Agronegócio
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Agronegócio (também chamado de agribusiness ou agrobusiness) é o conjunto de negócios relacionados à agricultura em grande escala, baseada no plantio ou criação de rebanhos em grandes extensões de terra. Estes negócios, via de regra, se fundamentam na propriedade latifundiária bem como na prática dos arrendamentos.
Costuma-se dividir o agronegócio em três partes. A de negócios agropecuários propriamente ditos (ou de "dentro da porteira") que representam os produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes produtores, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas).
Em segundo lugar, os negócios à montante (ou "da pré-porteira") aos da agropecuária, representados pela indústrias e comércios que fornecem insumos para os negócios agropecuários. Por exemplo, os fabricantes de fertizantes, defensivos químicos, maquinário de diversos portes (tratores, colheitadeiras, dentre outros), etc.
E, em terceiro lugar, estão os negócios à jusante dos negócios agropecuários. São os negócios "pós-porteira", aqueles negócios que compram os produtos agropecuários, os beneficiam, os transportam e os vendem para os consumidores finais. Por exemplo, os frigoríficos, as fábricas de fiação, tecelagem e de roupas, os curtumes e as fábricas de calçados, os supermercados e varejistas de alimentos etc.
Outra acepção de agronegócio é uma grande associação de negócios relacionados. Nos Estados Unidos da América o setor de agronegócio é legalmente autorizado a agir como uma única mentalidade. Hoje em dia cada vez mais grandes empresas estão associando a produção, o processamento, armazenamento e distribuição de produtos agropecuários. São conhecidos como integradores horizontais.
Uma outra acepção de agronegócio se refere a produtores rurais altamente tecnificados que utilizam técnicas de produção intensiva, como a mecanização e o uso de fertilizantes para aumentar a produtividade e a escala em contraposição aos produtores de menor capital e capacidade de investimento, que dependem de técnicas menos eficentes de produção. O resultado é a produção em massa de produtos e serviços. Além da transformação de certos produtos agrícolas em "carros chefe" de toda produção agrícola de uma determinada região, de modo que os pequenos e médios produtores se vêem com poucas possibilidades de diversificar sua produção, sob o risco de perder competitividade.
Devido à grande extensão de área cultivável necessária para obter os ganhos de escala, e a consequênte competitividade, o agronegócio impele a economia agrícola de uma grande região, ao redor de seus polos produtores. Assim o agronegócio tende à monocultura, a substituição das culturas agrícolas locais e a expulsão de boa parte dos pequenos produtores do campo.
O IBGE divulgou dados referentes a 2004 que mostram a importância do Agronegócio na economia brasileira:
- O Agronegócio respondeu por 34% do PIB nacional
- Foi responsável por 37% dos empregos
- Importou o equivalente a R$ 4,8 bilhões, e exportou R$ 39 bilhões.
- Dentro do saldo total do comércio exterior brasileiro (de R$ 36,6 bilhões), o saldo do agronegócio corresponde a 93% (ou R$ 34 bilhões). O restante da economia nacional responde por apenas 7% (R$ 2,6 bilhões).
- Nos anos de 2000 a 2005, o saldo das exportações do agronegócio cresceu 159%, em um crescimento médio de 21% ao ano.
ESSE TAL DE AGROBUSINESS
Apesar da consolidação do agrobusiness no Brasil como significativo gerador de renda, a estabilidade de alguns segmentos (extrativismo, etc) é ameaçada pela limitação das reservas naturais. Acrescentam-se ainda problemas alarmantes como o efeito estufa e o aquecimento global (norteadores do Protocolo de Kyoto).
Visando as próximas gerações o presidente da UNICA (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo) alerta: “O nosso compromisso com o futuro brasileiro exige investimentos na agroindústria e em fontes renováveis de energia”.
Há anos uma reserva vem sendo belicamente disputada entre várias nações: o petróleo. Com previsão de apenas duas décadas de vida as reservas de petróleo clamam por outra fonte e o planeta por uma alternativa de energia mais limpa, econômica e renovável.
Consciente da importância da substituição do petróleo por combustíveis de biomassa (álcool e óleos vegetais) um grupo de trabalho interministerial entrou em cena através do Decreto de 02.07.2003. Representantes de vários ministérios iniciaram pesquisas e o PROBIODIESEL (Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico de Biodiesel) foi instituído.
Surge então a “Soyminas”, primeira usina brasileira de biodiesel inaugurada em 24/03/2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade de Cássia (MG). Conforme a legislação é autorizado um percentual de biodiesel de 2% até 2007 e 5% em 2013 para a mistura ao diesel de petróleo. Segundo Lula a Petrobrás oferecerá apoio garantindo a distribuição do produto em território nacional.
Trata-se de um combustível renovável com várias possibilidades de fonte. Os principais insumos são os óleos vegetais da mamona, da soja, do milho, do dendê, do pequi e outras oleaginosas tais como o girassol e o nabo forrageiro que serão as fontes da Soyminas. Já utilizado em grande escala na Alemanha (composição pura) e em 2º lugar pela França com mistura de 5% o “combustível verde” está sendo adotado nos EUA por algumas regiões.
A ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, acredita que com a instalação da Usina de Biodiesel Soyminas o Brasil economizará este ano US$ 425 milhões, pois reduzirá os gastos com importação de petróleo. Fala-se na geração de empregos no setor primário da economia envolvendo milhares de famílias no sistema de produção do biodiesel e conseqüente acréscimo de renda para os agricultores. O biodiesel é ecologicamente e economicamente viável.
“O Motor Diesel pode ser alimentado com óleos vegetais e ajudará no desenvolvimento da agricultura dos países. Isto parece um sonho, mas no futuro posso predizer com inteira convicção que esse modo de emprego de motor diesel pode adquirir uma grande importância”.