Aneurisma
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
CID-10 | I72. |
---|---|
CID-9 | 442 |
DiseasesDB | 15088 |
MedlinePlus | 001122 |
Um aneurisma é uma dilatação sacular de uma artéria, podendo ocorrer em basicamente qualquer artéria. Seu perigo está no fato de poder romper-se ou trombosar, provocando isquémia dos tecidos irrigados pela artéria atingida.
Índice |
[editar] Aneurisma cerebral
Um aneurisma cerebral é uma patologia provocada pela dilatação segmentar, em formato variável, de um vaso no encéfalo, geralmente arterial - artéria - ou menos frequentemente venoso - veia - como por exemplo, o raro aneurisma da veia de Galeno.
Quando a zona dilatada do vaso toma forma esférica, dá-se o nome de aneurisma sacciforme (de saco), ou quando tem forma alongada através do eixo principal do vaso, aneurisma fusiforme (de fuso).
O tamanho é variável, podendo ser desde alguns milímetros até alguns centímetros. Os aneurismas acima de dois centímetros de diâmetro são considerados aneurismas cerebrais gigantes. Os aneurismas pequenos, de poucos milímetros, são chamados de aneurismas baby.
Os aneurismas do encéfalo humano mais frequentes são conhecidos como aneurismas cerebrais congênitos e são mais encontrados na face inferior do encéfalo, na rede circulatória dos grandes vasos conhecida como polígono de Willis.
Na verdade, o que ocorre é que o encéfalo não possui um hilo de vasos sangüíneos como o pulmão ou o rim. As artérias dessa rede são nutridas por duas artérias carótidas (na região anterior da base do crânio) e mais duas artérias vertebrais (na região posterior do crânio). Na época do formação do feto, uma das três camadas de um ou mais vasos arteriais do polígono de Willis, nas regiões das bifurcações, nasce sem a camada média, muscular. Ao longo dos anos, o aneurisma se forma às custas da dilatação das duas outras camadas, as quais não têm efeito mecânico restritivo. Geralmente os aneurismas se manifestam na vida adulta e são raramente encontrados nas autópsias de crianças. Logo, o aneurisma cerebral se forma ao longo da vida da pessoa. Assim, não cabem algumas discussões jurídicas envolvendo o termo doença pré-existente em contratos com seguros de saúde, pois a pessoa não nasce com o aneurisma, e sim com a condição pré-existente, o que é completamente diferente.
Há uma discreta predominância da incidência no sexo feminino e o pico etário de rotura se dá em torno dos 43 a 45 anos de idade. Pode raramente ocorrer na infância. Raramente tem caráter familiar.
[editar] Rompimento do aneurisma cerebral
A consequência do rompimento do aneurisma cerebral é um fenômeno patológico, chamado de acidente vascular cerebral hemorrágico ou avch (derrame vermelho, na linguagem popular). Os aneurismas, na vasta maioria dos casos, não geram qualquer tipo de sintoma até a sua ruptura e sangramento. Existem outras causas de avch e o sangramento por aneurisma não é a causa mais frequente. Pode haver sangramento para dentro do tecido cerebral (menos comum); hemorragia sub-aracnóide, HSA, também conhecida como hemorragia meníngea espontânea ou para dentro dos ventrículos cerebrais, podendo provocar hidrocefalia. A ocorrência da hemorragia é em geral súbita, repentina, com duração dos sintomas e sua intensidade variáveis, passível de produzir alterações da consciência, da motricidade, da palavra, entre outras. Cefaléia súbita, descrita como a dor de cabeça mais forte que o indivíduo já sentiu em toda a sua vida, acompanhada de desmaio (perda da consciência) e vômitos são a tríade de sintomas mais comuns na HSA.
O sangramento gera em algumas horas irritação das meninges e o pescoço fica duro, com rigidez nucal para flexão anterior da cabeça até o tórax. O queixo não toca o tórax. Pode ser confundido com meningites.
Dores de cabeça com as características acima, sobretudo em pessoas que normalmente não tem dores de cabeça, devem alertar o médico da possibilidade de HSA.
A maioria das HSA (outras diversas doenças também podem se manifestar com HSA; a mais comum é trauma craniano) podem ser detectadas atráves de tomografias computadorizadas do crânio (CT ou TC). Se a CT resultar normal sob esta suspeita é recomendada a punção de líquor espinhal para exame laboratorial e ver se há hemáceas degeneradas no líquor ou degradação dessas com xantocromia (cor amarela do líquor após centrifugação). Hemáceas não degeneradas são indicativo de acidente na punção, que é feita com uma agulha longa.
Os aneurismas intracranianos são lesões perigosas de elevado risco que, em caso de ruptura, podem produzir a morte súbita em um primeiro ou mais sangramentos; ou uma devastação neurológica (sequelas diversas) em pessoas que frequentemente eram completamente saudáveis. Em geral são tratados, dependendo da experiência do neurocirurgião, com clipagem microcirúrgica definitiva (atualmente o método de maior eficácia a longo prazo).
Estatística: Considera-se que entre 1 e 5 % dos adultos têm aneurismas cerebrais assintomáticos, enquanto que outros autores dizem que são encontrados em entre 5 a 10 % das autópsias em geral.
Sugeriram-se alguns factores ligados à sua ruptura como a hipertensão arterial (HTA), o hábito de fumar, o consumo de drogas e álcool, o stress, os contraceptivos orais, o parto e os esforços físicos em geral (exercício, defecação, coito, tosse, etc.). Contudo, em cerca de 14 a 22 % dos sangramentos por aneurismas, não se identifica um factor determinado, enquanto que cerca de 30 % ocorrem durante o sono.
O exame padrão ouro para detecção de aneurisma cerebral não é a tomografia ou a ressonância magnética, e sim o cateterismo cerebral de 4 vasos (angiografia digital).
Embora o comportamento da doença por países varie em função da distribuição etária, nível de saúde, factores raciais, ambientais e possivelmente da prevalência da HTA e da arterioesclerose na população afectada, o valor médio global da incidência da hemorragia subaracnoidea (HSA) aneurismática é de 10 por 100.000 habitantes por ano, com 50 % de mortalidade, constituindo um significativo problema de saúde, já que de 20 a 40 % dos pacientes com HSA morrem em consequência de uma hemorragia inicial catastrófica antes de chegar ao hospital, e unicamente 60 % dos pacientes são admitidos no hospital em condições neurológicas razoáveis. Após a hospitalização, a mortalidade alcança cerca de 37 %, elevando-se até 40-60 % dentro do primeiro mês posterior à hemorragia, enquanto que a incapacidade severa afecta 17 % dos doentes. A evolução favorável apresenta-se somente em 47 % dos pacientes.
[editar] Aneurisma da aorta abdominal
A aorta, como principal artéria do corpo, tem grande importância para a vascularização dos rins e dos membros inferiores. Os aneurismas desta porção podem romper-se, apresentando-se como dor abdominal intensa e choque hipovolêmico. Mais comumente ocorre a dissecção da parte interna da artéria, conhecida como íntima, causando obstrução e isquemia renal e dos membros inferiores. É tratada pelo cirurgião vascular. Se romperem as capas internas da parede do vaso sanguíneo, aparece o aneurisma dissecante, mas se a parede se romper totalmente diz-se então falso aneurisma.
[editar] Aneurisma de aorta torácica
Pode ser espontâneo ou traumático. Como é uma artéria de grande calibre, com volumoso fluxo sanguíneo, se não for tratado cirurgicamente a tempo o paciente morre por hipotensão arterial e choque hipovolêmico. É tratado pelo cirurgião cardíaco.