Joaquim Santos Simões
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Joaquim Santos Simões,(12 de Agosto de 1923 - 23 de Junho de 2004) nascido em Espinhal, concelho de Penela, Coimbra, teve um papel importante como dinamizador cultural nos vários locais onde viveu, em especial, Coimbra e Guimarães. Foi presidente da Sociedade Martins Sarmento, nesta última cidade, desde 1990, onde desenvolveu um trabalho de grande relevância, como, por exemplo, a instalação do Museu de Cultura Castreja (em Salvador de Briteiros) e a concretização da Casa de Sarmento – Centro de Estudos do Património.
De 1930 a 1934 frequentou a escolaridade básica na Vila de Espinhal, continuando, posteriormente, os seus estudos no Seminário Maior de Coimbra, de Outubro de 1934 a Novembro de 1936. Em 1937, com um ligeiro atraso, porque só nesta altura pode realizar o exame de admissão aos Liceus (tornado obrigatório no ano anterior), é matriculado no Colégio Progresso, em Coimbra.
Foi pouco depois que começou a sua actividade teatral e associativa, na sua terra natal, que se prolongou de 1939 a 1948, onde colaborou na reconstituição da Filarmónica de Espinhal.
É durante este período (1944 - 1947) que inicia, também, a sua intervenção política, ao participar nas movimentações de estudantes que reivindicam liberdade associativa para a Associação Académica de Coimbra (AAC). Em 1946 tem um papel activo no Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil). É neste contexto que, a partir do ano seguinte, começa a escrever para o Diário de Coimbra, de forma anónima ou sob o pseudónimo de Argos. Em 1948, como democrata que é, apoia a candidatura à presidência da República do General Norton de Matos.
A partir de 1946, o seu percurso cultural será dominado, essencialmente, pela sua participação no Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), onde será director, encenador, ensaiador e actor.
Tendo-se mudado para Guimarães, em 1957, para aí leccionar Matemática, continuou aí a sua acção cultural, desde sempre sob a desconfiança política do Estado Novo. Aí, foi fundador e activo dinamizador de diversas associações culturais, como o Círculo de Arte e Recreio, o Cineclube de Guimarães, o Teatro de Ensaio Raul Brandão, a Cercigui e o Infantário Nuno Simões.
Devido à sua orientação política de esquerda, foi preso pela PIDE em 1968 e afastado da função pública (só voltou a leccionar em estabelecimentos públicos depois da revolução do 25 de Abril).
A sua obra de acção cultural reflecte-se em dois dos seus livros: "Sete Anos de Luta contra o Fascismo - Academia de Coimbra 1944-1951" e "Braga, Grito da Liberdade - História Possível de Meio Século de Resistência". Escreveu ainda algumas peças de teatro e escreveu para diversas publicações periódicas.
Pertenceu à Comissão instaladora da Universidade do Minho, e, em 1986, foi nomeado, pelo reitor, para o Senado desta Universidade.
Morreu no Hospital de Fafe, vítima de doença prolongada, alguns dias depois de o seu nome ser atribuído à Escola Secundária de Veiga e pouco depois de ter aceite estar presente numa sessão comemorativa em sua homenagem, no Cineclube de Guimarães, onde, numa atitude de humildade, disse que não era ele o homenageado mas, sim, a própria instituição e as pessoas que dela faziam parte.