Carlos Vaz
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Carlos Vaz (Carlos Rodrigo da Silva Vaz) (n. Caminha, 21 de Junho de 1970) é um autor contemporâneo de Língua Portuguesa. Formou-se em Filosofia e Humanidades pela Universidade Católica de Braga e complementou com o mestrado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Carlos Vaz é o autor da conhecida trilogia da experiência: A Casa de Al'isse, Seres de Rã e o romance premiado pela crítica Capricho 43. Para além destas obras, é também o autor do livro de poesia Laivo e do ensaio premiado pela crítica Diários de um Real-Não-Existente, entre outros. Recebeu o Prémio Vergílio Ferreira (Gouveia) em 2005 e o Prémio Literário António Paulouro (Fundão) em 2006. A originalidade do seu estilo literário é considerada por alguns críticos como uma escrita onde as dicotomias encontradas, medo/coragem, sonho/razão, humanidade/monstruosidade, memória/esquecimento, criança/homem, crítica/sonho, branco/cores, entre outras, geram a metamorfose desejada do leitor numa entrega do seu corpo ao acolher a própria viagem do texto. Na verdade, as obras deste autor entrecruzam-se com textos ou ensaios científicos (encarnados pela figura de Isaac), com a pintura (Goya, Paula Rego, Helena Almeida...), e a literatura infanto-juvenil, etc. É essencialmente uma literatura de fascínio e de encanto que conquista o leitor mais exigente, logo desde a primeira página.
Índice |
[editar] Obra
Poesia
- 2000 - "Laivo" (poesia)
Romance
- 2002 - "Seres de Rã": I - Trilogia da Experiência (romance)
- 2004 - "A Casa de Al'isse": II - Tril. da Experiência (romance)
- 2007 - "Capricho 43": III - Tril. da Experiência (romance), Prémio Nacional de Literatura António Paulouro - 2006
Ensaio
- 2005 - "Diários de um Real-Não-Existente" (ensaio), Prémio Nacional de Literatura Vergílio Ferreira - 2005
Antologias
- 1998 - "Do Fingimento que Somos" (Autores de Braga\poesia)
- 2004 - "Isto é Poesia" (Ed. Labirinto\poesia)
- 2004 - "Histórias para um Natal" (Ed. Labirinto\conto)
- 2005 - "Afectos" (Ed. Labirinto\poesia)
- 2006 - Revista "Saudade8" (Edições do Tâmega\poesia)
- 2007 - "Afectos - Mulheres" (Ed. Labirinto\poesia)
[editar] Prémios
Pela sua obra recebeu vários prémios:
- 1998 - Concurso Literário Poema, Lume Firme (Braga - 1998)
- 2005 - Prémio Nacional de Literatura Vergílio Ferreira (Gouveia - 2005)
- 2006 - Prémio Literário António Paulouro (Fundão - 2006)
[editar] Sinopse das obras principais
[editar] Seres de Rã
Quatro histórias, ligadas à doença psicossomática de uma personagem sem nome, espoletam o enredo de todo o texto. As personagens procuram a sua própria carne ao emparedarem-se como figuras de um livro. Sempre que o fazem, uma a uma, vão desaparecendo dentro de uma casa, rebentando como pequenas bolinhas de sabão. No fim ficam as quatro histórias, as reais paredes que dão o corpo ao sentido de toda a obra. Só no visionamento das mesmas conseguimos compreender toda a arquitectura de que são feitas as personagens.
[editar] A Casa de Al'isse
Duas crianças, Alo e Letes, brincam, ao longo do texto, com a personagem principal. Desta brincadeira textual originada por uma possibilidade infindável de jogos e sentidos nascem experiências pensáveis de um jogo textual que, aos poucos, se desenrola como uma película de filme. Assim, o leitor torna-se parte activa da história por entrar como peça no tabuleiro e ao alimentar-se (alo) do texto como forma de produzir novos sentidos.
[editar] Diários de um Real-Não-Existente
É o ensaio com que o autor obteve o Prémio Nacional Vergílio Ferreira (2005 - Gouveia). Este ensaio baseia-se num estudo sobre os três diários de Maria Gabriela Llansol: "Um Falcão no Punho", "Finita", "Inquérito às Quatro Confidências". O ensaio conta ainda com um prefácio de João Barrento.
[editar] Capricho 43
É o romance com que o autor obteve o Prémio Literário António Paulouro (2006 - Fundão). Capricho 43 é essencialmente uma obra de ficção de viagem pelo rio Letes, o rio do esquecimento, numa espécie de barco, que é um tanque de cimento, cuja tripulação procura ilhas de encontro, o encontro com a ciência, através das experiências pensadas de Isaac Newton, e o encontro com a arte, mais propriamente a pintura, com o conjunto de desenhos intitulados por Goya de Caprichos. Tudo isto narrado sempre num corpo de crescimento e de interrogação quase infantil do estranho homem-que-separa-as-águas e a sua Mãe.
[editar] Ensaios sobre a obra do autor
- Um Corpo em Prestação, Catarina Nunes
- Diários de um Real-Não-Existente, João Barrento
- Para uma leitura de Carlos Vaz, João Ricardo Lopes
- Do Corpo de Metades ao Corpo da Casa, João Ricardo Lopes
- A Dificuldade de Perder o Nome que Impede o Nome, Luís Mourão
- A viagem textual em busca do aperfeiçoamento do mundo, Maria Teresa Dias Furtado
- Para uma Leitura de Seres de Rã, Pompeu Miguel Martins
- Ensaio sobre a Cabeça de Alice, valter hugo mãe
[editar] Transversalidade da obra com outros artístas
[editar] Isabel Ferreira Alves, pintora
Fez diversos trabalhos em técnica mista s/ papel de parede, partindo do universo literário deste autor, bem como algumas esculturas sobre chapa de zinco, inspiradas na obra literária de Carlos Vaz. Séries intituladas: "Os Monstros da Casa" e "A Casa de Al'isse".
[editar] Francisco Presa, músico
Músicas como "Silêncio" e "Maldita Ciência", cujas letras foram retiradas do primeiro livro do autor "Laivo".