Diogo de Torralva
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Diogo de Torralva foi um escultor e arquitecto do século XVI, não se sabe exactamente a sua proveniência, apontando-se como hipóteses tanto o Piemonte como Espanha.
Em Portugal casou no ano de 1534 com a filha de Francisco de Arruda, o arquitecto da Torre de Belém, e regista-se a actividade de um seu irmão, Gonçalo de Torralva, enquanto trabalhador de pedra em locais como Tomar, Miranda do Douro e Guarda. Com um estilo ainda renascentista no início dos seus trabalhos em Portugal, depressa Diogo de Torralva se imporia como um dos principais introdutores e expoentes da corrente maneirista no seu tempo no País.
O contrato mais antigo que se lhe conhece foi o que efectuou para o projecto do túmulo de D. Luís da Silveira (Góis), em 1529, tendo a execução estado a cargo de Diogo de Castilho. Em 1534 tornou-se mestre das obras régias e dois anos depois foi encarregue da construção da igreja de Nossa Senhora da Graça em Évora. A capela-mor da igreja do Mosteiro dos Jerónimos conheceu também a sua intervenção, entre os anos de 1550 e 1551, mas seria Jerónimo de Ruão quem a concluiria em 1571.
Registou-se a presença deste arquitecto na cidade fortificada de Mazagão no ano de 1541, com a função de inspeccionar as obras que a coroa estava a levar a cabo nesta praça, e três anos depois projectou uma outra igreja para Évora: a do Bom Jesus de Valverde. Assumiu o cargo de mestre das obras dos Paços de Évora e da totalidade do que era o Alentejo em 1548, uma vez que Francisco de Arruda, seu sogro e até então no desempenho destas funções, faleceu. Portalegre recebeu nesta altura o projecto seu de um túmulo para D. Jorge de Melo, e em 1549 pensa-se que terá projectado a ermida de Santo António em Lisboa. O Templo da Conceição de Tomar e o Convento da Madre de Deus de Lisboa teriam recebido igualmente a sua intervenção.
Entre os anos de 1554 e 1562, trabalhou no Convento de Cristo de Tomar, tendo projectado a partir de 1557 o claustro maneirista (atribuindo-se-lhe igualmente um medalhão com o que será o seu retrato) e, no mesmo ano, segundo o Cardeal Saraiva, trabalhava também como arquitecto no Mosteiro da Batalha.