Ignacio Allende
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Ignacio José de Allende y Unzaga (1769-1811) foi um capitão do exército realista no México que se juntou ao movimento de independência do país. Assistiu às primeiras reuniões secretas dos rebeldes organizadas pelos corregidores de Querétaro tendo lutado ao lado do padre Miguel Hidalgo na primeira fase da guerra da independência. Substituiu Hidalgo à frente dos insurgentes. Traído em Chihuahua foi julgado e executado, sendo a sua cabeça exposta numa das esquinas da Alhóndiga de Granaditas.
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[editar] Biografia
Allende nasceu a 21 de Janeiro de 1769 no seio de uma desafogada família espanhola de San Miguel el Grande (hoje San Miguel de Allende). Seu pai era Domingo Narciso de Allende, um comerciante abastado. Em 1802 foi incorporado no exército vice-reinal da Nova Espanha, conseguindo subir na hierarquia militar, sob as ordens de Félix María Calleja. Nesse mesmo ano casou, mas a sua esposa faleceu passado pouco tempo. No ano de 1806 começou a simpatizar com a ideia de tornar a Nova Espanha independente do reino espanhol. No ano de 1808 regressa à sua terra natal do seu destacamento no Texas, para assumir o comando dos Dragones de la Reina, um regimento de cavalaria de élite.
Em 1809 foi descoberto numa das reuniões clandestinas a favor da independência, que tinha lugar em Valladolid (hoje Morelia), mas teve sorte ao não ser sancionado. Continuou o seu apoio ao movimento sendo convidado a participar na conspiração organizada por Miguel Domínguez e sua esposa, Josefa Ortíz de Domínguez, em Querétaro onde conheceria Miguel Hidalgo e o capitão Juan Aldama.
Inicialmente o movimento independentista era para ser liderado por Allende e Aldama, mas uma delação inoportuna alterou os planos e seria Miguel Hidalgo a dar início à luta com o célebre Grito de Dolores. Os conspiradores cerraram fileiras em torno de Hidalgo e após assumirem o controlo da localidade de Dolores Hidalgo, marcharam em direcção a San Miguel onde Allende conseguiu o apoio do seu regimento. Em 22 de Setembro na cidade de Celaya, Hidalgo foi oficialmente nomeado capitão general do exército insurgente e Ignacio Allende tenente general. Cinco dias mais tarde o vice-rei oferecia uma recompensa de 10 000 pesos a quem entregasse os líderes da rebelião, mortos ou vivos.
Durante a luta armada Allende ficou famoso pela sua ética e cavalheirismo no comando. Era adepto da ordem e do respeito pela população civil, não castigando nem executando os seus prisioneiros. Depois da famosa tomada de Alhóndiga de Granaditas em Guanajuato e da vitória na batalha de Monte de Las Cruces, Allende propôs a Hidalgo o assalto à capital do vice-reino, mas Hidalgo foi de opinião diferente, selando assim o destino fatal da primeira fase do movimento independentista e provocando um afastamento entre ambos que duraria até ao fim dos seus dias.
Depois da derrota na batalha de Puente de Calderón, a hierarquia do movimento exigiu a substituição de Hidalgo como líder do movimento e Allende tomou o seu lugar. Com o seu exército dizimado decidiu marchar para norte para obter mais dinheiro, armas e tropas. Em Acatita de Baján foi traído por Ignacio Elizondo e levado, juntamente com os restantes cabecilhas do movimento, para Chihuahua onde foi julgado por insubordinação e fuzilado em 26 de Junho de 1811. O seu cadáver foi decapitado e a sua cabeça pendurada numa das esquinas da Alhóndiga de Granaditas na cidade de Guanajuato, como forma de intimidar a população. Os seus restos mortais descansam actualmente na Coluna da Independência, na Cidade do México.
[editar] Curiosidades
- Na emboscada de Acatita de Baján foi morto Indalecio, seu filho fruto de uma relação mantida aos 23 anos com Antonia Herrera.
[editar] Ver também
- História do México
- Miguel Hidalgo
- Documentos de Allende em Wikisource
- Guerra da Independência do México