Festival de Osun
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No dia do Festival Anual de Osun na Nigéria, Atáója - contração de frase yoruba A téwó gbáà eja ("Ele estende as mãos e recebe o peixe") - vai solenemente até as margens do rio. Tem a cabeça coberta por uma coroa monumental feita com pequenas reunidas e é vestido com pesada roupa de veludo. Anda com calma e gravidade, rodeado por suas mulheres e seus dignatários. Nessa procissão anual, uma de suas filhas leva a cabaça contendo os objetos sagrados de Oxum. É a Arugbá Òsun ("aquela que leva a cabaça de Oxum"). Ela representa a moça que outrora desapareceu no rio. Sua pessoa é sagrada, e o próprio rei inclina-se à sua frente. Depois que atinge a idade da puberdade, ela não pode mais preencher esta função. Mas, pela graça de Oxum, a descendência de Atáója é sempre numerosa, não faltando, pois, a possibilidade de se encontrar uma Arugbá Òsun disponível.
O Atáója senta-se numa clareira e acolhe as pessoas que vêm assistir à cerimônia. Os reis e os chefes das cidades vizinhas estão todos presentes ou enviam representantes. As delegações chegam, uma após a outra, acompanhadas de músicos. Trocas de saudações, posternações e danças sucedem-se como formas de cortesia recíprocas, com animação crescente. Ao final da manhã, Atáója, acompanhado do seu povo e dos seus hóspedes, aproxima-se do rio e aí manda lançar oferendas e comidas, no mesmo lugar onde Laro, fundador de Osogbo segundo o folclore local, o fizera outrora. Os peixes as disputam sob o olhar atento das sacerdotisas de Oxum.
A seguir, Atáója dirige-se até as proximidades de um templo vizinho e senta-se sobre Òkúta Laro, uma pedra onde o seu ancestral Laro teria repousado em outros tempos. A adivinhação é para saber se Oxum está satisfeita e se ela tem vontades a exprimir. Atáója então, volta para a clareira, onde recebe e trata os seus convidados com uma generosidade comparada com a de Oxum, a rainha dos rios.