António Augusto Carvalho Monteiro
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António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), conhecido também como Monteiro dos Milhões nasceu no Rio de Janeiro em 1848, filho de pais portugueses. Herdeiro de uma grande fortuna familiar, multiplicada no Brasil com o comércio de cafés e pedras preciosas,e que cedo o permitiram embarcar para Portugal. Licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra, Monteiro foi um distinto coleccionador e bibliófilo, detentor de uma das mais raras colecções camonianas portuguesa. Homem de cultura que decerto influenciou e determinou, parte bastante razoável do mistério sombólico e iconográfico do palácio que construiu na sua quinta, situada na encosta da serra de Sintra, o (Palácio da Regaleira)
Carvalho Monteiro era conhecido pela imprensa da época pelo seu carácter, simultaneamente altruísta e excêntrico.
Carvalho Monteiro manda também construir o seu túmulo no Cemitério dos Prazeres ao mesmo arquitecto que construiu a Quinta da Regaleira, Luigi Manini. A porta do jazigo, também ele recheado de simbologia, era aberta com a mesma chave que abria a Quinta da Regaleira e o seu palácio em Lisboa, na Rua do Alecrim. O jazigo, localizado do lado esquerdo na alameda de quem entra no Cemitério, ocupando uma área com o lugar, o tamanho e a forma do secretário num templo maçónico, referenciando a igreja como oriente, ostenta múltipla e variada simbologia. A porta tem uma abelha gravada na aldraba, carregando uma caveira. A abelha, diligente e trabalhadora, representa o maçon no seu esforço organizado. O gradeamento, que podemos ver nas traseiras do jazigo, ostenta a simbologia do vinho e do pão, o espírito e o corpo. Corujas, símbolo de sabedoria, ornamentam o jazigo, assim como as papoilas dormideiras, que simbolizam a morte.