Soeiro Pereira Gomes
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Joaquim Soeiro Pereira Gomes (Gestaçô, 14 de Abril de 1909 - Lisboa, 5 de Dezembro de 1949) foi um dos maiores nomes do neo-realismo literário em Portugal. Militante comunista, desenvolveu uma sensibilidade social muito grande, que se reflectiu no seu trabalho, onde está sempre presente a denúncia das desigualdades e das injustiças.
A Sede Nacional do Partido Comunista Português, em Lisboa, tem o seu nome (Edifício Soeiro Pereira Gomes), assim como a rua onde se situa.
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[editar] Vida
Soeiro nasceu em Gestaçô, concelho de Baião, distrito do Porto.
Viveu em Espinho dos 6 aos 10 anos de idade, onde recebeu a instrução primária e onde passou o Verão nos primeiros anos da sua vida(ainda existe a casa em que morou, no entanto esta passa totalmente despercebida pelo facto de nada a assinalar).
Sendo filho de agricultores decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola, e quando finalizou os estudos viajou para Angola onde trabalhou por mais de um ano.
Quando regressou a Portugal, foi habitar em Alhandra, onde vivia o seu sogro, como empregado administrativo na fábrica de cimentos local, onde começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.
Mas foi o seu trabalho como escritor que o tornou conhecido, sendo considerado um nome grande do realismo socialista em Portugal. Com apenas 20 anos, em 1939, começou a publicar escritos seus no jornal "O Diabo", à época uma publicação progressista que constrastava no panorama cinzento das publicações censuradas pelo fascismo.
Entre os seus trabalhos conta-se a obra Esteiros, publicada em 1941, considerada a sua obra-prima, ilustrada na sua primeira edição por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada "aos filhos dos homens que nunca foram meninos". É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.
Devido à condição de militante comunista, Soeiro passa à clandestinidade em 1945 para evitar a repressão do regime de Salazar e continua a desenvolver o seu trabalho militante até adoecer com tuberculose, provavelmente devido às dificuldades da vida clandestina. Impedido pela clandestinidade de receber o tratamento médico que necessitava faleceu a 5 de Dezembro de 1949. Encontra-se sepultado em Espinho, terra que o acolheu durante a sua infância. Da sua sepultura consta o seguinte epitáfio "A TUA LUTA FOI DÁDIVA TOTAL"
[editar] Obras
[editar] Obras literárias
- Esteiros (publicado em 1941)
- Engrenagem (publicado em 1951)
- Contos Vermelhos
- Refúgio perdido (escrito em 1948)
- O pio dos mochos (escrito em 1945)
- Mais um herói (escrito em 1949)
- Contos e crónicas
- O capataz (escrito em 1935)
- [As crianças da minha rua] (publicado em 1939)
- [O meu vizinho do lado] (publicado em 1939)
- Pesadelo (escrito em 1940)
- [Companheiros de um dia] (publicado em 1940)
- O Pàstiure (publicado em 1940)
- Um conto (publicado em 1942)
- Alguém (publicado em 1942)
- Breve história de um sábio (escrito em 1943)
- Estrada do meu destino (sem data)
- Um caso sem importância (publicado em 1950)
- Última carta (sem data)
Os títulos entre parentesis rectos foram publicados sem título.
[editar] Documentos políticos
- Praça de Jorna (escrito em 1946)
[editar] Bibliografia
- Pina, Álvaro. Soeiro Pereira Gomes e o futuro do realismo. Lisboa, Editorial Caminho.
- Reis, Manuela Câncio. A passagem: uma biografia de Soeiro Pereira Gomes. Lisboa, Caminho, 2007. ISBN 978-972-21-1856-9.
- Ricciardi, Giovani. Soeiro Pereira Gomes: uma biografia literária. Lisboa, Editorial Caminho, 2000. ISBN 978-972-21-1314-4.