Missionárias da Caridade
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Missionárias da Caridade é congregação religiosa cristã católica concebida e criada por Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), com o objetivo único de viver a caridade no dia-a-dia, de modo a assistir os mais desvalidos e mais pobres.
"No dia 7 de Outubro de 1950, em Calcutá, na pequena Capela situada na R. Creek Lane, 14, o Arcebispo Perier estabeleceu que a fundadora e as suas primeiras onze companheiras constituíssem uma Congregação religiosa de direito diocesano. Aquele momento de graça chegou após um longo processo de discernimento da vontade de Deus por parte de Madre Teresa, que escutou "a chamada no interior da vocação" (cf. Carta da Fundadora). Aquele pequeno início tornou-se uma forte corrente de graça no seio da Igreja, uma vez que as Missionárias da Caridade, desde há cinquenta anos, cresceram de modo inimaginável. Uno-me a vós ao dar graças ao nosso Pai celeste por este grande dom e exorto-vos com as palavras da primeira Carta de São Pedro: "Como bons administradores das graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu" (4, 10). Precisamente quinze anos depois, a 1 de Fevereiro de 1965, o Papa Paulo VI concedeu o Decretum laudis que estabeleceu as Irmãs Missionárias da Caridade como Congregação de direito pontifício. A partir de então a família das Missionárias da Caridade produziu frutos abundantes, pois Deus concedeu Irmãs contemplativas, frades, sacerdotes, missionários e cooperadores de Madre Teresa, activos e contemplativos. Muitíssimas pessoas de todas as religiões, ou arreligiosas, estão comprometidas na obra de amor que se difundiu no mundo inteiro, graças à inspiração e orientação de Madre Teresa: "Eis a obra do Senhor: uma maravilha aos nossos olhos" (Sl 117, 23). Desde o início, Madre Teresa e as Missionárias da Caridade desejavam "aplacar a sede infinita de Jesus Cristo na Cruz por amor das almas... trabalhando pela salvação e santificação dos mais pobres entre os pobres" (Carta da Fundadora). Estas palavras atingem o cerne quer da vossa consagração, da vossa "adesão a Jesus" com amor, da vossa sede d'Ele que tem sede de vós, quer da vossa missão de serviço alegre e sincero a Jesus nos mais pobres entre os pobres, sem esquecer as palavras do Senhor: "Sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes" (Mt 25, 40). Como disse o Papa Paulo VI, ao conferir a Madre Teresa em 1971 o prémio pela Paz "João XXIII", "este é o motivo místico e evangélico que transfigura a expressão de uma pessoa pobre e faminta, de uma criança doente, de quem sente repulsa diante de um homem leproso ou enfermo no leito de morte, na misteriosa expressão de Cristo". Na Exortação Apostólica Vita consecrata, afirmei que a consagração e a missão devem ser sustentadas pela comunhão fraterna, como terceiro aspecto essencial da vida à qual sois chamadas (cf. n. 13). Ao falar da vida comunitária, Madre Teresa sublinhava sempre a necessidade de viver o "novo mandamento" do Senhor, de nos amarmos uns aos outros (cf. Jo 13, 34). Ela mesma oferecia sempre um exemplo luminoso de "disponibilidade para o serviço sem regatear energias, prontidão no acolhimento do outro tal como é, sem "o julgar" (cf. Mt 7, 1-2), capacidade de perdoar inclusive "setenta vezes sete" (Mt 18, 22)" (n. 42). Diante dos desafios do novo milénio, encorajo-vos a dar constante testemunho de amor evangélico entre vós, aquele amor que se torna "o sinal, diante da Igreja e da sociedade, do vínculo que promana da mesma chamada e da vontade comum de lhe obedecer, para além de qualquer diversidade de raça e de origem, de língua e de cultura" (Vita consecrata, 92)."