Leiria
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- Nota: Para outros significados de Leiria, ver Leiria (desambiguação).
Brasão | Bandeira |
Vista panorâmica de Leiria |
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Gentílico | Leiriense |
Área | 564,66 km² |
População | 124 701 hab. (2004) |
Densidade populacional | hab./km² |
Número de freguesias | 29 |
Fundação do município (ou foral) |
1142, 1195 |
Região | Centro |
Sub-região | Pinhal Litoral |
Distrito | Leiria |
Antiga província | Beira Litoral |
Orago | Nossa Senhora da Encarnação |
Feriado municipal | 22 de Maio |
Código postal | 2400 Leiria |
Endereço dos Paços do Concelho |
Largo da República 2414-006 LEIRIA |
Sítio oficial | http://www.cm-leiria.pt |
Endereço de correio electrónico |
cmleiria@cm-leiria.pt |
Municípios de Portugal |
Leiria é uma cidade portuguesa, capital do distrito de Leiria, situada na região Centro e subregião do Pinhal Litoral. A cidade conta com cerca de 50 600 habitantes (62 500 na área urbana).
É sede de um concelho com 564,66km2 de área e 119 870 habitantes (2001), subdividido em 29 freguesias. O município é limitado a norte/nordeste pelo concelho de Pombal, a leste por Ourém, a sul pela Batalha e por Porto de Mós, a sudoeste por Alcobaça e a oeste pelo concelho da Marinha Grande. O município tem também uma faixa costeira com o Oceano Atlântico, que se situa também a oeste.
É banhada pelo Rio Lis e pelo Rio Lena.
O concelho recebeu o primeiro foral de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, em 1142, sob o nome de Leirena.
Foi uma das cidades escolhidas para fazer parte do Euro 2004, e graças a isso o seu estádio municipal sofreu uma grande remodelação.
Com uma gastronomia variada e com tradições reconhecidas, o concelho é historicamente rico, como o testemunham o Castelo da cidade e o Santuário de Nossa Senhora da Encarnação. Leiria dispõe ainda, na sua região, das Termas de Monte Real, de praias como a do Pedrógão, da Lagoa da Ervideira e da mata municipal de Marrazes.
É de destacar a feira anual, realizada entre os dias 1 e 25 de Maio, que se integra em ampla tradição da região. O feriado municipal é no dia de Nossa Senhora da Assunção, a 22 de Maio.
Índice |
[editar] Geminação
[editar] Freguesias
O concelho de Leiria conta com 29 freguesias, que são as seguintes:
[editar] História
A região onde se situa Leiria é habitada há já longos tempos, apesar de a sua história precoce ser bastante obscura. Os Turduli, um povo indigeno da Ibéria, estabeleceu um povoado junto à cidade actual de Leiria (a cerca de 7 km). Esta povoação foi depois ocupado pelos Romanos, que a expandiram sobre o nome de Collippo. As pedras da cidade anciã romana foram usadas na Idade Média para construir parte de Leiria.
Pouco é conhecido sobre a área nos tempos dos Visigodos, mas durante o período de domínio Árabe, Leiria era já uma vila com praça. A Leiria moura foi capturada em 1135 pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, durante a chamada Reconquista. Esta localidade foi brevemente retomada pelos Mouros em 1137, e mais tarde em 1140. Em 1142 Afonso Henriques reconquistou Leiria, sendo deste ano o primeiro foral, atribuído para estimular a colonização da área. Leiria foi ainda conquistada pelos mouros em 1190 e 1195, sendo retomada finalmente pelo rei D. Sancho I, segundo rei de Portugal.
Os dois reis esforçaram-se por reconstruir as muralhas e o castelo da vila, para evitar novas incursões mouras. A maioria da população vivia dentro das muralhas protectoras da cidade, mas já no século XII uma parte da população vivia na sua parte exterior. A mais antiga igreja de Leiria, a Igreja de São Pedro, construída em estilo românico no último quartel do século XII, servia a freguesia exterior às muralhas.
Durante a Idade Média, a importância da vila aumentou, e foi sede de diversas Cortes. As primeiras Cortes realizadas em Leiria foram em 1245, durante o reinado de Afonso II. No início do século XIV (1324), D. Dinis mandou erguer a torre de menagem do castelo, como pode ser visto numa inscrição na torre. Este rei construiu também uma residência real em Leiria (actualmente perdida), e viveu por longos períodos na cidade, que ele doou como feudo à sua esposa, a Rainha Santa Isabel. O rei também ordenou a plantação do famoso Pinhal de Leiria, próximo da costa com o Oceano Atlântico. Mais tarde, a madeira deste pinhal seria usada para construir as naus que serviram os Descobrimentos portugueses, nos séculos XV e XVI. Durante o século XV os judeus desenvolveram neste concelho uma das mais notáveis comunidades, ao ponto de empreenderem uma florescente actividade industrial.
No fim do século XV, o rei D. João I construiu um palácio real dentro das muralhas do castelo. Este palácio, com elegantes galerias góticas que possibilitam vistas maravilhosas da cidade e da meio envolvente, ficou totalmente em ruínas, mas foi parcialmente reconstruído no século XX. D. João I foi também o responsável pela reconstrução da Igreja de Nossa Senhora da Pena, localizada dentro do perímetro do castelo, num estilo gótico tardio.
Por volta do fim do século XV, a cidade continuou a crescer, ocupando a área que se estende desde a colina do castelo até ao rio Lis. Em Leiria foi impresso o primeiro livro em Portugal. O rei D. Manuel I deu à localidade um novo foral em 1510, e em 1545 foi elevada à categoria de cidade, tornando-se sede de Diocese. A Sé Catedral de Leiria foi construída na segunda metade do século XVI, numa mistura dos estilos renascentista (gótico tardio) e maneirista (renascimento tardio).
Comparando com a Idade Média, a história subsequente de Leiria é de relativa decadência. No entanto, no século XX, a sua posição estratégica no território português favoreceu o desenvolvimento de indústrias diversas, levando a um grande desenvolvimento da cidade e da sua região.
De facto, durante vários anos, Leiria era das poucas capitais distritais que não era a cidade mais populosa do distrito a que pertencia, sendo suplantada pela cidade de Caldas da Rainha. Contudo, nos últimos a cidade tem-se desenvolvido de forma extraordinária, e é já um dos principais 25 centros urbanos de maiores dimensões do país.
Actualmente, a presidente de câmara é Isabel Damasceno Campos Costa, pelo PSD.
[editar] Geografia e Localização
Leiria está situada entre as duas principais cidades portuguesas, Lisboa e Porto, junto ao litoral do país. Dista cerca de 140 km de Lisboa, 179 km do Porto e 55 km de Coimbra. A cidade é o centro de uma área de influência de cerca de 350 000 habitantes, que abrange outros aglomerados populacionais, como as cidades de Marinha Grande, Pombal, Ourém, Fátima e Alcobaça.
Leiria está também próxima de praias como a Praia da Vieira, a praia do Pedrógão, São Pedro de Moel, Paredes da Vitória e Nazaré (Portugal). Localizam-se relativamente próximos da cidade vários monumentos de interesse: o Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro da Batalha, o Castelo de Porto de Mós e o Castelo de Ourém. A vila histórica de Aljubarrota situa-se a cerca de 25 km de Leiria, e é também próxima a cidade de Fátima, conhecida pelo seu Santuário e pelo seu valor religioso.
Leiria situa-se na veiga por onde corre o Rio Lis, na Beira Litoral. A cidade histórica estende-se entre a colina do castelo e o rio Lis.
[editar] Clima
Leiria encontra-se junto ao Oceano Atlântico, o que faz com que os meses de Primavera e Verão sejam habitualmente solarentos e com temperaturas elevadas, principalmente nos meses de Julho e Agosto. Nestes meses as temperaturas sobem até mais de 30ºC, sendo contudo raro atingirem os 40ºC. O Outono e o Inverno são tipicamente chuvosos e com vento, apesar de não serem raros dias de sol. As temperaturas raramente descem abaixo dos 5ºC, sendo a média de 10ºC. O clima da cidade de Leiria é classificado como Atlântico-Mediterrâneo.
[editar] Demografia
População do concelho de Leiria (1801 – 2004) | ||||||||
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1801 | 1849 | 1900 | 1930 | 1960 | 1981 | 1991 | 2001 | 2004 |
37930 | 29803 | 54422 | 55234 | 82988 | 96517 | 102762 | 119847 | 124701 |
De acordo com o censo de 2001, a população da cidade é de aproximadamente de 50 000 habitantes. A cidade divide-se em 6 freguesias (Barosa, Barreira, Leiria, Marrazes, Parceiros e Pousos). O município tem um total de 29 freguesias e conta com 119 870 habitantes.
[editar] Economia
A região vive do comércio, da agropecuária e da indústria, destacando-se o fabrico de objectos de cerâmica, plásticos, moldes e cimentos. A construção civil tem também um peso importante, assim como o turismo. O principal sector económico é o sector terciário, dos serviços.
[editar] Transportes
Leiria está ligada aos seus subúrbios e ao resto de Portugal pela rede rodoviária. Existem duas auto-estradas a servir a cidade, a A1 e a A8. A A1 possibilita o acesso a algumas das principais cidades portuguesas, como Lisboa, Santarém, Torres Novas, Fátima, Coimbra, Aveiro e Porto, assim como ao aeroporto da Portela e aos principais portos do país. Por sua vez, a A8 possibilita ligações mais locais, conectando a cidade com a região Oeste, e com centros urbanos como a Marinha Grande, Pataias, Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Torres Vedras, Mafra, e, por fim, Lisboa. A cidade é ainda servida pelo IC2, que atravessa o concelho e possibilita a ligação a Pombal, às vilas da Batalha, Benedita e Alenquer, e à cidade de Rio Maior, onde há ligação com a A15.
[editar] Educação
Em Leiria localiza-se a sede do Instituto Politécnico de Leiria, uma instituição politécnica de ensino superior que tem também escolas em Peniche e na cidade das Caldas da Rainha. Esta instituição foi fundada em 1987. Em Leiria localizam-se três das cinco escolas deste instituto politécnico: a Escola Superior de Educação de Leiria, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria e a Escola Superior de Saúde de Leiria.
[editar] Desporto
A cidade tem a sua própria equipa de futebol, a União Desportiva de Leiria, habitualmente chamada somente de União de Leiria. Esta equipa joga actualmente no principal escalão do futebol português, a Liga betandwin.com. O clube joga no estádio municipal, o Estádio Dr. Magalhães Pessoa, situado por baixo da colina do Castelo. Contudo, a afluência de público ao estádio é uma das menores de toda a 1ª liga. Este foi um dos estádios onde decorreu o Campeonato Europeu de Futebol de 2004, usualmente chamado de Euro2004. Para receber alguns dos jogos desta competição, o estádio foi reformulado, passando a ter uma capacidade para 25 mil espectadores. Em Leiria jogaram-se duas partidas do Grupo B, o Suiça-Croácia, e o Croácia-França. Curiosamente, os dois jogos terminaram empatados. Na cidade existe também uma equipa de hóquei em patins: o Hóquei Clube de Leiria.
[editar] Museus
Museu da Imagem em Movimento – Este museu resultou de uma exposição comemorativa dos 100 Anos do Cinema em Portugal (1995), tendo surgido face à necessidade reconhecida de encontrar um espaço onde os elementos ligados à arte cinematográfica então reunidos pudessem ser devidamente expostos e divulgados. Contempla ainda a instalação de uma biblioteca especializada e videoteca vocacionada para o cinema português.
Museu da Fábrica de Cimentos Maceira-Lis – Tendo sido inaugurado no ano de 1991, nele se preserva o património da respectiva fábrica, cuja história se encontra ligada à evolução desta indústria em Portugal. Integra ainda, fora do perímetro fabril, a primeira locomotiva a vapor da fábrica, a Central Turbo-Geradora, a primitiva Casa da Direcção e o moinho de vento.
[editar] Monumentos
Castelo de Leiria – Depois de conquistar Leiria aos Mouros, D. Afonso Henriques mandou, em 1135, construir um castelo nesta localidade. Foi amuralhado em 1195, a mando de D. Sancho I, e, em 1324, D. Dinis mandou construir a torre de menagem, e transformou a fortaleza em palácio. As Invasões Francesas provocaram danos elevados, mas o Castelo de Leiria conseguiu preservar a sua beleza. O castelo, tal como hoje se apresenta, é fruto de uma recriação recente. No século XIX, estando a fortificação medieval em ruínas, o arquitecto de origem suíça Ernesto Korrodi elaborou, a partir de 1898, um plano de reconstrução. Este plano baseava-se, não num levantamento arqueológico, mas na visão romântica da arquitectura medieval do arquitecto. As obras duraram de 1915 a 1950, tendo a intervenção dos Monumentos Nacionais. Do alto do castelo, avista-se o tecido urbano da cidade, assim como a sua periferia rural.
Santuário de Nossa Senhora da Encarnação – Construído no século XVI, tem a sua base nas ruínas do templo de São Gabriel. No século XVIII, foi acrescentada uma grande escadaria barroca, que possibilita o acesso à capela, de alpendre arqueado, onde figura uma imagem quinhentista de São Gabriel.
Sé Catedral de Leiria – O início da sua construção data de 1559, em pleno século XVI, sendo a sua edificação concluída apenas na segunda metade do século XVII. Embora apresente a verticalidade das catedrais góticas, nela transparece o sentido de proporção das suas partes dado pelo cálculo matemático, dentro de um espírito tipicamente renascentista e classizante em que a ideia de projecto arquitectónico ganha uma dimensão moderna. É desprovida de torre sineira. Um adro alto dos inícios do século XVII, corrido por uma balaustrada de pedraria, envolve o edifício.
Capela de São Pedro – De origens românicas (finais do século XII), foi alvo de profundas transformações, tendo chegado a ser utilizada como celeiro e teatro até 1880. Foi restaurada e foi retomado o culto religioso em 1940. Subsistem ainda diversos elementos românicos como arcos, colunas e capitéis.
Igreja e Convento de São Francisco – Remodelado ao longo dos séculos, apresenta pormenores renascentistas e barrocos. No século XX, esteve prevista a sua demolição mas sobreviveu como cadeia e, a partir de 1920, foi cedido à Companhia Leiriense de Moagens. Iniciada a recuperação em 1992, foram descobertas pinturas murais quatrocentistas.
Convento de Santo Agostinho – Iniciada a sua construção no último quartel do século XVI, só viria a concluir-se no século XVIII. Salientam-se o claustro do Convento e a fachada barroca ladeada por duas torres. No edifício do convento anexo são dignos de referência alguns painéis de azulejos dos séculos XVII e XVIII.
[editar] Artesanato
Louça da Bajouca – A localidade de Bajouca tem uma tradição de olaria muito antiga. Nesta localidade, a louça é muito clara. Assim, os oleiros aproveitam esta característica para fazerem uma decoração com lambugem vermelha, essencialmente nos mealheiros, com riscas avermelhadas e brancas. As peças produzidas são utilitárias e decorativas.
Rodilhas (Sogras) de Leiria – As “Rodilhas” ou “Sogras” são pequenas almofadas de forma circular, abertas no centro. Eram utilizadas pelas mulheres, que sobre eles transportavam, à cabeça, os cântaros de água ou as cestas. Os materiais utilizados na sua confecção são tiras de trapos, lãs e linhas de bordar, entrançadas e bordadas. Hoje em dia, este tipo de peça é também utilizado como decoração.
[editar] Gastronomia
Pratos Típicos – Morcela de Arroz. Doces Regionais – Brisas do Lis; Lampreia de Ovos; Ovos Folhados. Vinhos – Leiria faz parte da Região Demarcada do Vinho das Encostas de Aire.
[editar] Património
[editar] Instituições de ensino superior
[editar] Personalidades
- Afonso Lopes Vieira, escritor (1878-1946)
- Almerindo Marques, economista (1939 - )
- António Campos, cineasta (1922-1999)
- António José Saraiva, historiador e professor universitário (1917-1993)
- António Pedro Vasconcelos, cineasta (1939- )
- David Fonseca, músico (1973- )
- Francisco Rodrigues Lobo, poeta (1579-1621)
- João Lopes Soares, pedagogo e Ministro da Primeira República (1878-1970)
- José de Sá Caetano, cineasta (1933- )
- José Hermano Saraiva, jurista e historiador (1919- )
- José Mattoso, historiador e medievalista (1933- )
- Miguel Franco, actor, encenador e dramaturgo (1918-1988)
- Tiago Guedes, coreógrafo e bailarino (1978- )
[editar] Ligações Externas
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