Thelma Lipp
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Thelma Lipp foi uma atriz brasileira dos anos 80 e 90. Foi jurada do quadro Eles e Elas, do Programa do Bolinha, e atuou em diversas peças de teatro, filmes, além de posar nua em revistas masculinas. Apesar de não ter sido geneticamente uma mulher, Thelma foi, no auge de sua beleza, considerada uma musa, ao lado de Xuxa, Luiza Brunet e Roberta Close.
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[editar] Infância, adolescência e início da carreira
Desde criança já era fisicamente muito feminina. Aos 16 anos, ela já causava espanto e fascínio com sua beleza e feminilidade, mesmo sem o uso de hormônios artificiais. Alguns anos mais tarde seria uma das belezas mais celebradas do Brasil ao se tornar Thelma Lipp.
Sempre contou com o apoio da família. Tanto que o nome Thelma Lipp foi dado por sua própria mãe.
No começo dos anos de 80, Thelma surgiu como uma resposta paulistana à transexual carioca Roberta Close. Ambas chegaram a disputar, durante toda a década, capas de revistas de todo o Brasil. Roberta fazia o tipo “mulher fatal”, enquanto Thelma o gênero “garotinha”. Contudo, ambas de belezas marcantes.
A surpreendente beleza abriu-lhe portas, trouxe fama, admiração, amigos e tudo aquilo que um belo rosto e corpo - acompanhados de inteligência - podiam trazer. Contudo, o fato de ser travesti tornou sua vida muito difícil.
[editar] Vida artística
Telma fez vária peças de teatro, posou nua para revistas, deu entrevistas, fez filmes e participou de programas.
Teatro
- Terezinha de Jesus, de Ronaldo Ciambroni
- Filhas da Mãe
- Mil e uma noites
Televisão
- Jurada efetiva do quadro Eles & Elas do Clube do Bolinha (TV Bandeirantes)
- Programa Hebe Camargo
Cinema
- Dores de amor, Pierre-Alain Meier e Matthias Kälin
- Thelma, Pierre-Alain Meier
Mída impressa
- Revista Playboy
- estado de São Paulo
- Revista Transex
- Revista Contigo
- Nova Cosmopolitan (editoriais)
- Revista Inglesa WE
Outros
- Festival de Locarno, Suíça (avant-première do filme Thema)
- Campanhas publicitárias diversas para a mídia do Brasil
[editar] Ocaso de uma estrela
Após brilhar em toda década de 80, Thelma se viu nocauteada pelo fenômeno drag queen da década de 90. O ostracismo bateu a sua porta.
Sem trabalho e sem dinheiro Thelma Lipp buscou a prostituição. Sua vida já não tinha o mesmo glamur de seu tempo de celebridade do mundo artístico. Logo, ela começou a sofrer de síndrome do pânico, enclausurando-se durante cinco anos em seu apartamento a maior parte do tempo. Para fugir da síndrome, Thelma buscou as drogas, o que agravou ainda mais seus problemas.
[editar] O breve ressurgimento
Auxiliada pelo Programa para Dependentes Químicos do Coronel Ferrarini, no final dos anos 90, em São Paulo, conseguiu vencer a drogadição. Tornou-se então uma porta-voz na luta para a recuperação de drogados. Teve um breve momento de retomada à carreira, ao fazer algumas peças e teatro e televisão. A retomada da carreira lhe trouxe uma breve confiança e auto-estima.
Em 1987, os cineastas suíços Pierre-Alain Meier e Mathias Kallin vieram ao Brasil para filmar Dores de Amor, filme-documentário sobre a vida dos travestis brasileiros em São Paulo. Participaram do filme vários travestis, tanto os que já eram da cena artística como os que faziam prostituição.
O diretor Pierre-Alain não resistiu a beleza e feminilidade de Thelma e se apaixonou. Contudo, não houve reciprocidade por parte dela. Mesmo assim, pouco tempo depois, o cineasta faria o filme Thelma, ambientado na Grécia, que conta a história de um homem comum que se apaixona por uma transexual. Foi lançado mundialmente em 2001.
[editar] A morte da diva
Em 2001 foi convidada a fazer parte do casting do filme Carandiru, de Hector Babenco, no qual faria o papel de uma travesti de nome Lady Di. Entretanto, apesar de ter participado dos ensaios com os outros atores e de ter feito laboratório por meses, sua indicação foi preterida por motivos de marketing. Em seu lugar, entrou o ator Rodrigo Santoro. Esse foi um golpe duro para Thelma, que já estava fragilizada e tentando se recuperar.
Já inveteradamente viciada em drogas, em agosto de 2003 ela foi internada em uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Atibaia, interior de São Paulo, onde permaneceu até fevereiro de 2004. Após se recuperar, decidiu que não queria mais uma vida de agitação e flashes. Cortou os cabelos e foi para a mesa de cirurgia para retirar as próteses de silicone. Decidiu se mudar com a família para o Jaçanã, bairro paulistano onde passou sua infância. Vivendo uma pacatamente, fazia planos para a nova vida, quando, repentinamente, na manhã de 9 de novembro de 2004 acordou com o lado esquerdo do corpo paralisado. Era uma neurotoxoplasmose, doença degenerativa que, com o tempo, paralisa órgãos do corpo.
Foi internada durante um mês e voltou para casa, vindo a óbito por insuficiência pulmonar na véspera de Natal de 2004.
[editar] Ligações externas
- Mix Brasil (em português)
- G Magazine (em português)
- G Magazine, biografia da diva (clicar em "assinante UOL" que abre automaticamente sem a necessidade de senha).