Charles Foster Kane
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Um gênio de apenas 25 anos lançou em 1941, um dos maiores clássicos do cinema: Cidadão Kane. Orson Welles, o mesmo radialista que alguns anos antes causara comoção e desespero em muitas pessoas por apresentar uma narrativa radiofônica de uma invasão alienígena à Terra, ocupou o cargo de diretor e ator principal da película.
O filme conta a história de Charles Foster Kane, um magnata da imprensa norte-americana. A trama percorre desde sua infância até sua morte, por meio de entrevistas feitas por um repórter a pessoas que haviam convivido com ele. Porém, o foco central das entrevistas, é descobrir o significado das últimas palavras que o magnata havia pronunciado.
Charles Foster Kane, o personagem principal, teria sido um homem de grande notabilidade no cenário político dos Estados Unidos do início do século. Dono da rede de jornais Inquirer, ele manipulava qualquer grande instituição da imprensa.
Sendo assim, a sua morte, no início do filme, gera um rebuliço no país, o que se agrava pelo mistério despertado por sua última palavra antes de morrer. Um repórter, em busca de um significado para "Rosebud", vasculha o passado de Kane, entrevistando as cinco pessoas que foram mais ligadas a ele.
O lançamento do filme foi marcado por polêmicas: a figura de Charles Foster Kane atingiu magnatas americanos que se sentiram ofendidos pela suposta representação que estaria sendo feita deles no filme.
Porém, o que realmente fez de Cidadão Kane um marco do cinema foi o domínio que seu diretor tinha da linguagem cinematográfica. Welles criou uma nova forma de se fazer cinema: entrecortar o enredo com flashbacks, utilizar a profundidade das cenas, montar contrastes impressionantes entre o claro e o escuro. Essas e muitas outras são inovações que talvez hoje passem despercebidas nos filmes modernos, mas só começaram a existir depois de Cidadão Kane.
O filme critica a manipulação das informações pelos órgãos oficiais e pela própria imprensa, além de questionar os valores pessoais dos repórteres, quando o "furo" de reportagem tem um peso muito maior que o objeto de que se está tratando.
Kane e Roberto
O protagonista deste filme tem semelhanças marcantes com Roberto Marinho, o homem mais conceituado da maior rede nacional de rádio e televisão - muitos também o comparam a Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, mas tal analogia não cabe aqui.
Assim como Kane, Roberto Marinho, um jovem repórter de 21 anos, sucedeu o pai Irineu Marinho após sua morte inesperada, e começou a mais longa direção de um jornal, o carioca O Globo.
A idade provecta não alterou em Roberto Marinho a severidade dos hábitos pessoais, o culto ao trabalho, as práticas esportivas cultivadas com discrição: o hipismo, a natação, a pesca submarina mantiveram a forma física que lhe assegurou a agilidade mental na casa dos noventa anos, quando começou a transferir aos filhos o comando das organizações. Mantém-se, porém, presente às grandes decisões da empresa em boa parte tomadas por ele.
O gosto pela pintura brasileira formou sua coleção de artistas contemporâneos, uma das mais completas no país. O despertar da responsabilidade cultural levou o presidente das Organizações Globo a criar nos anos 70 a Fundação Roberto Marinho para ser instrumento de preservação da memória artística brasileira. Elegeu-se então à Academia Brasileira de Letras.
Hoje, aos 94 anos de vida ativa, Roberto Marinho mantém intacto o gosto do jornalismo, que é a sua segunda natureza. Telefona a qualquer momento do dia ou da noite para as centrais de informação das emissoras ou à redação de O Globo para passar notícias e pedir informações sobre os fatos em andamento.