Bulldog Campeiro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O cachorro do tipo bulldog foi bastante comum, encontrado já em boa parte da Europa Ocidental durante a segunda metade do século XIX; ao ponto de, em Estados como o Vaticano, existir legislação própria para regulamentar o trânsito desse tipo de animal em vias públicas.
Simultaneamente, despertava em setores abastados da sociedade européia ocidentalizada o interesse no desenvolvimento sério da criação e conformação de várias raças distintas: algumas destas tendo utilizado cães do tipo Bull em sua origem (Boxer, Bulldog Francês, Dogue de Bordeaux, Corso Canário, Cane Corso).
No Brasil a colonização européia (alemães, italianos, poloneses, espanhóis, etc.) que foi incentivada em vários momentos durante o final do século XIX e começo do século XX trouxe, além de seres humanos, muitos animais; dentre estes alguns cães - certamente alguns do tipo bulldog – contemporâneos e provavelmente assemelhados com os mesmos animais que deram origem a diversas outra raças surpreendentes.
Ao passo que na Europa a orientação ou critério em busca da conformação e padronização da maior parte das raças pautava-se principalmente no temperamento e beleza, os animais trazidos para o Novo Mundo tinham que provar na labuta diária sua eficiência e excelência física - além do ótimo temperamento que deveriam conservar e desenvolver – sendo, portanto, selecionados e procriados de maneiras diversas: gerando raças distintas daquelas que surgiam na Europa na mesma época.
Esse tipo de cachorro (bulldog) em terras brasileiras se preservou, sobretudo, graças ao seu talento para o trabalho; quase sempre em frigoríficos e abatedouros derrubando o boi fujão e guardando a propriedade do patrão.
Devido à introdução de novas leis e medidas sanitárias (e sua aplicação mais efetiva), a partir das décadas de 1960-70, esses animais, antigos buldogues campeiros, começaram a desaparecer. Quando lhes faltou o trabalho e a possibilidade de se manter outros animais vivos em abatedouros e frigoríficos, além daqueles a serem abatidos, eles ficaram sem casa e sem emprego, perdendo suas características marcantes a cada cruzamento mal feito, a cada “burdogue” que se afastava da lida campeira.
Hoje, graças ao interesse e dedicação de um homem, Ralf Bender: e de tantos outros colaboradores (anônimos ou não), que a partir de 1977 começaram a buscar, recolher, criar e recriar a espécie o buldogue campeiro já é uma raça reconhecida e adimirada por muitos; dentro e fora do Brasil.