Luiz Pacheco
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Luís José Gomes Machado Guerreiro Pacheco (Lisboa, 7 de Maio de 1925, 1h40) é um escritor, editor, polemista, epistológrafo e crítico de literatura português.
Desde cedo manifestou enorme talento para a escrita. Chegou a frequentar o 1º ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, mas devido a dificuldades financeiras teve de abandonar os estudos. A partir de 1946 trabalhou como agente fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos, acabando um dia por se demitir dessas funções, por se ter cansado do emprego. Desde então teve uma vida atribulada, sem ter com que sustentar a família crescente, chegando por vezes a viver na maior das misérias, à custa de esmolas e donativos, hospedando-se em quartos alugados e albergues. (Esse período difícil da vida inspirou-lhe o conto Comunidade, considerado por muitos a sua obra-prima.)
Começa a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, como O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova. Em 1950, funda a editora Contraponto, onde publica escritores como Raul Leal, José Cardoso Pires, Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia, Herberto Hélder, Vergílio Ferreira, etc., tendo sido amigo de muitos deles. Dedicou-se à crítica literária e cultural, tornando-se famoso (e temido) pelas suas críticas sarcásticas, irreverentes e polémicas. Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime salazarista.
A sua obra literária tem um forte pendor autobiográfico e libertino, inserindo-se naquilo a que ele próprio chamou de corrente "neo-abjeccionista".
É sem dúvida, como pícaro personagem literário, um digno herdeiro de Luís de Camões, Bocage ou Fernando Pessoa.
Debilitado fisicamente, mas ainda a dar entrevistas para jornais, vive num lar no Príncipe Real em Lisboa.
[editar] Bibliografia
- História antiga e conhecida in Bloco (vários autores). Reeditado em Crítica de circunstância e em 2002 com o nome "Os doutores, a salvação e o menino Jesus" (1946)
- Caca, cuspo & Ramela (1958?)(com Natália Correia e Manuel de Lima)
- Carta-Sincera a José Gomes Ferreira (1958)
- O Teodolito (1962)
- Surrealismo/Abjeccionismo (antol.org: Mário Cesariny, c/versão abreviada d'O Teodolito (1963)
- Comunidade (1964)
- Crítica de Circunstância (1966)
- Textos Locais (1967)
- O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor (1970; 1992)
- Exercícios de Estilo (1971)
- Literatura Comestível (1972)
- Pacheco versus Cesariny (1974)
- Carta a Gonelha (1977)
- Textos de Circunstância (1977)
- Textos Malditos (1977)
- Textos de Guerrilha 1 (1979)
- Textos de Guerrilha 2 (1981)
- Textos do Barro (1984)
- O Caso das Criancinhas Desaparecidas (1986)
- Textos Sadinos (1991)
- O Uivo do Coiote (1992)
- Carta a Fátima (1992)
- Memorando, Mirabolando (1995)
- Cartas na Mesa (1996)
- Prazo de Validade (1998)
- Isto de estar vivo (2000)
- Uma Admirável Droga (2001)
- Os doutores, a salvação e o menino Jesus - Conto de Natal (2002)
- Mano Forte (2002)
- Raio de Luar (2003)
- Figuras, Figurantes e Figurões (2004)
- Diário Remendado 1971-1975 (2005)
- Cartas ao Léu (2005)
[editar] Links
O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor e outros textos
Luiz Pacheco, portal oficial não-oficial
Entrevista a João Pedro George