A Cigarra e a Formiga
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A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas de Jean de La Fontaine.
- Tendo a cigarra cantado durante o verão,
- Apavorou-se com o frio da próxima estação.
- Sem mosca ou verme para se alimentar,
- Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
- pedindo-lhe alguns grãos para agüentar
- Até vir uma época mais quentinha!
- "Eu lhe pagarei", disse ela,
- "Antes do verão, palavra de animal,
- Os juros e também o capital."
- A formiga não gosta de emprestar,
- É esse um de seus defeitos.
- "O que você fazia no calor de outrora?"
- Perguntou-lhe ela com certa esperteza.
- "Noite e dia, eu cantava no meu posto,
- Sem querer dar-lhe desgosto."
- "Você cantava? Que beleza!
- Pois, então, dance agora!"
Tradução de Bocage:
Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o Verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso Estio.
«Amiga, diz a cigarra,
Prometo, à fé d’animal,
Pagar-vos antes d’Agosto
Os juros e o principal.»
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
«No Verão em que lidavas?»
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: «Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.»
«Oh! bravo!», torna a formiga.
- Cantavas? Pois dança agora!»
La Fontaine
Já há três séculos, as fábulas de La Fontaine fazem parte da infância de muita gente. O poeta nasceu em 1621 na cidade de Champagne, na França, e morreu em 1695.