmente, um a um, as legiões seguiram as suas pistas e destruíram-nos — 50 dos mais importantes esconderijos foram destruídos, segundo Cassius Dio, que também diz que 985 vilas judias foram destruídas na campanha e 580 mil judeus mortos pela espada, com muitos mais a morrer de fome. A guerra chegou ao fim em 135 d.C., quando o general Severus finalmente encurralou e capturou o próprio Simon bar Kochba em seu último esconderijo, em Bether, perto de Jerusalém. Essa Segunda Revolta Judia devastou a província. E selou o destino dos judeus na Judéia. Após o término da revolta, os judeus foram banidos de Jerusalém e em breve de toda a Judéia. Eles precisaram esperar 1.800 anos para retornar. Parece que a X Legião Fretensis sofreu muito durante a revolta, como aconteceu com as muitas unidades envolvidas nos 42 meses de guerra, que resultaram em tantas baixas romanas que o imperador Adriano omitiu o costumeiro "Eu e as legiões estamos bem" no início de sua carta de 135 d.C. ao Senado, na qual ele avisava que a revolta tinha finalmente terminado. Após a revolta, o Palatium aumentou sua força em sua estação da Judéia para duas legiões, permanentemente baseadas na província, para policiar as leis apertadas, que daquela altura em diante impedia que os judeus até pisassem quando estivessem no local onde existiu Jerusalém. A cidade recebeu o nome de Aelia Capitolina depois de 135 d.C., em honra de Adriano — Aelius era seu nome de família — e do principal deus romano, Júpiter Capitolino. Outro passo destinado a eliminar todas as lembranças da era judaica foi a mudança do nome da província para Síria Palestina. Mas o nome Judéia continuaria a ser usado coloquialmente, em vez de Palestina, e com o tempo se reafirmaria.