Aqüífero Guarani
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O Aqüífero Guarani é a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, sendo também um dos maiores em todas as categorias.
Ocupa o subsolo do nordeste da Argentina (255.000 Km²), centro-sudoeste do Brasil (840.000 Km²), noroeste do Uruguai (58.500 Km²) e sudeste do Paraguai (58.500 Km²), totalizando cerca de 1,2 milhões de km² sob as bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. No Brasil, abrange os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nomeado em homenagem à tribo Guaraní, possui um volume de aproximadamente 55.000 km³, e uma profundidade máxima de por volta 1.800 m, com uma capacidade de recarregamento de aproximadamente 166 km³ ao ano por precipitação. É dito que esta vasta reserva subterrânea pode fornecer água potável ao mundo por duzentos anos. Devido a uma possível falta de água potável no planeta que começaria em vinte anos, este recurso natural está rapidamento sendo politizado, tornando-se o controle do Aquífero Guarani cada vez mais controverso.
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[editar] Geologia do Aquífero
O Aquífero Guarani consiste primariamente de sedimentos calcários depositados por processos fluviais e eólicos durante os períodos Triássico e Jurássico (entre 200 e 130 milhões de anos atrás), sendo mais de 90% de sua área total recoberta com basalto ígneo de baixa permeabilidade depositado durante o período Cretácio, que age como aquitardo e permite grande contenção de água. Isto diminui em muito a infiltração de água no aquífero e seu subsequente recarregamento, mas também isola o aquífero da zona mais superficial e porosa do solo, evitando a evaporação e evapotranspiração da água nele contida.
A pesquisa e o monitoramento do aquífero para melhor gerenciá-lo como recurso são considerados importantes, uma vez que o crescimento da população em seu território é relativamente alta, aumentando riscos relacionados ao consumo e à poluição.
[editar] A presença dos Estados Unidos
O filme argentino Sed, Invasión Gota a Gota ("Sede, Invasão Gota a Gota"), dirigido por Mausi Martínez, mostra como o exército dos Estados Unidos da América vagarosamente, mas com regularidade, tem aumentado sua presença na Tríplice Fronteira (a área entre as fronteiras de Brasil, Argentina e Paraguai). Oficialmente, a razão dada pelos EUA para a presença de seu exército na região é o treinamento de tropas paraguaias e exercícios conjuntos entre as tropas dos dois países, além de monitorar a população árabe-descendente que reside na região. De qualquer forma, Martínez alega que é a água que leva os estadunidenses à área, e ela teme uma vagarosa tomada do aquífero antes mesmo que os governos locais notem o que está havendo.
Medos semelhantes seguiram a assinatura do acordo de treinamento entre os EUA e o Paraguai, que deu imunidade aos soldados estadunidenses e pode ser renovado infinitamente, algo que nunca havia sido feito antes, havendo Donald Rumsfeld em pessoa visitado o Paraguai e, pela primeira vez na história, o presidente paraguaio Nicanor Duarte Frutos foi até a Casa Branca. A base militar estadunidense foi construída próxima ao aeroporto Mariscal Estigarribia, a 200 km da Argentina e Bolívia e 300 km do Brasil. O aeroporto pode receber aviões grandes (B-52, C-130 Hercules, etc.), que a Força Aérea Paraguaia, aliás, não possui. [1].De acordo com o jornal argentino O Clarín, a base do exército dos EUA é estratégica devido a sua locação próxima à Tríplice Fronteira, sua proximidade ao Aquífero Guarani, e sua proximidade com a Bolívia (menos de 200 km), ao mesmo "tempo em que a lupa de Washington está apontada para o Altiplano boliviano e para o presidente venezuelano Hugo Chávez — o diabo regional, de acordo com George W. Bush —, o suposto instigador da instabilidade na região" (El Clarín [1]).
[editar] Referências
[editar] Ligações externas
- Projeto de Desenvolvimento Sustentável e Proteção Ambiental do Sistema Aqüífero Guarani
- Livro "O Aqüífero Guarani"
- Aqüífero Guarani no site oficial do Governo do estado de São Paulo
- Descrição e mapas