Samuel Pierpont Langley
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Samuel Pierpont Langley (22 de Agosto de 1834, – 27 de Fevereiro de 1906), foi um astrónomo e físico norte americano, inventor do bolómetro e pioneiro da aviação.
Índice |
[editar] Dados biográficos
Samuel Pierpont Langley nasceu em Roxbury, perto de Boston, Massachusetts, nos Estados Unidos da América. Formou-se na Boston Latin School, e foi assistente do Harvard College Observatory. Foi ainda professor de Matemática da Academia Naval dos Estados Unidos. Em 1867, foi nomeado director do Allegheny Observatory e professor de astronomia na Universidade de Pensilvânia, em Pittsburgh, Pennsylvania. Exerceu estas funções até 1891 apesar de, entretanto, se ter tornado o terceiro secretário do Instituto Smithsonianiano, em Washington, DC, em 1887. Langley foi ainda o fundador do Smithsonian Astrophysical Observatory.
Em 1886, Langley foi agraciado com a Medalha Henry Draper, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, devido às suas contribuições no campo da física solar. Em 1878, Langley inventou o bolómetro, um instrumento usado para medir a incidência da radiação electromagnética. A publicação, em 1890, das suas observações sobre os infra-vermelhos junto com Frank Washington Very, foi posteriormente a base para a formulação dos primeiros cálculos sobre o efeito estufa, realizados por Svante Arrhenius.
[editar] Pioneiro da aviação
Langley interessou-se pela construção de aparelhos que pudessem voar. Efectuou diversas tentativas usando aviões a que chamava Aerodromes. Usualmente, o nome de Langley é usado para contrastar com os irmãos Wright. Ao contrário daqueles homens, Langley possuía elevada instrução académica e dispunha de fundos para suportar os seus esforços para desenvolver um aparelho que pudesse voar. Além disso, a sua prestigiante posição como Secretário do Instituto Smithsonian, garantia-lhe credibilidade atraindo as atenções de investidores para os seus projectos.
Em 1896, Langley construiu um avião a vapor, não-tripulado, que foi designado por Aerodrome nº 6. Em 28 de Novembro daquele ano, o aparelho voou cerca de 1.200 metros até acabar o vapor que o movia. O aparelho não possuía qualquer sistema que permitisse direccionar o seu vôo. Naturalmente, máquinas a vapor são bastante pesadas e provou-se que não seriam práticas para voar. Ainda assim, o sucesso do modelo número 6, permitiu que Langley convencesse o Departamento de Guerra (agora Departamento de Defesa) a investir 50.000 dólares no sentido de criar uma máquina voadora que pudesse ser pilotada. O Instituto Smithsoniano contribuiu com uma soma similar no apoio aos esforços de Langley. Assim, o assistente de Langley, Charles M. Manly, projectou uma máquina com cerca de 60 quilos, gerando 52 cavalos-vapor, que deveria garantir o sucesso. O resultado foi um avião mais adequado, que Langley chamou de Large Aerodrome A. Langley percebeu que os riscos em caso de insucesso seriam menores se o teste fosse realizado sobre a água. Assim, gastou praticamente metade dos fundos para construir uma barcaça com uma catapulta capaz de impulsionar o seu novo aparelho. Em 7 de Outubro de 1903, com Manly no comando, o avião de Langley foi lançado para pouco tempo depois mergulhar no Rio Potomac.
Crê-se que o Great Aerodrome talvez tivesse voado se Langley tivesse optado pelo meios mais convencionais de elevar os aparelhos desde o solo, apesar dos maiores riscos para o tripulante. Na verdade, o esforço da catapulta sobre o aparelho foi enorme, danificando a estrutura das asas dianteiras logo no arranque. A situação foi ainda pior na segunda tentativa, em 9 de Dezembro de 1903, quando a asa traseira e a cauda do aparelho foram completamente esmagadas no lançamento. Charles Manley quase morreu afogado antes de ser resgatado dos destroços do aparelho sobre a superfície coberta de gelo do Rio Potomac. before he could be rescued from the wreckage and the ice-covered Potomac river.
Naturalmente, as críticas não se fizeram esperar. O jornal The Brooklyn Eagle citou um político de Washington como tendo dito:
- "Digam a Langley por mim que a única coisa que ele alguma vez fez voar foi o dinheiro do Governo."
Um outro representante de Washington descreveu a Langley como "um professor com imaginação, com sonhos de voar, a quem se deu os recursos de construir castelos no ar."
O Departamento de Guerra. no seu relatório final sobre o projecto de Langley, concluiu que "ainda estamos longe do objectivo final e parece-nos que necessitaremos ainda de anos de constante trabalho e estudo efectuado por especialistas, junto com o investimento de milhares de dólares, antes de podermos ter a esperança de produzir um aparelho de utilidade prática nesta área."
No entanto, em 17 de Dezembro de 1903, apenas oito dias depois do espectacular fracasso de Langley, um aparelho resistente e bem projectado, custando apenas cerca de mil dólares, venceu a luta contra o ar em Kitty Hawk, Carolina do Norte, marcando para a eternidade o momento em que a humanidade se lançou na moderna história da aviação. Tratava-se do Flyer 1, construído por Orville e Willbur Wright. Desiludido, Langley abandonou o seu projecto.
Samuel Pierpont Langley morreu destroçado e desapontado em 27 de Fevereiro de 1906, em Aiken, Carolina do Sul após uma série de ataques cardíacos.
Apesar de dezoito anos de esforços para alcançar a imortalidade terem redundado em fracasso, Langley acabou por dar uma importante contribuição no progresso da aviação. Em 1914, oito anos depois de sua morte, o Aerodrome sofreu várias mudanças e voou com êxito em Hammondsport, Nova Iorque, pilotado por Glenn H. Curtiss.
[editar] Reconhecimento
Em sua honra, foi atribuído o nome de Langley a várias coisas relacionadas com os estudos da física solar ou com a aviação, entre as quais:
- Medalha Langley
- Langley X-43A Hyper-X, NASA
- Langley Research Center, NASA LaRC, Hampton, Virginia
- Langley Air Force Base
- Langley Memorial Aeronautical Laboratory
- Unidade Langley de radiação solar
- Porta Aviões USS Langley (CV-1)
- Porta Aviões USS Langley (CVL-27)
- Navio Liberdade SS Samuel P. Langley, durante a Segunda Guerra Mundial.
[editar] Referências para consulta
- A Heritage of Wings, An Illustrated History of Naval Aviation, por Richard C. Knott, Naval Institute Press, Annapolis, Maryland, 1997
- Aviation, The Pioneer Years, publicado por Ben Mackworth-Praed, Studio Editions, Ltd., Londres, 1990