Hepatite autoimune
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A hepatite autoimune ( HAI ) é uma doença causada por um distúrbio do sistema imunológico, que passa a reconhecer as células do fígado ( principalmente hepatócitos ) como estranhas e desencadeia uma inflamação crônica e destruição progressiva das mesmas, evoluindo na maioria dos casos diagnosticados para cirrose e suas complicações. Cirrose biliar primária, colangite esclerosante primária, colangite autoimune e outras hepatopatias crônicas que têm bases imunológicas, pelas suas manifestações colestáticas e pela resposta insatisfatória à corticoterapia, são consideradas à parte.
[editar] Diagnóstico
A hepatite autoimune é caracterizada por:
- anticorpos contra pontos específicos dos hepatócitos ( nucleares, citosólicos ou microssomais );
- aumento nas gamaglobulinas ( proteínas do sistema imunológico ), especialmente a IgG;
- pelo menos hepatite de interface ( necrose em saca-bocado ou hepatite periportal ) à biópsia hepática;
- melhora com a corticoterapia;
- os primeiros sintomas surgem em períodos de exacerbação da doença, podendo ser fatais;
- ausência de achados clínicos ou laboratoriais que indiquem outra causa para a hepatite além da HAI.
Como não há um exame específico para a HAI, o diagnóstico é baseado em um score ( sistema de pontos ), onde características da HAI "ganham" pontos e características que sugiram outras causas "perdem" pontos. Antes do tratamento, pontuação maior de 15 significa diagnóstico de certeza e de 10 a 15 seria uma "provável" HAI. Como uma das características da HAI é a melhora com a corticoterapia, há pontuação após o tratamento: acima de 17, "certeza" e entre 12 e 17 "provável". Essa diferenciação existe porque geralmente é necessário um diagnóstico provável ou de certeza para começar um tratamento. Se esse tratamento não surtir nenhum efeito benéfico, é pouco provável que o diagnóstico de HAI esteja correto.
[editar] Tratamento
A prednisona, sozinha ou em associação com a azatioprina, produz remissão ( normalização ) clínica, bioquímica e histológica em 65% dos portadores de hepatite autoimune severa dentro de 2 anos. A expectativa de vida após tratamento em 10 e 20 anos são acima de 80% e é igual à da população da mesma região, idade e sexo. Portadores de doença com o mesmo grau de agressividade, se não tratados, têm uma mortalidade de 50% em 3 anos e 90% em 10 anos.
O risco-benefício da corticoterapia ( uso de corticosteróides, como a prednisona ) em portadores de doença mais leve não é tão clara. A cirrose se desenvolve em 49% em 15 anos e a mortalidade em 10 anos é de 10%. Com essa evolução mais lenta, o custo-benefício do tratamento deve ser bem avaliado. Mudanças cosméticas ( espinhas, aumento de peso ) ocorrem em 80% dos pacientes em 1 ano de tratamento. O risco de câncer (fora do fígado) com a corticoterapia é 1,4 vezes o normal.
[editar] Referências
- Hepatite autoimune - artigo de revisão do website Hepcentro