Caracaço

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O "Caracaço" foi uma explosão social expontânea, de grandes proporções, ocorrida na Venezuela no dia 27 de fevereiro de 1989 em repúdio ao pacote de medidas econômicas neoliberais imposto pelo governo de Carlos Andrés Pérez.

Índice

1 Introdução
2 Histórico
3 Referências
4 Bibliografia

[editar] Introdução

O “Caracaço” foi assim denominado por ter tido como epicentro Caracas, a capital da Venezuela, embora fenômenos semelhantes tenham ocorrido em vários outros Estados do país.

A causa mais imediata da rebelião popular foi o aumento do preço do transporte coletivo em conseqüência da alta do preço nos combustíveis. Nesse dia "ônibus eram apedrejados e queimados em todo o país, e lojas, supermercados, shopping centers, pequenos comércios, nada escaparia aos saques de uma turba em que já não se podia discernir o que eram trabalhadores em protesto ou simples miseráveis famintos. Gangues urbanas se juntaram à confusão para promover vandalismo, roubos e invasões de estabelecimentos", ^[1]. Os militares saíram dos quartéis para restabelecer a "ordem" e provocaram um massacre de grandes proporções.

[editar] Histórico

O "Caracaço" ajuda a entender a tentativa de golpe por Hugo Chávez em 1992. Essa violenta revolta popular generalizada, que degenerou em vandalismo, foi apenas um dos sinais que dava uma sociedade gravemente enferma, na qual os 10% mais pobres da população detinham apenas 1,6% da renda nacional (PIB) enquanto os 10% mais ricos detinham 32%. A pobreza alcançava 85% da população e as classes A e B, somadas, representavam apenas 3,5% dos venezuelanos. ^[2]

O "Caracaço" serviu como catalizador para acelerar os planos de um movimento clandestino, constituído em dezembro de 1982: o "Movimento Bolivariano Revolucionário 200", que foi crescendo internamente entre os militares e se expandiu para setores civis.

Esse movimento organizou em 4 de fevereiro de 1992, três anos após o "Caracaço", uma sublevação militar contra o presidente Carlos Andrés Pérez que, embora tenha fracassado como golpe de estado, permitiu catapultar para o cenário nacional o líder maior do Movimento, o tenente-coronel Hugo Chávez Frías.