Britânia (província romana)
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Britânia | |
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Localização da província Britânia (em destaque) no Império Romano. |
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Anexada em: | 43 d.C. |
Imperador romano: | Cláudio |
Capital: | Camulodunum / Londinium |
Fronteiras (províncias): | Mar do Norte |
Correspondência actual: | Inglaterra e Escócia |
A província romana da Bretanha (Britannia, em latim) ocupou o território equivalente aos atuais País de Gales, Inglaterra e sul da Escócia, na ilha da Grã-Bretanha, do século I ao início do século IV.
Anteriormente à conquista romana, a Grã-Bretanha era povoada por celtas. O primeiro contato direto dos romanos com a ilha ocorreu com as invasões lideradas por Júlio César, em 55 a 54 a.C., que não perduraram. A presença romana definitiva teria que esperar a ascensão de Cláudio à dignidade imperial, em Roma.
Cláudio invadiu a ilha em 43 d.C., alegadamente para apoiar Verica, dos atrébates, que se havia refugiado com os romanos. A força invasora compunha-se de quatro legiões e de tropas auxiliares, sob o comando de Aulo Pláucio.
Em 61, quando os romanos buscavam ocupar o atual País de Gales, o sudeste da ilha levantou-se contra os invasores, liderados por Boadicéia, rainha dos iceni. As colônias romanas de Camulodunum, Londinium (Londres) e Verulamium foram destruídas. Estima-se que entre setenta e oitenta mil pessoas foram mortas nas três cidades. O governador romano, Caio Suetônio Paulino, reuniu duas legiões e derrotou os revoltosos em batalha na qual a proporção das tropas era de 20 para cada romano. Nero cogitara abandonar a Grã-Bretanha devido à revolta, mas o resultado favorável da batalha permitiu que a ocupação romana prosseguisse.
A ocupação da ilha continuou nos anos seguintes, culminando na vitória de Cneu Júlio Agrícola sobre os caledônios, em 84, no que é hoje a Escócia. Os romanos terminaram por recuar após a batalha para uma linha mais defensável ao longo do istmo Forth-Clyde.
No início do século II, a fronteira recuou um pouco mais para o sul, na linha do istmo the Solway-Tyne. Adriano viria a ordenar a construção, naquela linha, a partir de 120, da famosa Muralha que levaria seu nome.
As sucessivas revoltas de tribos locais exigiam a manutenção, na ilha, de pelo menos três legiões, o que conferia a um governador ambicioso a base para uma rebelião em busca da dignidade imperial; ao longo de sua hisória, a província assistiu a rebeliões militares e a usurpadores imperiais. A tentativa, da parte de Septímio Severo, de solucionar este problema - a divisão da província (e do poder militar) em duas, a Britânia Superior e a Inferior (início do século III) - logrou manter a paz na região por pouco menos de um século.
Nova rebelião da parte de um usurpador, no final do século III, levou o Imperador Constâncio Cloro a redividir a província em quatro:
- Maxima Caesariensis (sediada em Londres);
- Britannia Prima;
- Flavia Caesariensis; e
- Britannia Secunda.
Esta divisão integrou a reforma administrativa de Diocleciano (293). A Bretanha tornou-se uma das quatro dioceses (governada por um vigário) da prefeitura das Gálias.
No século IV, a Bretanha começou a ser atacada por saxões, a leste, e por irlandeses, a oeste. Uma série de fortes costeiros foi construída com o propósito de preveni-los.
As crescentes dificuldades romanas com os bárbaros no continente durante o final do século IV e no século V fizeram com que tropas romanas fossem gradativamente retiradas da Bretanha. Um usurpador, Constantino III, levou suas tropas da Bretanha para a Gália em 407, onde foi derrotado por Teodósio I. Em 409, os bretões expulsaram a administração civil romana. Os ataques saxões recrudesceram e eventualmente o sul da ilha foi ocupado por estes em cerca de 600 d.C. Muitos bretões refugiaram-se na atual Bretanha francesa (Bretagne), donde o nome.