Marfim
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Marfim é uma substância dura, branca e opaca que é a massa do dente e dos caninos de animais como elefantes, hipopótamos, morsas, mamutes, etc. Antes do surgimento do plástico, era usado na fabricação de bolas de bilhar, teclas de piano e objetos de decoração. A palavra "marfim" geralmente é associada ao dente dos elefantes.
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[editar] Críticas
Devido ao rápido declínio nas populações de animais que produzem o marfim, a importação e a venda de marfim em muitos países está banida ou severamente restrita. O maior responsável no declínio das populações é a caça ilegal de animais (inglês poaching) antes e durante a década de 80. Desde o banimento mundial do comércio de marfim em 1989 tem ocorrido altos e baixos na população de elefantes, assim como o comércio de marfim e os banimentos tem acontecido e deixado de acontecer.
[editar] Torre de Marfim
O termo Torre de Marfim designa um mundo ou atmosfera onde os intelectuais se engajam em buscas que estão desconectadas das questões práticas do dia-a-dia. Como tal, possui conotação um pouco pejorativa, denotando obstinada desconexão do mundo cotidiano; esotérico, excessivamente especializado, ou mesmo pesquisas inúteis, e elitismo acadêmico, com ar de superioridade por aqueles habitantes da torre de marfim. No uso do inglês americano, geralmente denota o mundo acadêmico dos universitários, principalmente dos estudantes de ciências humanas.
[editar] Uso Religioso
Na tradição cristã, o termo Torre de Marfim é um símbolo da pureza nobre. Se origina no Cântico dos Cânticos (7,4) (“Seu pescoço é como torre de marfim”) e foi adicionado aos epítetos de Maria no século XVI na LADAINHA DE N. SENHORA (“torre de marfim”, em latim Turris eburnea).
A imagem é bíblica, mas o contexto de ilusão no uso comum é derivado de outra fonte. Atualmente, torre de marfim geralmente descreve um espaço metafísico de solidão e santidade desconectada das realidades cotidianas, onde certos escritores idealistas e mesmo alguns cientistas são considerados residentes. Na Ilíada dois tipos de sonhos são distinguíveis, se estão sobre o reino de Morfeu: sonhos verdadeiros que existem através do Portal de Chifre, e sonhos falsos atrás do Portal de Marfim. Virgilio descreve sucintamente: Existem dois portais do sonho. Um é de chifre, passagem fácil para as sombras da verdade; o outro, de branco marfim brilhante, permite aos sonhos falsos ascenderem no ar (Aeneid VI.893-896).
[editar] Uso Moderno
O primeiro uso moderno de “torre de marfim” - no sentido familiar de sonhador fora do mundo - pode ser encontrado no poema de 1837, de Charles Augustin Sainte-Beuve, um critico literário francês, que usou ou termo tour d’ivoire para descrever a atitude poética de Afred de Vigny em contraste com o socialmente engajado Vitor Hugo (ref. Quinion).
Em Oxford, o aparecimento da Hawksmoor Towers, torres neo-góticas gêmeas de cor branco e creme no All Souls College, Oxford, a única faculdade de pesquisa pura em Oxford, relacionou “torre de marfim” com a Academia.
Na the George Washington University, in Washington, DC, um dormitório construído em 2004 foi chamado Torre de Marfim, uma decisão criticada por alguns pela ironia de dar ao dormitório tal apelido.
O ultimo romance inacabado de Henry James, The Ivory Tower (Torre de Marfim), foi iniciada em 1914 e permaneceu inacabada com sua morte dois anos depois. Paralelamente à experiência de espanto de James depois de vinte anos fora dos Estados Unidos, narra o efeito do retorno do intelectual de classe alta na vulgaridade vazia da Era de Ouro. “Vocês todos parecem terrivelmente ricos,” diz o herói.
Assim, existem dois sentidos misturados: escárnio de um sábio ausente e admiração de alguém que é capaz de devotar seus esforços para uma causa nobre (já que marfim é um nobre material). O termo tem um sabor mais negativo atualmente, implicando a existencia dos especialistas que estão tão profundamente mergulhados em seus campos científicos que não conseguem se comunicar com o homem comum, não coneguem sair de sua “torre de marfim”. Além disso, este problema é geralmente ignorado e ao invés de se procurar por uma solução, a maior parte dos cientistas concordam que mesmo as pessoas educadas não conseguem entende-los, fazendo-os viverem em um literal isolamento.