Discussão:Brasileiros
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[editar] "Povo brasileiro"?
Socorro! Este artigo contém passagens superadas pelas Ciências Sociais!!! O povo brasileiro não foi formado por esses três grupos porque eles simplesmente continuam a exisitir, não tendo desaparecido ou ocorrido o lamentável processo de homogeinização, como tal concepção superada dava a entender. --Lugusto 21:41, 4 Mai 2005 (UTC)
- Como até agora não apareceu ninguém que pretendesse recilcar este artigo, o farei. Mas, praticamente nada da redação original será aproveitada (e é por isto que insiro este comentário). Pondo à mão na massa... --Lugusto 21:41, 14 Mai 2005 (UTC)
- Como não existe??? Eu não sou parte dele???
Eu sou parte do povo brasileiro! Embora descendente de Portuguêses (de Leiria por parte do avô paterno) e Alemães (pomeranos e prussianos por parte de mãe) não sei se haveria uma bisavó paterna indigena ou negra! Não cheguei lá... O povo brasileiro é heterogêneo, isto sim! O resultado final será algo como eu vi no interior do Estado do Mato Grosso do Sul, no trem, em Aquidauana: Um homem e sua espôsa, com filhos lindos, mistura do negro, com índio com europeu. Puro esquecimento. Aí vai: Cesario Simões Junior 23:01, 14 Mai 2005 (UTC)
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- Pensei que ter posto a palavra um em destaque já seria suficiente mas, precisei inserir o termo homogêneo, tornando a frase redundante, já que o mal-entendido de sua parte poderia ser de outros usuários também. Mas, por favor, da próxima vez, assine ao comentar... --Lugusto 22:43, 14 Mai 2005 (UTC)
[editar] Povo brasileiro
- Sua existência é necessária e indispensável sem o que não existiria o Estado brasileiro. Povo é condição para a existência do Estado, independente da sua variedade étnica. Tem significado mais abrangente.
- Povo é também requisito de Nação, que é uma comunidade com consciência histórica. Sem povo não há nação e nem Estado, logo parece muito evidente a existência de um povo brasileiro e de uma nãção brasileira, que organizada num território vem formar o estado brasileiro. O que não há é uma etnia brasileira. Os brasileiros são um povo multietnico.
- Povo: Conjunto de pessoas que vivem integradas numa multplicidade de familias e outros grupos sociais, formando um todo dotado de organicidade. (Dicionário de Política, José Pedro Galvão de Souza; T. A. Queiroz, Editor, S. P. 1998).
Pelagio de las Asturias 07:06, 30 Janeiro 2007 (UTC)
[editar] Todo indivíduo?
miscigenação cultural eu concordo mas biologica em praticamente todo o individuo em maior ou menor grau? isso é um mito que está caindo faz tempo. muitos dos que formam o povo brasileiro hoje em dia chegaram da europa há pouco tempo e se reproduziram entre sí, e perceberam que não é só pisar no brasil que de um modo mágico tua raça muda então essa coisa que todo brasileiro é mestiço não é verdade. até pq sempre existiu preconceito entre raças por aqui. só se o "menor grau" pode ser considerado a miscigenação entre romanos e visigodos por exemplo. no geral este artigo deveria ser deletado. —o comentário precedente não foi assinado por 201.10.59.170 (discussão • contrib.) 05:25, 8 Maio 2006 (UTC)
- Concordo plenamente. O simples fato de "nascer" no Brasil não "miscigena" ninguém, isto é papo de televisão. Dantadd✉ 17:26, 14 Dezembro 2006 (UTC)
vai p puta q te pariu
[editar] Eliminação
O artigo não respeita o princípio da imparcialidade em praticamente todo o seu texto. Elsonjunior0110 01:24, 19 Novembro 2006 (UTC)
- Eu não entendo que o artigo deva ser deletado, mas sim reescrito. Realmente a qualidade é baixa. Ele precisa de revisão, reclicagem e um aviso de parcialidade, nada mais. --Oritemis 18:35, 21 Novembro 2006 (UTC)
[editar] Recriação
Recriei o artigo, como havia sido acordado na votação de eliminação. Não aproveitei nada do que havia, pois eram parágrafos sem nexo entre si e eminentemente opinativos. Com o tempo, vou adicionando mais parágrafos. O problema é que estou no "exílio" e tenho pouco acesso a livros. Espero que outros também ajudem. Dantadd✉ 20:36, 14 Dezembro 2006 (UTC)
[editar] Contexto histórico
O que é ser Brasileiro ao longo da história, desde o tempo da colonisação até aos nossos dias?
Por exemplo, no tempo do Brasil colónia também se fala de Brasileiros, mas eles eram colonos Brasileiros, por viverem na colónia, a nacionalidade era a Portuguesa.
Agradecia que este tema fosse abordado e esclarecido nesta página. Noto confusão por exemplo na página de Tiradentes onde está escrito:
"(Tiradentes, MG, 16 de Agosto de 1746 — Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista prático, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político brasileiro."
Brasileiro já tem o sentido de nacionalidade nesta época? Qual era a nacionalidade dele? Uma nacionalidade Brasileira aparece com a independência do Brasil, ou antes? Se antes, a partir de quando se fala de Brasileiro vrs Português (considerando que também havia Portuguêses de Angola, Goa, Macau, Dio, etc)?
Outro exemplo em Gregório de Matos: "Gregório de Matos e Guerra (Salvador, 7 de abril de 1623 ou 1633 — Recife, 26 de novembro de 1696), alcunhado de Boca do Inferno, foi um advogado e é considerado o maior poeta barroco brasileiro." "Nascido numa família de proprietários rurais, empreiteiros de obras e funcionários administrativos de ascendência portuguesa (seu pai era natural de Guimarães, Portugal)."
"Brasileiro" quer dizer o quê no texto? De novo as mesmas perguntas: Tem o mesmo significado de nacionalidade que tem hoje? Qual era a nacionalidade de uma pessoa nascida no Brasil em 1600? No texto Gregório de Matos parece ter uma nacionalidade diferente do pai porquê? Obrigado. Ega 17:43, 27 Dezembro 2006 (UTC)
- Você levanta pontos importantes e bastante esclarecedores. De fato, o conceito é muito mais complexo do que inicialmente aparenta, mas creio que não cabe ao artigo da Wikipédia resolvê-los. Os editores devem sim trazer posições e material acadêmico de fonte fiável. Como não tenho condições de me aventurar neste garimpo, preferi fazer um artigo muito pequeno e deixar uma bibliografia básica. Dantadd✉ 19:16, 27 Dezembro 2006 (UTC)
- Uma pessoa nascida na Escócia é cidadã britanica e não inglesa. Isso porque o Reino Unido ao qual a Inglaterra encabeça chama-se Reino Unido Britanico. No caso de Tiradentes, ele era brasileiro, mas cidadão português, já que o reino era o Reino Unido Português. Oritemis 19:29, 27 Dezembro 2006 (UTC)
- Certo, Tiradentes era branco, portanto o raciocínio não encontra "obstáculos", mas e Zumbi? Era português também? Brasileiro? Africano? E, by the way, onde é que está escrito que a Inglaterra "encabeça" o Reino Unido? Dantadd✉ 19:59, 27 Dezembro 2006 (UTC)
- Infelizmente, para nossa vergonha, tanto brasileira quanto portuguesa, zumbi era brasileiro, mas não um cidadão português, pois era escravo. Algo semelhante pode ser encontrado no apartheid. --Oritemis 21:08, 27 Dezembro 2006 (UTC)
- Na realidade, na época colonial, "brasileiro" era nome de profissão, por isso zumbi não era brasileiro. Brasileiro era o nome que se dava ao comerciante de pau-brasil. Um luso-brasileiro ou um português brasileiro, era um português, de qualquer parte do império, que comercializava pau-brasil. Quem nascia no Brasil, excluindo escravos e indios, era português do Brasil. Foi a constituição de 1824 que pela primeira vez definiu "brasileiro" como uma pessoa nativa do Brasil, e, claro, não incluia os escravos.Ega 16:54, 28 Dezembro 2006 (UTC)
- Ega, isso adiciona muito ao artigo, parabéns. Você tem uma fonte fiável que faça essas afirmações? Abraços, --Oritemis 16:57, 28 Dezembro 2006 (UTC)
- Na realidade, na época colonial, "brasileiro" era nome de profissão, por isso zumbi não era brasileiro. Brasileiro era o nome que se dava ao comerciante de pau-brasil. Um luso-brasileiro ou um português brasileiro, era um português, de qualquer parte do império, que comercializava pau-brasil. Quem nascia no Brasil, excluindo escravos e indios, era português do Brasil. Foi a constituição de 1824 que pela primeira vez definiu "brasileiro" como uma pessoa nativa do Brasil, e, claro, não incluia os escravos.Ega 16:54, 28 Dezembro 2006 (UTC)
- Infelizmente, para nossa vergonha, tanto brasileira quanto portuguesa, zumbi era brasileiro, mas não um cidadão português, pois era escravo. Algo semelhante pode ser encontrado no apartheid. --Oritemis 21:08, 27 Dezembro 2006 (UTC)
- Certo, Tiradentes era branco, portanto o raciocínio não encontra "obstáculos", mas e Zumbi? Era português também? Brasileiro? Africano? E, by the way, onde é que está escrito que a Inglaterra "encabeça" o Reino Unido? Dantadd✉ 19:59, 27 Dezembro 2006 (UTC)
- Uma pessoa nascida na Escócia é cidadã britanica e não inglesa. Isso porque o Reino Unido ao qual a Inglaterra encabeça chama-se Reino Unido Britanico. No caso de Tiradentes, ele era brasileiro, mas cidadão português, já que o reino era o Reino Unido Português. Oritemis 19:29, 27 Dezembro 2006 (UTC)
[editar] Brasileiro já existia na colônia
A - O termo brasileiro muito antes da independência já era o adjetivo pátrio dos naturais do "Estado do Brasil". Veja por exemplo carta régia dada em Lisboa aos 20 de outubro de 1798 que cria a Vila do Paracatu do Príncipe, ali se lê: ..."em diante se denomina Villa de Paracatu do Principe; e que tenha e goze de todos os privilegios, Liberdades, franquezas, honras e isençoens de que gozão as outras Villas do mesmo Estado do Brasil"... (Rev. do Arq. Público de Minas Gerais - ano I, fasc. II. Imprensa Oficial de Minas Gerais; Ouro Preto; 1896 - pg. 349.)- o negrito não é do original.
B - Mais, o comércio de pau-brasil rápido entrou em decadência e seguiu-se-lhe o ciclo da cana-de-açucar: "O pau-brasil constituiu também um dos produtos de enriquecimento da capitania. Contudo, não mais havendo árvores na costa, sendo necessário ir buscá-las no interior, desinteressou-se o capitão-mor de sua extração e, em 1546, escrevia ao seu rei: está muito longe pelo sertão a dentro e mui trabalhoso e mui perigoso de haver e mui custoso e os indios fazem-no de má vontade." (in A. SOUTO MAIOR, História do Brasil. Cia. Editora Nacional; São Paulo; 1969 - pg. 70) - o negrito e o itálico não são do original.
1 - Logo logo na colônia o comércio do pau-brasil foi abandonado e substituído pela produção de cana-de-açucar - surgiu o ciclo da cana-de-açucar; aliás foi o que atraiu os holandeses com a sua Cia. das Indias Ocidentais e Maurício de Nassau (1580)e o gentílico brasileiro permaneceu. No século XVII já não se falava mais em comércio de pau-brasil mas em ouro e diamantes. Portanto, no século XVII o comércio de pau-brasil já era praticamente inexistente. Por isto o termo perdeu a conotação de profissão. Veja ainda sobre o assunto: Viagem pela História do Brasil; Jorge Caldeira; Cia. das Letras; São Paulo; 1997 - pg.34.
O dizer que não eram brasileiros os nascidos no Brasil é assumir uma postura "formal-jurisdicista" e por demais "legalista", com o perdão devido. Esquece o fenômeno sociológico, histórico e político. Do ponto de vista jurídico e legal todos os nascidos no Brasil antes da independência tinham a nacionalidade portuguesa, embora do ponto de vista político a discriminação entre uns e outros fosse muito grande. É fato notório que os "portugueses brasileiros" eram claramente distinguidos pelos "portugueses portugueses" pelo gentílico, por aqueles tempos. A distinção forçou a consolidação do gentílico "brasileiro" tanto por uns como por outros.
2 - Veja-se por exemplo: A expulsão dos holandeses do Brasil (1654) se dera sem auxílo algum português: "Havia mais de 15 anos que um governador portugues dizia para a côrte, em documento oficial, que os pernambucanos repetiam à boca larga que, se com o próprio esforço se haviam libertado do domínio holandês, com melhor razão o fariam de Portugal". POMBO, Rocha, História do Brasil, edições melhoramentos - 1963, pg. 235. Com efeito diz sobre o sentimento do colono ao final da expulsão dos holandeses do Brasil o mesmo Rocha Pombo (op.cit. pg.191): : ..." sentiu o colono que, mais do que à tutela e amparao da metrópole, devia ao próprio valor a sua fortuna;" ..."Deixara de ser um simples colono: fizera-se patrício."
3 - Mais, a guerra dos Emboabas em que "portugueses do Brasil" entraram em luta com "portugueses vindos de portugal" 1707; Guerra dos Mascastes - 1710, idem; Levante de Felipe dos Santos em Vila Rica - 1720, idem; Revolução Pernambucana de 1817 dentre outros episódios. Por ocasião da Guerra da Independência contratou-se Cochrane e Labatut porque a oficialidade era toda "portuguesa portuguesa" e não haviam oficiais "portugueses brasileiros" na tropa e marinha. É que os "portugueses" nascidos no Brasil não podiam fazer carreira na oficialidade. Tal se deu também com os do Algarve durante algum tempo.
4 - Desde o início do sec. XVIII surgiu a necessidade social de se diferenciar uns de outros e os próprios "portugueses de portugal" trataram de chamar os "portugueses do Brasil" de "brasileiros" - no começo pejorativamente e ao depois como gentílico consuetudinário. Mesmo porque nos documentos reais e oficiais de Portugal o Brasil era chamado de "Estado do Brasil" muito antes mesmo da ida de D. João VI para lá. O que já justificava o gentílico.
5 - Nos Autos da Devassa, em alguns interrogatórios foi perguntado aos réus "o que tinham contra os portugueses" e alguns tentavam esquivar-se da perseguição dizendo ser "filho de português" e que "nada tinham contra os portugueses". O próprio juiz interrogador já assumia, naturalmente e sem perceber, a diferenciação.
- Exemplo notável de que os portugueses de Portugal chamavam os portugueses do Brasil de brasileiros é o discurso de rigozijo pela execução de Tiradentes que na Câmara de Vila Rica "o vereador Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos revestido de todo o amor patrício e das obrigações de vassalo" proferiu no dia 22 de maio de 1792:
- "Apenas soôu na Europa o descobrimento de Colombo ou de Américo Vespúcio, afôitos se dão logo a conhecer na Bahia de Todos os Santos e successivamente em todo o Brazil. Estes são os Portuguezes, estes são oh! Brazileiros, os vossos gloriosos progenitores!" E, ainda: "Que mudança a invicta, generosa mão dos Portuguezes, que differente forma deu a estas Provincias, a estes Paizes!" ..."Estes benefícios são de infinito preço e do mesmo genero, crede-me Brazileiros, dissimulo outros, que abrevidade me não consente enumerar." ...Ah! Brazileiros, aqui esmoreço, d'aqui não posso proseguir avante quando me lembro que, sendo um castigo em si terrivel, ainda é pequeno para expiar tão atroz delicto!"
- E continua:..."Brazileiros! vós sois doceis, sois intelligentes, homens taes obrão sempre o que é justo, ainda que a lei o não declare." ..."Imitando os exemplos dos seus maiores, foram os Brazileiros os que resgatarão o Rio de Janeiro consquistado, os que, vencendo um povo forte e atrevido em defeza da Bahia e Pernambuco, ganharão perpétua vida." ..."Verdade é que vossas virtudes, Brazileiros, acompanhadas de raríssimos talentos"
- ..."As mitras, as togas, os botões, estes honrosos premios são conferidos aos Brazileiros da mesma sorte que aos naturaes do Reino"..."todos são vassalos." (aqui até parece que os brasileiros não eram naturais do Reino, a discriminação no gentílico desmente o contéudo pretendido na frase).
- (O inteiro teor deste discurso encontra-se publicado na Revista do Arquivo Público Mineiro; Ano I; Fasc. 3 - julho a setembro de 1896; Imprensa Oficial de Minas Gerais; Ouro Preto - pags. 401 a 411).
6 - Tal se dava porque o gentílico "portugues" já por esta época, na grande nação portuguesa, tinha forte significado de gente originária da metrópole em contraposição aos não só das colônias mas do próprio Algarve, diga-se de passagem. Também o demonstra o hino da independência que é bem anterior à constituição e ao reconhecimento da independência: "Brava gente brasileira, longe va termor"... Isto pode ser comprovado em vários outros documentos de época: Por exemplo, uma rápida consulta aos anais da Assembléia das Cortes mostrará que os deputados que para lá foram do "Estado do Brasil" eram chamados de brasileiros pelos deputados portugueses.
7 - Assim quando o Brasil ficou independente não houve a decisão ou opção legal de chamar os do Brasil de brasileiros, já assim o eram chamados e de há muito assim se chamavam, a lei veio apenas consagrar o fato antigo, costume velho, prática surrada e assumida. Se não o fizesse seria lei natimorta.
Pelagio de las Asturias 06:37, 30 Janeiro 2007 (UTC)