A Representação do Eu na Vida Cotidiana
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A Representação do Eu na Vida Cotidiana (The Presentation of Self in Everyday Life) é talvez o mais importante livro de Erving Goffman. Ele usa conceitos da Teoria do Teatro para retratar a importância das relações sociais. O livro foi publicado em 1959 e traduzido e publicado no Brasil em 1985 pela Editora Vozes.
[editar] Conceitos
No centro da análise está a relação entre o conceito de "performance" e "fachada". Diferentemente dos outros autores que usaram essa metáfora, Goffman coloca todos os elementos do atuar em consideração: um ator atua em uma posição onde há o palco e os bastidores; há relação entre a peça e a sua atuação; ele está sendo visto por um público, mas ao mesmo tempo, ele é o público da peça encenada pelos espectadores.
De acordo com Goffman, o ator social tem a habilidade de escolher seu palco e sua peça, assim como o figurino que ele usará para cada público. O objetivo principal do ator é manter sua coerência e se ajustar de acordo com a situação. Isso é feito, principalmente, com a interação dos outros atores.
[editar] Temas
O maior tema que Goffman trata ao longo do livro é a fundamental importância de possuir um acordo acerca da definição da situação em uma dada interação para manter a coerência. Nas interações, ou performances, as partes envolvidas pode ser público e atores simultaneamente; os atores normalmente atuam de forma que se sobrepõe a si mesmos e encorajam os outros, por diversos meios a aceitar tal definição.
Goffman ressalta que quando a definição aceita da situação é desacreditada, alguns (ou todos) atores podem fingir que nada mudou caso acreditem que isso é lucrativo ou manterá a paz. Por exemplo, quando uma dama está em um jantar formal (e quer causar boa impressão) e seu estômago ronca, os convidados que estão próximos a ela podem fingir que não houve nada e, com isso, ajudam a manter a pose. Goffman declara que esse tipo de atitude acontece em todos os níveis da organização social, dos mais pobres às elites.