Lamas do Vouga
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| Concelho | Águeda |
| Área | 3,76 km² |
| População | 760 hab. (2001) |
| Densidade | 202,1 hab./km² |
Freguesias de Portugal  |
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Lamas do Vouga é uma freguesia portuguesa do concelho de Águeda, com 3,76 km² de área e 760 habitantes (2001). Densidade: 202,1 hab/km².
Localizada na zona noroeste do concelho, a freguesia de Lamas do Vouga tem como vizinhos as freguesias de Macinhata do Vouga a norte, Valongo do Vouga a leste e Trofa a sul e o concelho de Albergaria-a-Velha a oeste. É ribeirinha à margem esquerda do rio Vouga ao longo da fronteira com Albergaria-a-Velha.
É a 18º freguesia do concelho em área, a 15ª em população e a 11ª em densidade demográfica.
[editar] Lugares
- Lamas
- Pedaçães
- Vila Verde
- Vouga
[editar] Património
- Estação arqueológica do Cabeço do Vouga / Castelium Marnelis
- Ponte do Cabeço do Vouga ou Ponte Velha do Marnel
[editar] História e Origens
Orago: Santa Maria
População: 762 habitantes / 2001
Actividades Económicas: Agricultura e Comercio Festas e romarias: S. Lourenço (domingo após 10 de Agosto) e Espiríto Santo (1º domingo de Julho)
Património cultural e edificado: Igreja Matriz, Cidade Vácua e capela de Santa Maria
Locais de Interesse Turistíco: Cabeço do Vouga
Gastronomia Local: Leitão á Bairrada , Chanfana e doces regionais
Colectividades: associação de caçadores “ A norte de Águeda”, associação de Jovens de Pedaçães e associação musical “3 gerações”.
Situada no extremo oeste do concelho, na margem esquerda do Vouga, e confinando com o concelho de Albergaria-a-Velha, dista cerca de oito quilómetros da cidade de Águeda. Sendo das mais pequenas freguesias do concelho, Lamas do Vouga impõem-se, no entanto, nos campos da historicidade e da arqueologia. Foi povoação fortificada (castro) celta, que os Romanos aproveitaram e melhoraram. Implantada em invejável local - já pela beleza envolvente, já pela sua própria situação – a cidade luso-romana (Váccua) copiou e evidenciou a orgânica romana municipal do Lácio (civitas Marnelis), com a possível sucessora – ou em coexistência-, a civitas Seren. Objecto de particular atenção de gregos e latinos, o seu rio Vouga serviria de termino para divisões territoriais, por ali se quedando árabes, francos e outros. Foi um dos primeiros municípios pré-nacionais, mais tarde coutado. Escreve, a propósito, o Prof. F.D. Ladeira, na monografia “Município de Águeda”: “Do Buçaco por Vilarinho do Bairro até ao mar, até ao rio Antuã, além do Vouga, c.Estarreja, estendia-se uma enorme circunscrição. Seu início terá sido aquando da tomada de Montemor-o-Velho por D.Afonso V, de Leão. Denominava-se Terra de Vouga, Ripa Váccua, e correspondia a Ripa Ágatha, embora esta designação só se decumente no século XII, abrangendo no todo os actuais concelhos de Águeda, Anadia, Ílhavo, Vagos, Oliveira do Bairro e Albergaria-a-Velha. Tinha administração privativa, o mandante, tenens, conde Mendo Luci (…). A ideia de presença de município sugere-a a expressão de D. Teresa : Omnes homines vaugenses…, que esta rainha quis honrar, honorare, constituindo um dos primeiros coutos pré-nacionais na “terra” de Vouga, em 1117. Ao determinar a multa (calúnia), diz que ela se regularia pelo foro do Vouga. No rol das cavalariças do Vouga mencionava-se também em fórum de Vouga, os cavaleiros-vilões e o judex, que, por vezes, residia fora da sede do município. As suas leis eram aproveitadas para outros municípios, tanto mais que, nesse período, não existiam senão costumes, quase todos dos Godos.” Nos alvores da Nacionalidade e nas lides da Reconquista, os fidalgos de Marnel foram dos que mais se notabilizaram em denodadas actuações militares. Esta geração de ilustres caiu do seu prestigio com D. Afonso V. Era priorado da apresentação dos duques de Aveiro, passando para a Coroa quando esta família se extingiu, no reinado de D. José. Exactamente nessa freguesia era a Vila do Vouga, capital do concelho com o mesmo nome extinto em 31 de Dezembro de 1853. No entanto, nem toda a antiga sede era vila, pertencendo uma sua metade a outros donatários, julgado, município e capitania-mor: Aveiro. Constituída por quatro pequenos lugares (Lamas, Segadães, Vouga e Vila Verde), a terra e julgado do Vouga terá recebido foral das mãos da rainha D. Teresa. Nas inquisições de 1282, de D. Dinis, acerca das Cavalarias do Vouga, célebre imposto de cavalaria, menciona um tal “Marti Piriz doroni que foy juis”. Numa rua que dava para o Vouga lá se documenta o pelourinho, junto, como de costume, à câmara. Em 1689, o concelho do Vouga abrangia Arrancada, o lugar de Santo António, Vale Maior e Carvalhal da Portela, Lanheses, Mesa, Macinhata, metade da Aguieira, Veiga, Ferreiros, Soutelo, Sabugal e as Povoas de Cadaveira, Mouta, Moutedo, Campelinho, Assores, Viade, Salgueiro, Redondo, Bico, A-do-Fernando das Cavadas, Troviscal, Toural, Lavegadas, Chouchos e Mocho. Sobre a origem do topónimo Lamas do Vouga, esclarece novamente o Pe. Ladeira: “Marnel é um termo árabe ou arabizado via latina marium, e o seu significado é o mesmo de Lamas, ou seja pântano, lameirinho, alagadiço, pateira… Como tal já se documenta em 957.(…) Há mais três freguesias com o mesmo nome e diversos lugares. Quanto a Vouga (rivulum, rio), mais tarde popullus (povoação), porquanto o mais usual (…) é dar o rio o nome ao aglomerado. Originariamente poderíamos considerá-lo ibérico ou pré-latino ou mesmo celta, de uakoua, embora a maioria propenda para o latim, e assim aparece Váccua. Grafou-se porem de muitas formas [desde 24 d.c. até aos nossos dias]: Baoca, Bauca, Bouca, Bouga, Uakoua, Uauga, Vacca, Vaccua, Vacuam, Vacum, Vauca, Vauga, Voaga, Voga, Vouga, Vouuga, Vaci(…). A actual forma Vouga documenta-se em 1077. (…) Mesmo sem patrocinarmos a plausível hipótese do mar chegar ali perto e que as marés influenciassem as regiões próximas, pela presença de um enorme esteiro, teríamos assim no esvaziar de vácua, Vouga, numa aproximação de vágua, vaguar. O vizinho topónimo árabe Almear, que significa farol, farolim, confirma a chegada do mar áquela povoação(…). Tão corrente o termo Lamas, existe no latim lama, ou seja lodo, este também na mesma língua: lutu. È frequente no ocidente e na Apúlia, Itália.
