Revista Contra-Relógio
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A Revista Contra-Relógio é uma das principais revistas sobre Pedestrianismo e atletismo do Brasil.
Numa linguagem fácil e direta, escrita por corredores, o que verdadeiramente interessa para quem gosta de correr cada vez melhor.
Muita informação sobre treinamentos, saúde, nutrição, fisiologia, exercício, fisioterapia, tênis, seções específicas para mulheres e estreantes, medicina esportiva, etc!
- Calendário completo das provas por todo o Brasil e também do exterior!
- Resultados do 1º ao último colocado das corridas divulgadas, exclusividade CR, em respeito a todos os participantes!
- Cobertura com muitas fotos das principais provas brasileiras e estrangeiras!
[editar] Uma história de perseverança e princípios
A Contra-Relógio surgiu em outubro de 1993, mas sua história começou um pouco antes, na cabeça de um jornalista recém iniciado na corrida e que tinha se apaixonado pelo esporte. Saiba um pouco desse caminho de 12 anos, trilhado com alguma dificuldade e muitas alegrias, nas palavras do editor Tomaz Lourenço.
Esportista amador por vários anos, praticante de natação e judô quando garoto, e ciclismo já adulto, comecei a correr apenas para quebrar a rotina dos treinos de ciclismo, em um começo de ano - 1990. Gostei, fui aos poucos largando a bicicleta e até tentei o triatlo. Também entrei em algumas poucas corridas, as que descobria por acaso ou as mais famosas, tipo São Silvestre.
Como jornalista, obviamente procurei me informar a respeito, tentando encontrar publicações, mas apenas consegui um livro (Guia Completo da corrida) de James Fixx, bastante interessante, porém voltado ao público estadunidense, ou seja, com seções como "Cuidados a tomar quando esta nevando". (Havia ainda os livros de Ayrton Ferreira, mas não disponíveis em livrarias. Ayrton acabou se tornando o principal colaborador da revista em seus primeiros anos).
Achei estranho que um esporte praticado por milhares de pessoas não tivesse uma única publicação especializada, uma vez que a grande imprensa estava (e continua) voltada basicamente para o futebol. Além disso, nas poucas provas daquela época a desorganização era grande, como, por exemplo, estes tópicos: largada no horário era raro; banheiros nenhum ou quase; trânsito não controlado; água no percurso ás vezes; caos na chegada, com filas ANTES da linha de chegada (não havia chip ainda e o código de barras estava engatinhando); premiação extremamente demorada e às vezes acabando na delegacia de polícia.
Então, pensava: por que os corredores brasileiros não podem ser informados (sobre as provas que vão acontecer, seus resultados, aspectos técnicos do esporte, etc) e serem respeitados pelos organizadores? Comecei a fazer uma pesquisa junto a corredores e pessoas experientes no assunto, para entender o porquê da total ausência de um veículo que informasse e valorizasse os corredores e as corridas de rua, assim como que tivesse um papel de defesa de seus interesses. As respostas eram do tipo "se não existe uma publicação é porque não é viável", "os corredores não têm poder de renda para assinar uma revista", e até a de um dirigente de uma entidade importante de São Paulo, que foi categórico: "Eu conheço tudo sobre o assunto e duvido que essa revista dê certo!".
Mas não teve jeito. Era 1993 e eu já estava convencido da viabilidade da revista, ainda mais depois que comecei a acompanhar provas em todos os fins de semana daquele ano e a informar do lançamento da Contra-Relógio para outubro, recebendo sempre palavras de icentivo, mas também de alguma surpresa pela iniciativa, considerada ousada pela maioria.
[editar] Ousadia de sucesso
E era mesmo uma ousadia! Sem qualquer apoio, sem publicidade e apenas confiando na receptividade que teria entre os corredores, lancei a CR em outubro. É verdade que nos dois meses anteriores tinha enviado milhares de folhetos a corredores (graças a cadastros que tive acesso de algumas maratonas e corridas pelo Brasil), informando sobre a novidade e solicitando o apoio, através da concretização de assinatura.
E o milagre aconteceu: choveram assinaturas de todo o país, viabilizando o projeto. Antes de efetivamente o primeiro número da revista sair, já contávamos com centenas de assinantes! Era a confirmação da carência que tinham os corredores brasileiros de um órgão informativo e que também lutasse por seu direitos.
E assim foi feito. Praticamente em todos os fins de semana a CR estava presente em alguma ou algumas provas, com o editor (sempre acompanhado pela esposa Cecília) divulgando a revista, fezendo assinaturas, trocando idéias com leitores, correndo a prova. Esse corpo-a-corpo foi e continua sendo um dos marcos da revista, que era elaborada com base no que se constatava nas provas.
Naturalmente que a identificação foi total, pois não só a CR informava, como também conscientizava os corredores sobre seus direitos, ao fazer críticas e sugestões sobre as corridas. Aos poucos as coisas foram se acertando, organizadores profissionais foram surgindo, fornecedores idem e nos últimos anos o que se vê são todas as corridas de maior vulto bem organizadas, inclusive com percurso aferido.
Fonte: Revista Contra-Relógio numero 145 páginas 12 e 13 (Outubro 2005)