Tubarão (Santa Catarina)
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Município de Tubarão | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
"Cidade Azul" | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Tubarão é um município brasileiro do Sul do estado de Santa Catarina. Localiza-se a uma latitude 28º28'00" sul e a uma longitude 49º00'25" oeste, estando a uma altitude de 9 metros. Possui uma área de 300,273 km², e sua população estimada em 2006 era de 95.339 habitantes.
O nome da cidade deve-se ao rio Tubarão, que em tupi-guarani era chamado Tubá-Nharô[1], "pai feroz". Não se relaciona, portanto, ao peixe homônimo.
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[editar] História
Com a abertura do caminho entre Lages e Tubarão, por volta de 1773, iniciou-se o povoamento da cidade. O rio Tubarão era parte da rota Lages/Laguna, tendo como ponto de parada os portos do "Poço Fundo" e do "Poço Grande", ambos na região da atual Tubarão. Em agosto de 1774, duas sesmarias, situadas no atual perímetro urbano, foram doadas ao capitão João da Costa Moreira e ao sargento-mor Jacinto Jaques Nicós, marcando o início efetivo do povoamento. Em 1833 já existia o distrito de Poço Grande do Rio Tubarão e em 1836 foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Tubarão. Tubarão desmembrou-se de Laguna em maio de 1870. A imigração européia, a implantação da estrada-de-ferro Dona Thereza Christina e a criação da comarca de Tubarão, em 1875, foram responsáveis diretos pelo desenvolvimento econômico do município.
Em 1974, o município foi atingido por uma das maiores enchentes da história catarinense e também brasileira. Causou a morte de 199 pessoas e desalojou 60 mil dos 70 mil habitantes da cidade, na época. Historiando essa catástrofe, há o livro "Tubarão 1974 - Fatos e Relatos da Grande Enchente", do escritor catarinense César do Canto Machado, membro da Academia Desterrense de Letras, de Florianópolis.
[editar] Enchente
A grande enchente foi em 24 de Março de 1974. No dia 22, sexta-feira, as chuvas da tarde foram mais intensas nos costões da Serra, fazendo com que o rio aumentasse sensivelmente seu volume, alagando as áreas baixas. A vila Presidente Médici foi o primeiro bairro a ser atingido. No sábado, dia 23 a Prefeitura e o Corpo de Bombeiros haviam se mobilizado para socorrer a população dos bairros mais alagados . A cidade entrou em estado de alerta, sem pânico. A Rádio Tubá prestava serviço de informações, alertando a população de perigo e pedindo calma. As escolas dispensaram os alunos. Os campos já estavam submersos. À tarde a chuva caía forte e densa. Já havia muitos desabrigados. Várias pessoas estavam deixando suas casas e indo para lugares mais elevados, como por exemplo o morro da Catedral. Mas alguns moradores permaneceram em suas casas, sem acreditar muito que a água fosse além do que estavam vendo.
Uma multidão espreitava nas margens do rio que subia rapidamente. Por volta das 18 horas, a ponte pênsil foi tragada, a partir daquele momento as águas invadiram o centro comercial. O bairro Oficinas e a margem esquerda foram tomadas por água que variava de 20 centímetros a 1 metro. O comandante da época da 3º Cia. proibiu a Radio Tubá de dar notícias sobre a enchente alegando que a emissora estaria promovendo sensacionalismo, transmitindo pânico à população. Com isso a população ficou desorientada e desinformada.
No dia 24 de março os bairros continuavam alagados mas o nível do rio estava estabilizado. No fim da tarde a chuva voltou com a mesma intensidade da noite anterior. Na noite de domingo foi dramática para os moradores das áreas pouco inundadas, na noite de sábado, sentiram, repentinamente a água invadindo as suas casas e rapidamente crescendo com forte correnteza. Muitos dormiam e acordaram com os pés na água. Muitos subiram no forro da casa, e deste, para o telhado. Alguns na tentativa de se salvar morreram, e outros foram levados juntos com sua casa. Às 9 horas, apagaram-se as luzes, os telefones já estavam mudos. A cidade ficou sem comunicação, isolada. Ao clarear do dia de segunda-feira, a chuva continuava intensa, águas subindo e destruindo. Um único helicóptero fazia o trabalho de salvamento. Sobrevoava sobre as casas , cujos tetos apareciam, agitavam-se, desesperadamente, panos de todas as cores. As residências no morro da Catedral recebiam toda a espécie de flagelados em desespero. Não havia alimentos para todos, por isso aconteceu um saque ao Supermercado Angeloni. No Colégio Gallotti, um grupo de professores se organizou e se dirigiu ao vizinho supermercado Carradore (que não existe mais) e requisitaram alimentos para os refugiados daquele estabelecimento de ensino.
No dia 27 de março o sol despertou radiante. As águas do rio Tubarão começaram a baixar deixando atrás de si uma impressionante camada de lodo que variava de 30 centimetros a 1,20 metro. As ruas se apresentavam com enormes buracos, entulhados de lodo, madeiras e restos do material das casas demolidas. Entre as informações desencontradas, oficialmente são registradas 199 mortes.
[editar] Economia
Tubarão destaca-se na pecuária e na agricultura. É o segundo centro comercial do sul do estado, principalmente na área de cerâmica. Destaque também para o turismo, centrado em suas estâncias hidrominerais.
Tubarão é importante pólo comercial da região e foi durante muitos anos sede da EFDTC. (Em 1884, concluiu-se a Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, pioneira na então Província de Santa Catarina, com a extensão de 112 km, originária de uma concessão obtida pelo Visconde de Barbacena, com o objetivo de transportar o carvão de pedra das minas para o Porto de Imbituba). Atualmente a ferrovia não conta mais com a importância do passado, mas apresenta grande valor na cultura local. Em função dos anos em que era a principal forma de transporte da região, foi fundado um museu ferroviário que possui até locomotivas produzidas desde o século XIX.
[editar] Turismo
Tubarão tem uma excelente infra-estrutura urbana e seu potencial turístico concentra-se nas águas termais, canalizadas para confortáveis complexos hoteleiros. Pólo de integração da região, oferece passeios turísticos semanais nas locomotivas Maria-Fumaça pela ferrovia Teresa Christina, ligando as cidades de Imbituba, Laguna, Criciúma e Urussanga. O percurso liga estas cidades às praias, à subida da Serra do Rio do Rastro, aos monumentos históricos e às tradições das etnias que ajudaram a povoar a região. É mantida pela Rede Ferroviária Federal. A ferrovia, situada entre a serra e o mar, às margens do rio Tubarão, tem como um dos seus atrativos as inúmeras pontes. Conheça a Praça Dona Thereza Christina, inaugurada em 1884, por ocasião do Centenário da Ferrovia do mesmo nome, ou faça um passeio de barcaça pelo rio Tubarão, rumo à Laguna. O percurso, de 20 quilômetros, reproduz o antigo roteiro dos colonizadores.
[editar] Agricultura
Não houve, na região sul do Estado, um sistema de grandes plantações de monocultura, de produção voltada para o exterior, em grandes propriedades com elevado número de escravos, a exemplo do que aconteceu na Região Nordeste e Região Sudeste do Brasil. Em Tubarão, alguns abastados, residentes em Laguna, geralmente comerciantes, adquiriram as melhores áreas de terra. Estes usufruíram do fruto do trabalho dos arrendários. Acrescenta-se que, além do arrendatário, a outra parte da produção era executada por trabalho escravo, o que não aparece nos documentos oficiais.
Na ordens sucessiva dos colonizadores que se utilizavam da agricultura, o desenvolvimento dos pioneiros vicentistas foi inexpressivo devido ao seu contínuo deslocamento para o Rio Grande do Sul onde se envolveram com a pecuária.
Os açorianos não desenvolveram uma agricultura satisfatória. Isso se deve as suas origens e convivência e familiaridade com o mar eram atraídos a povoar as margens dos rios e das lagoas que formavam as únicas vias de comunicação, além do oceano.
Cita-se que, por volta de 1750, ouve uma tentativa de plantio de cânhamo e linho às margens do rio Tubarão, sem especifica o local, mas que foi abandonada a seguir.
[editar] Serviços
Tubarão é um polo comercial com mais de 1.700 lojas, e possui o maior shopping entre o eixo Porto Alegre - Florianópolis desde outubro de 2006, o Farol Shopping. [2] A cidade possui um amplo comércio que atendem vários municípios da região, e uma população de mais de 350 mil pessoas.
[editar] Geografia
Tubarão localiza-se no sul do estado de Santa Catarina, a 66 km de Criciúma e 133 km de Florianópolis. Algumas das cidades próximas são Gravatal, Treze de Maio, Jaguaruna, Pedras Grandes, Laguna, Capivari de Baixo, São Ludgero, Orleans.
A cidade é rica em belezas naturais. Há várias lagoas na cidade, entre elas a da Manteiga, da Garopaba, do Sul, do Camacho, da Gamboa Grande, do Lino e dos Paus. Conheça também as termas de Tubarão. Nas Termas do Rio do Pouso, a alguns minutos do centro da cidade, um hotel-fazenda oferece muitas opções de lazer e de práticas esportivas, além de piscinas de água mineral. Nas Termas da Guarda, entre a Serra do Mar e o Litoral, a água termal jorra à temperatura de 36ºC, canalizada em piscinas e banheiras.
[editar] Educação
Sendo Tubarão um polo de convergência de todas as vias de comunicação, motivou a formação de um centro estudantil que atendia uma clientela da região, que necessitasse frequentar cursos mais elevados. Na década de 1930 sobressaiam o Colégio São José (1895) e o Grupo Escolar Hercílio Luz (1920) , na década de 1940, o Ginásio Sagrado Coração de Jesus, depois Colégio Dehon e na década de 1950, a Escola Técnica do Comércio, cuja Congregação idealizou e implantou o ensino superior, origem da Unisul. Este quarteto, com modalidades específicas de ensino, atraia estudantes do sul catarinense, formando, assim, a base ativa e histórica para a criação e desenvolvimento de cursos de nível superior que iniciou pelo IMES em 1964, transformado em FESSC em 1967 e finalizando na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) em 1989.
[editar] Cultura
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[editar] Biblioteca Pública
No ano de 1898 são criados Biblioteca Pública e Arquivo Público, por iniciativa do visionário Superintendente João Cabral de Mello. Naquele ano, a biblioteca contava com um acervo de 312 volumes sobre assuntos diversos e estava sendo bem freqüentada. Em 1941, o prefeito Marcolino Martins Cabral, aproveitando decretou a criação da Biblioteca Olavo Bilac.
Instalada na sede da Prefeitura, teve também, vida itinerante. Passou por percalços e desleixos. Porém, sua maior perda ocorreu no ano de 1988, quando aconteceu um inconcebível ato de dilapidação do patrimônio público e cultural. Naquele ano, quando se localizava no alto da Estação Rodoviária, contratou-se uma bibliotecária formada que organizou a bibliotéca. No afã de modernizar o estabelecimento, atirou ao lixo aproximadamente 800 volumes mais antigos, preciosas edições de autores famosos, talvez obras remanescentes, adquiridas há 90 anos. Hoje a biblioteca está localizada no Centro de Cultura Municipal.
[editar] Casa da Cidade
Em pleno coração comercial da cidade encontramos a Casa da Cidade, um centro de cultura, local permanente de exposições de arte, cursos e palestras, além de outras atividades culturais. Apresenta uma arquitetura que lembra os casarios antigos e mostra a conservação pelo patrimônio histórico e resgate da população Tubaronense. Construção do século passado, a Casa da Cidade, restaurada em 1984. O velho casarão serviu de residência para coronéis e políticos. Abrigou a prefeitura, entre outros órgãos. Durante o Natal a Casa da Cidade transforma-se em Casa de Papai Noel.
[editar] Catedral
A primitiva igreja foi construída em 1832. Através do tempo foi sofrendo várias reformas e ampliações. Em 1887, o corpo da Igreja media 138 palmos (0,22 m) de comprimento e 74 de largura e 30 de altura (Relatório do Padre Cipriano Buonocore, 1887). Este monumento que representou a fé e o esforço comum de muitas gerações, símbolo material da religiosidade de seu povo, foi demolido em 1971.
A Diocese de Tubarão foi criada em 28 de dezembro de 1954, chegando assim o primeiro Bispo Dom Anselmo Pietrulla. A catedral está erguida no ponto mais alto da cidade. Ao seu lado está a "Torre da Gratidão", monumento em homenagem as pessoas que contribuíram com a reconstrução da cidade após a grande enchente de 1974. Com amplo espaço, construção arrojada e moderna, a catedral é uma visita obrigatória. Destacamos em anexo a gruta, a sede diocesana e a residência episcopascal, com uma praça ampla e uma visão belíssima da Cidade Azul. Na região, em cada bairro e em cada comunidade existem um grande número de igrejas e capelas que caracterizam a religiosidade destes habitantes. Destacamos a igreja matriz São José Operário em Oficinas.
[editar] Praça Teresa Cristina
A Praça Teresa Cristina foi inaugurada em 1984 em comemoração aos cem anos de fundação da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, construída pelos ingleses, localizada na Avenida Marcolino M. Cabral, a praça ostenta uma locomotiva Maria-Fumaça e um vagão de passageiros que serve como lanchonete..
[editar] Museus
Atualmente em Tubarão, podemos considerar que existem praticamente três museus, aqui você poderá conhecer um pouquinho de cada um deles:
- Walter Zumblick: localizado no Centro Cultural da Unisul, onde estão expostos objetos e artefatos da cultura indígena, encontrados nos sambaquis da região e outros utensílios, e animais pertencentes à fauna da região, este museu foi inaugurado em 30 de novembro de 1995 e funciona até hoje.
- Centro Municipal de Cultura: abriga o Museu Willy Zumblick, fotos, artigos e históricos de Tubarão e vários materiais de importância pública além de sediar paralelo a Biblioteca pública. O Centro Municipal de cultura é fruto do trabalho de entidades de classe, clubes de serviço, Poder Executivo e Legislativo do Município, realizando um antigo desejo da comunidade. A obra é um marco definitivo para resgatar a escola, promover e divulgar a arte e a cultura de nossa região. O edifício possui uma área de 1820 m² contempla uma arquitetura moderna e funcional composta das seguintes dependências: Galeria de exposições temporárias, Sala de trabalhos educativos, Ateliê de Pintura, Sala de vídeo e projeções. Bibliotéca especializada em artes Plásticas, Arquivo Histórico Municipal, Bibliotéca Pública Municipal, Galeria de Exposições, destinada a abrigar o acervo do artista plástico e pintor Willy Zumblick
- Museu Ferroviário: preserva a memória da ferrovia Dona Teresa Cristina – RFFSA - uma das únicas estradas do mundo a operar com máquinas a vapor até os dias de hoje.
[editar] Transportes
[editar] Acessos
A cidade tem um aeroporto particular de saibro - 1.100m x 40m - e conta também com o aeroporto público de Forquilhinha, distante 79km. Acesso rodoviário feito pela BR-101, para quem vem do sul ou do norte. Para quem vem do oeste, acesso pela BR-116 até Lages, seguindo pela BR-282 e SC-438.
[editar] Pontes
Como já dito Tubarão situa-se a margens do rio Tubarão, por sobre qual passam varias pontes de concreto, como:
- Nereu Ramos
- Heriberto Hülse
- Viaduto Juscelino Kubistcheck de Oliveira (Cavalcante)
- Dilney Chaves Cabral
- Orlando Francalacci
- Manuel Alves dos Santos
Além destas existe a ponte pênsil, em frente a Unisul e a ponte da estrada de ferro que liga Tubarão a Capivari de Baixo.
[editar] Avenidas e ruas principais
- Marcolino Martins Cabral
- Patrício Lima
- Pedro Zapellini
- Acácio Moreira
- Getúlio Vargas
- Lauro Müller
- Marechal Deodoro
- Altamiro Guimarães
- Coronel Cabral
- Coronel Collaço
- Expedicionário José Pedro Coelho
[editar] Acesso à praias
Através de Tubarão pode-se chegar a diversas praias. Seguindo a Avenida Marcolino Martins Cabral, em direção norte, por estrada asfaltada até os limites com Laguna, chegando-se ao Farol de Santa Marta, praia da Tereza, Ponta da Barra, Galheta e Camacho. Via bairro Congonhas, chega-se as mesmas praias. A estrada é de chão.
[editar] Região metropolitana
Tubarão é a cidade sede da Região Metropolitana de Tubarão, que junto com Gravatal e Capivari de Baixo formam o núcleo metropolitano. Existe ainda a área de expansão metropolitana, que compreende mais 15 municípios, formando uma região com mais de 345.665 habitantes.
[editar] Esporte
Durante muitos anos, Tubarão teve o domínio no futebol do Sul do estado de Santa Catarina, com destaque para o Hercílio Luz Futebol Clube, agremiação mais antiga da região, fundada a 22 de dezembro de 1918. O time colorado, conhecido por "Leão do Sul", conquistou por duas vezes o campeonato estadual (1957 e 1958) e foi a primeira agremiação barriga-verde a disputar uma competição nacional oficial da CBD, a Taça Brasil, em 1958.
Nos anos 40, o mesmo Hercílio veio a conhecer o seu maior rival, o Esporte Clube Ferroviário, este que se tornou o time do povo na Cidade Azul. O rubronegro "Ferrinho", como passou a ser chamado carinhosamente pela população tubaronense, também foi destaque estadual, conquistando o campeonato catarinense de 1970. Em 1995 deixam de existir o Hercílio e o Ferroviário para surgir o Tubarão Futebol Clube que, numa curta trajetória de 10 anos, nenhum título conquistou para a cidade.
Extinto, em 2005 deu lugar ao Clube Atlético Cidade Azul, agremiação que ainda está começando sua vida.