Ciência Náutica Portuguesa
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No século XIII eram já conhecidas as regras de navegação através da posição solar, como transparece nos Libros del Saber de Astronomia compilados pelo rei Afonso X de Castela e em outras obras de cariz similar, assim como no Tratado de Tordesilhas se menciona o Regimento do Sol.
Derivando e aproveitando este saber, a ciência náutica portuguesa consistiu num somatório progressivo de preceitos relativos à navegação astronómica no Oceano Atlântico durante o século XV, tendo contribuído para esta compilação a experiência dos pilotos. A navegação era feita num período inicial por estimativa do piloto, e posteriormente através da comparação das alturas da Estrela Polar, apesar de poder ser tomada uma outra estrela bem visível como referência.
Evoluindo, foram sendo adicionadas sete posições diurnas da mesma Estrela e elaborado o inovador Regimento da Estrela do Norte ou da Polar que no século XV compilou todas as normas de navegação segundo este sistema. Após a edição deste manual iniciou-se uma navegação que tinha em consideração as latitudes, que foram também calculadas através da altura meridiana e das tabelas de declinação do Sol. A toleta de marteloio deu origem a uma obra mais perfeita, o "Regimento das Léguas", que permitia calcular a quantidade de léguas navegadas entre dois paralelos, tendo também contribuído para a ciência náutica portuguesa os catálogos das declinações de estrelas e outras normas práticas.
A expansão portuguesa obrigou igualmente a uma evolução bastante rápida da ciência náutica, uma vez que se tornou necessário superar novos obstáculos, tendo a investigação e evolução estado a cargo de uma elite de astrónomos, pilotos, matemáticos e cartógrafos, entre os quais se destacaram Pedro Nunes (com os estudos sobre a forma de determinar as latitudes por meio dos astros, entre outros) e D. João de Castro (que investigou o magnetismo da Terra).