O Barco de Valdeorras
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O Barco de Valdeorras O Barco de Valdeorras |
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Dados | |
Comunidade Autónoma |
Galiza |
Província | Ourense |
Área | 85,52 km² |
População | 13518 hab. (2004) |
Densidade | 158,07 hab/km² |
Localização | |
Município da Espanha ![]() |
O Barco de Valdeorras é um município da Espanha na província de Ourense, comunidade autónoma da Galiza, de área 85,52 km² com população de 13518 habitantes (2004) e densidade populacional de 158,07 hab/km².
Sito no extremo nor-oriental da Província de Ourense, dista da capital provincial 112 km pela estrada N-120. Localizado no vale do Río Sil, circundo por altas montanhas - a Pena Trevinca é a altura mor da Galiza (2.127 m) - , é o centro da Comarca de Valdeorras.
Uma das bases da sua economia é a exploraçâo e tratamento de lousas (ardósias) ademais da produçâo de vinho de grande qualidade, incluso na "Denominación de Origen Valdeorras". Desde o largo do "Malecón", na beira do Sil, e as montanhas se pódem olhar formosas paisagens. O conjunto monumental de O Barco tambén pode ser um espléndido miradouro do núcleo de O Barco e do río Sil. Restos da cultura romana e vários paços sâo o mais destacado do local, assim como as festas em honra do padroeiro, o Santo Cristo, o 13 de Setembro, dias em que se organizam várias actividades.
[editar] Demografia
Variação demográfica do município entre 1991 e 2004 | |||
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1991 | 1996 | 2001 | 2004 |
10495 | 11828 | 12959 | 13518 |
[editar] História
Nasceu como uma pequena aldeia edificada arredor do local onde pousava a barca (o sítio aínda é conhecido como Porto da Barca e apressenta restos dun cais) que atravessava o rio Sil atè a vicinha aldeia de Viloira, onde ficava a igreja paroquial da que dependeu o nascente O Barco. De facto nas primeiras mençôes é chamado Barco de Viloira. Cita-se também uma pequena capela advocada por S.Roque. No século XVII forma já uma freguesia independente, sob tutela de S. Mauro ou S. Amaro. Durante a Idade Moderna, depende judiciariamente do Conde de Ribadavia, como quase toda a Comarca do Valdeorras, que fixa a capital no cercano aldeiote da Vila do Castro, onde construíra uma torre-fortaleza. A fins do século XVIII, aínda nâo sendo O Barco o local mais populoso da Jurdisçâo, converte-se em o mais importante em quanto là se residênciaram os burócratas condais (xuízes, notários, alguazis, etc).
O século XIX inicial esteve marcado pela accâo dos invasores franceses, que entram na vila a começos do ano 1809. Os comarcanos formaram uma Junta Militar e eligiram comandante da mesma o padre José Ramón Quiroga y Uria, pároco da montanhosa freguesia de Casoio. O exército próprio dos valdeorreses tem encontros com as tropas napoleónicas e aínda participa na tomada de Vilafranca del Bierzo, hoje na Província de Leâo. Mas o contra-resultado fora uma alta mortandade e a destrucçâo de várias aldeias.
O liberalismo, desde 1833, assume uma nova organizaçâo provincial, passando a ser incluída a comarca na nova província de Ourense. A Desamortizaçâo das terras monásticas a partir de 1836 teria efectos na zona, ao ser fechado o cercano convento de Correxais, único centro de ensino próximo.
No resto do século XIX o acontecemento de maior importância seria a construcçâo do caminho-de-ferro entre Madrid e A Corunha, que passará pela vila de O Barco. Fora inaugurado em 1885. De resto, a industrializaçâo sente-se aínda pouco.
Em inícios do século XX, o prototipo de industrial vem sinalado pelo asturiano Marcelino Suárez, que instala uma usina de transformaçâo de pedra caliça para producir cal. Ha também alguma pequena industria metalúrgica e as tradicionais adegas que exportam vinho, nomeadamente para as cidades galegas.
O golpe militar de 1936 terá sérias consequências para a comarca. Apesar da resistência oposta pelas gentes aditas ao republicanismo, esta é esmagada pela Guardia Civil e reforços da Falange vindos da cidade de Ourense. O presidente da Cámara municipal, Abdón Blanco, foi detido e pouco tempos após afusilado na capital provincial. Quem puido, fugiu.
A queda da Astúrias republicana, no ano 1937, propiciaria que parte dos soldados vencidos se refugiaram nos montes valdeorreses. Junto com naturais que perviviram ocultos, àquele fenômeno deu lugar à formaçao de uma partida de guerrilheiros anti-franquistas, que atingiria os inicios da década de 1950. Em O Barco de Valdeorras fui instalada uma unidade da "Legión", corpo de exérciro profissional, para combater a guerrilha.
Só a construccâo de barragens sobre o rio Sil e a nova estrada de entrada na Galiza activam a vida económica nos anos 50 e 60, que estám marcados pela emigraçâo, em esta altura nomedamente para Europa Occidental. Porém de vagar nasceu uma nova indústria a partir da ardósia, que explora os potentes xazigos existentes em o próximo município de Carballeda de Valdeorras. Com ajuda técnica francesa, o labor antes predominantemente manuário, passa a ser mecanizado. Aínda que O Barco fica relativamente longe das canteiras de extracçâo, várias das oficinas de transformado instalariam-se em o seu município. Ao tempo a existência de centros de estudo para ensino secundário, desde começos da década do 1970, impulsionou a imigraçâo para O Barco desde os municípios dos arredores, projectando o crescimento populacional da vila. Porém o conjunto comarcano perdeu populaçâo a respeito da década de 1940.