Manuel de Oliveira Lima
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Manuel de Oliveira Lima (Recife, 25 de Novembro de 1867 - Washington, DC, 24 de Março de 1928) foi escritor, crítico, embaixador do Brasil em diversos países e professor-visitante na Universidade de Harvard. Membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.
Apaixonado por livros, colecionou-os ao longo de sua vida e montou o terceiro maior acervo sobre o Brasil, perdendo somente para a Biblioteca Nacional do Brasil e para a biblioteca da USP. A Biblioteca Oliveira Lima, situada na Universidade Católica de Washington, Estados Unidos, tem 58 mil livros além de correspondência trocada com intelectuais, mais de 600 quadros e incontáveis álbuns de recortes com notícias de jornais. Faz parte da coleção ainda um dos três bustos de dom Pedro I esculpidos pelo francês Marc Férrez (o único dos três feito em bronze).
[editar] Biografia
Oliveira Lima começou a trabalhar como jornalista com 14 anos de idade. Em seus artigos constantemente criticava o domínio das oligarquias sobre a recém-fundada República e por isso ganhou a injusta fama de monarquista.
Ele se formou em letras na Faculdade de Lisboa em 1887 e em 1890 começou a trabalhar para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Atuou como diplomata em Portugal, Bélgica, Alemanha, Japão e Estados Unidos. Chegou a ser cotado para a embaixada brasileira em Londres mas o Senado não aprovou sua indicação. Oliveira Lima era mau-visto pelo governo britânico por defender que o ideal de que o Brasil permanescesse nêutro na Primeira Guerra Mundial e por sua proximidade intelectual com a Alemanha.
Também fez inimigos dentro do país, em parte por não aprovar a atitude expansionista da República em situações como a anexação do Acre realizada pelo Barão do Rio Branco. Ele dizia que o território nacional já era vasto e muito mal fiscalizado e que a verdadeira expansão do Brasil só viria através do comércio.
Oliveira Lima sempre gostou de ler e escrever. Parte de sua fama de germanófilo vem dos elogios que dedicou a obras de filosofia alemãs quando era crítico literário. Foi autor do primeiro livro brasileiro sobre o Japão, publicado em 1903. A biografia que escreveu sobre o rei dom João VI é tida como uma das principais obras sobre essa figura histórica. Também foi amigo de escritores, sendo que era íntimo de Gilberto Freyre e trocara cartas na juventude com Machado de Assis.
Em 1913 quando já morava nos Estados Unidos, Oliveira Lima doou sua descomunal biblioteca à Universidade Católica de Washington por temer que a coleção não recebesse os cuidados adequados no Brasil. Impôs a condição de que ele próprio fosse o primeiro bibliotecário e organizador do acervo, função que desempenhou por quatro anos.
Morreu em 1928 e foi enterrado no cemitério Mont Olivet, Washington. Em sua lápide não consta seu nome, mas a frase "Aqui jaz um amigo dos livros".
[editar] Obras
- Aspectos da literatura colonial brasileira, 1896
- La Langue portugaise, La Littérature brésilienne, 1909
- Machado de Assis et son oeuvre littéraire, 1909
- O movimento da Independência; Aspectos da história e da cultura do Brasil, 1923
- Obra seleta, 1971
Publicou numerosas obras de história, entre elas: Memória sobre o descobrimento do Brasil; História do reconhecimento do Império; Elogio de F. A. Varnhagen; No Japão; Secretário Del-Rei; Dom João VI no Brasil.
[editar] Academia Brasileira de Letras
Em 1897, foi Oliveira Lima eleito para a Academia, como fundador da Cadeira 39, que tem por Patrono Francisco Adolfo de Varnhagen.
Precedido por - |
ABL - cadeira 39 1897 - 1928 |
Sucedido por Alberto de Faria |