Vacina tríplice
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A vacina tríplice é uma vacina injectável que imuniza contra a difteria, a tosse convulsa e o tétano.
[editar] Administração
A vacina tríplice começa por ser administrada, de forma progressiva, em três injecções, aos 2,4 e 6 meses. Entre os 18 e os 24 meses, é feito um reforço da vacina, que se repete ainda antes da idade escolar, entre os 5 e os 6 anos.
[editar] Por que vacinar?
A tríplice estimula a produção dos anticorpos que conferem protecção contra os agentes da difteria, tétano e tosse convulsa.
Esta vacina não imuniza totalmente contra a difteria, mas protege contra os riscos de uma infecção grave. Uma vez que nos países ocidentais a vacinação tríplice apenas começou a ser administrada por rotina nos finais da década de 40, qualquer adulto exposto à difteria deveria submeter-se a um teste a fim de certificar-se da sua imunidade. Se a análise de sangue não acusar a presença de anticorpos contra esta doença, deve ser administrada a vacina antidiftérica.
A vacina contra a tosse convulsa também não confere protecção total, mas as crianças vacinadas apenas contraem uma forma benigna desta doença, sendo pouco provável que adoeçam gravemente. A protecção contra a tosse convulsa vai diminuindo gradualmente, podendo os adultos contrair a infecção (o que é muito raro). Neste grupo etário, a doença tem carácter benigno, mas os adultos podem infectar as crianças não vacinadas, e nestas a doença pode ser fatal.
A protecção contra o tétano não é permanente; tem de ser reforçada de 10 em 10 anos e sempre que surja um ferimento séptico e profundo (se a vacina não tiver sido administrada nos 5 anos anteriores).
[editar] Riscos
Nos casos da difteria e do tétano, as manifestações da doença devem-se à acção de uma toxina produzida pelas respectivas bactérias e que põe em risco a vida do indivíduo afectado. A vacina contém toxóides (formas modificadas das toxinas da difteria e do tétano) que estimulam a produção de anticorpos. Como os toxóides são substâncias químicas inócuas, e não organismos, é raro manifestarem-se reacções secundárias à vacinação.
A vacina contra a tosse convulsa é constituida por bactérias mortas que estimulam a formação de anticorpos. Esta componente da vacina provoca frequentemente uma reacção que se manifesta por febre baixa e irritabilidade nos dois dias que se seguem à vacinação. Em menos de 1 em cada 100 000 vacinações ocorrem reacções mais graves, contando-se entre estas sinais de irritação cerebral, que podem manifestar-se por convulsões ou por uma reacção alérgica generalizada que pode levar a uma súbita dificuldade respiratória e a um estado de choque. As lesões permanentes resultantes da vacina são ainda mais raras. Os receios quanto à segurança da vacina antitosse convulsa levaram muitos pais, no Reino Unido, na segunda metade da década de 70 e no início da de 80, a recusar que os seus filhos a tomassem. Daí resultou uma epidemia de tosse convulsa que matou várias centenas de crianças entre 1977 e 1983 e provocou lesões permanentes cerebrais ou pulmunares noutras crianças.
Os médicos concordam agora que, na maior parte das crianças, os benefícios da tríplice são muito superiores aos riscos. A vacinação deve ser adiada se a criança estiver com uma doença febril. Esta vacina deve ser administrada sem a componente antitosse convulsa (vacina dupla) apenas às crianças que apresentaram uma reacção grave à triplice aquando da administração anterior ou que têm uma lesão cerebral ou sofrem convulsões.
A componente antitosse convulsa pode também estar contra-indicada em crianças cujos pais ou irmãos têm uma história clínica de epilepsia ou em crianças com alterações do sistema nervoso e atraso de desenvolvimento.