Aurora (Ceará)
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Município de Aurora | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Aurora é um município do estado brasileiro localizado na parte meridional do estado do Ceará, a 283 metros acima do nível do mar. Dista cerca de 472km da capital, Fortaleza. Ao norte confina com os municípios de Lavras da Mangabeira e Ipaumirim, ao sul com Barro, Milagres e Missão Velha, a oeste com Caririaçu e a leste com Cachoeira dos Índios, no vizinho estado da Paraíba.
O censo de 2001 apontou que o município conta com cerca de 25 mil habitantes, com cerca de 63% da população vivendo na zona rural.
Dois importantes distritos de Aurora é o sítio Tipi e a Ingazeiras, terra natal do artista Aldemir Martins.
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[editar] História
De acordo com os historiadores, existe certa controvérsia sobre a fundação e o fundador da cidade de Aurora.
A povoação que deu origem à cidade propriamente dita, e que primitivamente se chamou Venda, nasceu na antiga fazenda Logradouro, propriedade de Padre Antonio Leite de Oliveira. Depois de sua morte ela passou para seus herdeiros, o alferes João Luis Tavares e Davi Cardoso dos Santos. Conta a tradição que o arraial teria sido fundado por Francisco Xavier de Souza, cearense de Aracati, que chegando à região, por volta de 1831, se casou com Maria dos Santos Xavier, filha do herdeiro Davi Cardoso dos Santos. Com a morte do sogro, Francisco ficou com sua parte da fazenda e a pedido de Maria, sua esposa, mandou edificar, lá mesmo, uma capela dedicada ao Senhor Menino Deus.
A denominação de Venda prende-se ao fato de que, precisamente no local de Aurora Velha, existia antigamente uma taberna de comestíveis e bebidas, cuja proprietária teria sido uma mulher chamada Aurora. Instalada à beira da estrada que ligava o Icó ao Cariri, a Venda era ponto estratégico para pousada e reabastecimento de tropeiros de diversas regiões que se dirigiam ao Cariri e vice-versa.
Entretanto, o nome Venda é anterior à chegada de Francisco Xavier de Souza. Conforme registra o escritor Joaryvar Macedo, em seu livro Temas Históricos Regionais, a primeira referência à Venda data do último quartel do século XVIII, quando o Padre Antonio Leite de Oliveira já era proprietário do sítio Logradouro, na Venda do Salgado, que havia comprado a Antonio Lopes de Andrade por 100 mil réis. No sítio, o Padre Antonio instalou um Oratório ou Casa de Oração, onde realizava batizados e outros ofícios religiosos, o que evidencia a presença de pessoas habitando naquela área.
Do mesmo modo que discordam os historiadores sobre o fundador de Aurora, existem também divergências sobre o primeiro templo fundado no local. De acordo com Renato Braga, em Dicionário Histórico e Geográfico do Ceará, o primeiro foi a capela que Francisco Xavier mandou erigir, em 1837, em sua fazenda Logradouro, dedicada ao Senhor Menino Deus, atual padroeiro do Município, tendo doado 300 braças de terra. A capela foi construída no mesmo local onde está atual igreja matriz.
Todavia, na opinião dos historiadores Antonio Martins Filho e Raimundo Girão, a primeira capela teria sido levantada por um preto chamado Benedito José dos Santos, com esmolas doadas pelos moradores do ribeiro do Salgado, e São Benedito era o padroeiro. Já o escritor Renato Braga afirma que esta capela data do Segundo Império (1840 a 1889), sendo posterior à da fazenda Logradouro, da época da Regência.
A lógica dos fatos aponta que o Mestre Benedito, ex-escravo alforriado e oriundo da Bahia, chegou ao Ceará por volta de 1845, o que mostra que a construção da sua capela foi posterior à do Logradouro, de 1837. A capela de São Benedito ficaria pronta somente muitos anos depois, quando mestre Benedito regressou do Rio de Janeiro para onde foi para se encontrar com o Imperador Pedro II e pedir-lhe ajuda para conclusão da obra. O imperador presenteou-o com algumas imagens, com alfaias e paramentos necessários à celebração de ofícios religiosos, com um sino com o brasão do Império, com retratos a óleo dos soberanos e com algum dinheiro.
A versão mais aceita é a de que a capela construída pelo mestre Benedito teria sido o primeiro templo religioso de Aurora, pois foi em torno dela que se formou o núcleo urbano denominado a princípio Venda e, posteriormente, Aurora Velha, para o que contribuiu a quitanda de dona Aurora, existente nas proximidades.
O certo é que dois fatores concorreram para a formação do núcleo urbano: um de natureza religiosa – o oratório e as capelas – e o outro de origem sócio-econômica, representado pela quitanda/pousada de dona Aurora.
[editar] Da formação política e administrativa
Antes de se tornar município, o passo inicial foi a criação, em 1858, do distrito policial de Venda, fazendo parte do termo de Lavras da Mangabeira. Em outubro de 1870, em virtude da Lei nº 1.318, foi criado o Distrito de Paz da Venda, integrado ao Termo de Lavras, mas já com limites definidos pela Câmara Municipal. De acordo com a Lei nº 2.047, de 10 de novembro de 1883, o município foi criado com sede na povoação da Venda, então elevada à categoria de vila, com a denominação oficial de Vila d' Aurora.
O Município somente foi instalado a 30 de maio de 1885. Seis meses mais tarde, em 12 de dezembro, foi extinto, voltando a ser subordinado a Larvas da Mangabeira. Em 29 de julho de 1889, pela Lei nº 2.141 foi restabelecida sua categoria de município. Mas novamente perdeu essa condição em 20 de maio de 1931. Nova mudança, e em 4 de dezembro de 1933, com o Decreto nº 1.156, tornou-se Município.
Por outro Decreto, o de nº 448, de 20 de dezembro de 1938, a Vila d´Aurora foi elevada à categoria de cidade com o nome de Aurora.
A partir de sua emancipação em 10 de Novembro de 1883, teve Aurora os seguintes prefeitos:
Prefeito | Período |
---|---|
Manoel Leite de Oliveira | 1885 a 1899 |
Antônio Leite de Oliveira | 1899 a 1904 |
Antonio Leite Teixeira Neto | 1904 a 1908 |
Cândido Ribeiro Campos | 1908 a 1914 |
Manoel Teixeira Leite | 1914 a 1919 |
Antônio Landim de Macêdo | 1919 a 1921 |
Cândido Ribeiro Campos | 1921 a 1926 |
José Gonçalves Leite | 1926 a 1928 |
Paulo Gonçalves Ferreira | 1935 a 1942 |
Raimundo R. Correia Lima | 1942 a 1944 |
Antonio Temístocles de Oliveira | 1944 a 1945 |
Paulo Leite Teixeira | 1945 a 1947 |
Antônio Jaime Araripe | 1947 a 1952 |
Antônio Gonçalves Pinto | 1952 a 1956 |
José Gonçalves Leite | 1956 a 1960 |
Antônio Gonçalves Pinto | 1960 a 1962 |
Francisco Bezerra Santos | 1962 a 1966 |
Anastácio Pinto Gonçalves | 1966 a 1970 |
Teotônio Gonçalves Neto | 1970 a 1972 |
Francisco Bezerra Santos | 1972 a 1976 |
João Antônio de Macêdo | 1976 a 1982 |
Cel. Antônio Vicente de Macedo | 1982 a 1988 |
João Antônio de Macêdo | 1989 a 1992 |
Alcides Jorge E. Ferreira | 1993 a 1997 |
Maria Leomar Macêdo | 1997 a 2001 |
Francisco Carlos Macêdo Tavares | 2001 a 2004 |
Francisco Carlos Macêdo Tavares | 2005 a 2008 |
[editar] Geografia
Área: 886 km²
Altitude: 283 m
Latitude: 6º 57’ Sul
Longitude: 38º 58” Oeste
Mesorregião: Mesorregião do Sul Cearense
Limites: Norte – Lavras da Mangabeira e Ipaumirim; Sul – Barro, Milagres e Missão Velha; Leste – Estado da Paraíba; Oeste – Caririaçu.
Distritos: Tipi, Ingazeiras e Santa Vitória
Hidrografia: Rio Salgado e Riacho Jenipapeiro, Olho D’água, do Juiz, Jitirana e Pau Branco
[editar] Educação
Pré-Escolar | 1º Grau | 2º Grau | |
---|---|---|---|
Rede Estadual | - | 03 | 03 |
Rede Municipal | 30 | 31 | - |
Pré-Escolar | 1º Grau | 2º Grau | |
---|---|---|---|
Rede Estadual | - | 523 | 1.139 |
Rede Municipal | 1.016 | 6.373 | - |
[editar] Saúde
- Policlínica Dr. Acilon Gonçalves (bairro Araçá).
- Postos de Saúde: Sede, Tipi, Ingazeira, Soledade, Araçá, Cooperativa.
- Mini-hospital em Santa Vitória.
- Hospital Geral Ignêz Andreazza (bairro São Benedito).
[editar] Estatísticas
- População Censo de 2000: 25.442 - 25.574 (mais recente).
- Densidade Demográfica (hab/km²): 27,45
- Viagem de Acesso à Capital: CE-286 e BR-116
- Distância da BR-116 até a sede: 27 km via CE-286.
[editar] Produção
Sua economia baseia-se em produtos agrícolas: algodão arbóreo e herbáceo, banana, cana-de-açúcar, milho e feijão, além da dinâmica e afluente apicultura. Agropecuária – rebanhos: bovinos e suínos; criação de aves. Minério: ocorrência de jazidas de amianto, utilizado na indústria química, principalmente como material filtrante. Foi localizado também outro minério de grande valor econômico, a malaquita, fonte de obtenção de cobre.