Afonso de Paiva
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Afonso Paiva (c. 1460 - c. 1490), nascido João Afonso de Aveiro, tornou-se explorador português a convite de D. João II para que fosse recolher informações do Oriente acerca das rotas comerciais e pontos de referência. Afonso de Paiva, que aprendera a falar árabe com os mercadores de Ceuta, e Pêro da Covilhã, que, entre outras experiências, fizera já duas expedições a Berbéria e já conhecia os costumes e o falar dos árabes.
Afonso de Paiva nasceu em Castelo Branco, filho de família honrada. Herdou o cargo de escrivão de sisas na sua comarca natal, e escrivão real da comunidade hebraica, actividade que o colocou em contacto com muita gente do Levante e lhe permitiu aprender o hebreu e o árabe[ ]. Participou na batalha de Toro ao lado do rei D. João II que lhe reconheceu os mérito s de bom escudeiro. Por nele confiar, escolhe-o para acompanhar Pêro da Covilhã na demanda pelo reino do Preste João e da Índia.
Em 7 de Maio de 1487 partiram estes dois novos emissários de Santarém, bem providos de dinheiro e com indicações dadas pelos cosmógrafos da Corte, acerca do itinerário a seguir. Lisboa, Valência, Barcelona, Nápoles e Rodes, foram etapas da primeira parte da viagem. Depois, disfarçados de mercadores, passaram a Alexandria, de onde seguiram para o Cairo, para o Suez e para a Arábia (Toro). Depois partiram para Adem, onde chegaram em 1488. Aqui se separaram, indo Pêro da Covilhã para a Índia e Afonso de Paiva para a Etiópia.
Afonso de Paiva não chegou a terminar a sua missão. Morreu antes que Pêro da Covilhã regressasse ao Cairo, depois de, durante um ano, ter percorrido a Índia e outras terras do Oriente. Voltando à costa de África, chegou a Sofala, de onde, por Adem e Tôro, regressou ao Cairo nos fins de 1490. D. João II veio a saber da morte de Afonso de Paiva por dois judeus que enviou.