Berenice (filha de Agripa I)
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- Nota: Se procura outras pessoas com o mesmo nome, consulte Berenice.
A Rainha Berenice, a amante do Imperador romano Tito Flávio e, é rumorejado, do pai de Tito, Vespasiano. Esta misteriosa mulher capturou os corações dos Flávios mas foi esconjurada pelo resto da sociedade romana.
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[editar] Antecedentes
Berenice era a neta de Herodes I o Grande, de Judeia, era filha de Herodes Agripa I, amigo do Imperador Cláudio. Nasceu provavelmente por volta de 28. O seu primeiro casamento foi com Marco, filho de Alabarco Alexandre de Alexandria. Após a sua morte prematura, Berenice casou com o irmão de seu pai Herodes de Chalcis, que morreria pouco depois em 48 e foi então viver com o seu irmão M. Júlio Agripa II, um monarca com poderosa aliança com Roma. O terceiro casamento foi com Polémon, rei da Sicília, mas cedo o desertou e regressou para junto de Agripa, com quem viveu, presumivelmente em incesto, e foi copulativamente soberana da Galiléia e da Margem Este do Rio Jordão. Em 60, foram afrontados por Paulo de Tarso em Caesarea. O historiador Josephus Flavius comenta a sua riqueza, exército e a sua relação com Agripa II.
[editar] Encontro com Tito Flávio
Tito, em 66, é apontado como comandante do Legião XV “Apollinaris” na Grande Revolta Judaica, enquanto que, poderosa e experimentada nos assuntos da sua região, Berenice e o seu irmão tentam dissuadir os Judeus de se rebelarem contra o Império Romano. Lendas contam que os irmãos instigaram a destruição do Templo de Jerusalém, pois acreditavam que era a única hipótese de aplacarem a revolta. No entanto pode ser apenas propaganda romana, pois se para controlar uma revolta era preciso destruir algo, então ele, como romano, assim o faria apesar de não lhe agradar muito. Também é dito, contrariamente, que Berenice sentiu, depois de ter intercedido a favor dos judeus e o seu palácio não ter sido poupado, a alienação das suas simpatias por Roma. Em fontes judias, ela é tida simplesmente como a prostituta que entrara de mãos dadas com Tito quando este subia para o “mais Sagrado dos Sagrados Templos” no monte de Jerusalém.
Fora então durante a devastação da Judeia que ela fascinou Tito.
[editar] União
Berenice era dez anos mais velha que Tito, assim em 69, quando ele tinha trinta anos (de acordo com Suetónio, Tito nascera em 39), ela tinha quarenta. Em 71, Vespasiano retorna a Roma, para afirmar a sua pretensão ao trono Imperial, e Agripa II demonstra o seu apoio pela acção. O historiador Publius Cornelius Tacitus comenta que Vespasiano está também enamorado pela rainha:
- A irmã (de Rei Agripa II) Berenice mostrou igual entusiasmo pela causa. Ela estava então na flor da sua juventude e beleza e os magníficos presentes para Vespasiano também ganharam o coração do velhote
É conhecido por Suetónio que, Tito, por volta de 74, tinha intenções de casar com Berenice. A opinião pública, porém, não toleraria tal casamento, pois Berenice era judia (o anti-semitismo era frequentemente usado contra a revolta em Jerusalém) e uma monarca no Levante. A situação era precedida pelo caso de Marco António e Cleópatra, e tal como esta, representava uma ameaça à estabilidade de Roma e também era tida como Concubina Estrangeira, pois jamais o sangue de um romano poderia acasalar legalmente em núpcias com um outro sangue. Mesmo assim, Berenice e seu irmão, a convite de Tito, em 75, foram viver para Roma. Agripa II fora atribuído o posto de Pretor, e ela fora recebida como "Augusta" e coabitava livremente com Tito no palácio imperial. A ela tinha sido prometido o casamento e por isso comportava-se como se fosse a sua esposa em todos os sentidos. A rainha estava no pico do poder e era noticiada de ser uma das juízas no Concelho Imperial.
[editar] Separação
Tito, sentindo o desagrado que a sua noiva provocava no povo romano e no Senado, tinha que escolher. Em 79, seguido da morte do seu pai Vespasiano, foi proclamado Imperador, e então, Berenice e Tito romperam finalmente o destino que os juntava. Suetónio refere que “foi doloroso para ambos”. Mas não para sempre, pois Berenice na segunda vez que visitou Roma, tentou aproximar-se mas foi rechaçada por Tito. Desde então só em peças de teatro, poemas, óperas e até num par de projécteis espaciais franceses, é que estas almas foram reunidas.
[editar] Arte inspirada
Cronologicamente:
- Juvenal refere brevemente Berenice na Sátira IV: As Vias das Mulheres;
- Jean Racine (1639-99) - “Berenice”;
- Thomas Otway (1652-1685) - “Titus and Berenice” (adaptação de Racine);
- John Heath-Stubbs, (1918) - “Titus and Berenice”;
- Raúl Ruiz (1983) - Bérénice (Filme);
- STAN (2005) – Berenice (Representação da peça de Racine).