Balian de Ibelin
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[editar] Breve história
Balian foi o filho mais novo de Barisan de Ibelin, irmão de Hugo de Ibelin e Balduíno de Ibelin. Seu pai era provavelmente italiano, tinha sido cavaleiro no condado de Jaffa, e foi recompensado como Senhor de Ibelin após a revolta de Hugh II de Le Puiset. Seu pai era casado com Helvis, herdeira do rico Senhor de Ramla.
Balian também é conhecido como:
- Balian o Jovem
- Balian II
- Balian de Ramla ou Balian de Nablus
- Balian ibn Barzan (em Árabe)
- Ou das variações: Balian, Barisan, Barisanus, Balianus, Balisan, and Balisanus.
Seu ano de nascimento preciso é desconhecido, mas, já possuía maioridade (o que ocorria geralmente aos 15 anos) por volta de 1158, quando seu nome aparece nas cartas patentes, sendo descrito como menor (“infra annos”) em 1155, portanto terá nascido em 1141 ou 1142.
Após a morte de seu irmão mais velho, Hugo, em 1169, o castelo de Ibelin passou ao irmão seguinte, Balduíno. Este preferiu ficar como Senhor de Ramla e o deu a Balian. Balian manteve Ibelin como vassalo de seu irmão e indiretamente como vassalo do rei, uma vez que Ramla era vassalo direto.
[editar] Sucessão e disputas
Balian e Balduíno apoiaram Raimundo III de Tripoli sobre Milo de Plancy regente do Rei Balduíno IV - o Leproso em 1174, e, em 1177 os irmãos estavam presentes na Batalha de Montgisard, liderando a vanguarda de forma vitoriosa contra o ponto mais forte da linha muçulmana.
Neste ano Balian se casou com a Maria Comnena, Rainha consorte de Jerusalem, viúva do Rei Amarico I de Jerusalém, se tornando padrasto de sua filha a Princesa Isabela. Recebeu o título de Senhor de Nablus como dote e presente de Maria. Em 1179, Balduíno foi capturado por Saladino depois da Batalha de Marj Uyun e Balian ajudou a organizar o resgate para poder liberta-lo no ano seguinte; o resgate foi eventualmente liquidado pelo imperador bizantino Manuel I Comnenus, o tio-avô de Maria.
Em 1183 Balian e Balduíno apoiaram o Raimundo III contra Guildo de Lusignan, marido de Sibylla de Jerusalém, ele era regente de Balduíno IV que estava morrendo com lepra. O rei teve um sobrinho de 5 anos de idade Balduíno de Montferrat ou Balduíno V coroado como co-rei ainda enquanto estava vivo, em uma tentativa para impedir Guildo de sucedê-lo como rei. Em 1184 Balduíno IV ordenou a coroação de seu sobrinho na Igreja do Santo Sepulcro e, de uma forma simbólica, Balian que era um homem alto, carregou o menino Rei Balduíno V nos ombros, mostrando assim a apoio da família de Isabela em relação ao sobrinho. No entanto, após o menino completar 8 anos e obter a maioridade, ele morreu inesperadamente.
Balian e Maria com o apoio de Raimundo, apresentaram o nome de Isabela para sucessão ao trono, na época com 14 anos, mas, seu marido Humphrey IV of Toron, recusou a coroa e jurou lealdade a Guildo. Balian relutantemente jurou respeito a Guildo, enquanto seu irmão se recusa e se auto exila em Antióquia. Balduíno coloca Balian para preparar seu filho Tomás que não foi com seu pai para a Antióquia, para ser o futuro Senhor de Ramla.
[editar] Disputa entre Raimundo e Guildo - a Batalha de Hattin
Balian permaneceu no reino como conselheiro de Guildo. No final de 1186, Saladino, sultão do Egito e Damasco, ameaça as fronteiras do reino após o aliado de Guildo, Reinaldo de Chantillon, senhor de Além Jordania ter atacado caravanas muçulmanas. Saladino obteve como aliados a guranição de Tiberias no norte do reino e pertencente a Raimundo III, Guido reuniu seu exército em Nazaré com planos de sitiar Tiberias, mas Balian discordou e, em vez disso, sugeriu enviar embaixadores até Raimundo em Tripoli, visando a reconciliação dos dois, antes que Guildo atacasse de forma tola o grande exército de Saladino. O primeiro embaixador falhou e tudo continuou na mesma até os meses adiantados de 1187. Apesar dos esforços feito por Balian, não houve acordo para a reconciliação.
Após a derrota dos Cavaleiros Templários e Cavaleiros Hospitalários na Batalha de Cresson, Guildo marchou para o norte e acampou em Seforia, mas, insistido em marchar com exército através de uma planície seca e estéril para aliviar Tiberias, sem nenhuma água nas proximidades e molestado constantemente por tropas de Saladino, foi cercado finalmente nos chifres de Hattin próximo a Tiberias no início de julho.
A derrota na Batalha de Hattin foi um desastre para o Reino de Jerusalém, o Rei, Guildo de Lusignan foi preso e quase todo o exército destruído, sendo poucos os cavaleiros que conseguiram escapar, entre eles estava Balian de Ibelin. Mesmo os que conseguiram, tentaram desesperadamente defender suas terras que foram sendo conquistadas uma-a-uma por Saladino. Bailan pediu a Saladino para poder passar por entre suas linhas e retirar de Jerusalém para Tripoli, sua esposa e filhos, ao qual, Saladino exigiu um juramento de que não permaneceria na cidade para lutar contra ele.
[editar] A Defesa de Jerusalém
Quando Balian chegou na cidade, os habitantes o imploraram para permanecer, e, absolvido de seu juramento a Saladino pelo Patriarca Eraclius, que argumentou que a necessidade maior da Cristandade era mais forte do que seu juramento a um não Cristão. Balian foi recrutado para conduzir à defesa da cidade, mas só encontrou somente dois outros cavaleiros, assim, ele criou sessenta novos cavaleiros entre os burgesses. A Rainha Sibylla parece ter feito pouca parte na defesa, e os juramentos foram feitos tendo Balian como o Senhor.
Ele junto com Eraclius, preparou a cidade para o sitio inevitável armazenando alimentos e dinheiro.
Saladino chegou em setembro para sitiar a cidade, depois de ter conquistado quase todo o reino. O Sultão não percebeu nenhuma má vontade de Bailan em quebrar seu juramento e arranjou para que uma escolta acompanhasse Maria e suas crianças a Tripoli. Como cavaleiro de mais elevado posto na cidade, Bailan foi considerado pelos muçulmanos equivalente ao Rei.
Saladino foi capaz de destruir porções dos muros da cidade, mas não conseguiu invadi-la. Balian reuniu-se com o Sultão e informou que os defensores prefeririam matar uns ao outros e destruir inteiramente a cidade e seus lugares sagrados. Depois de negociações, foi decidido que a cidade seria dada pacificamente, e Saladino livraria sete mil homens por 30.000 bezants. Seria permitido duas mulheres ou dez crianças ocupar o lugar de um homem pelo mesmo preço.
Balian entregou as chaves da cidade na Torre de Davi (a cidadela) no dia 2 de outubro. Foi definido um período de 50 dias para o pagamento do resgate.
Aqueles que não poderiam pagar por sua liberdade, eram forçados a escravidão. Saladino livrou vários deles, permitindo que marchassem para longe de Jerusalém, impedindo assim que tivessem a mesma a sorte do massacre que tinha ocorrido quando os cruzados capturaram a cidade em 1099.
Balian e o Patriarca Eraclius tinham-se oferecidos como reféns para o resgate dos cidadãos Francos restantes, mas, Saladin recusou. Os habitantes libertados marcharam em três colunas afastadas. Balian e o Patriarca conduziram a terceira, que era a última a sair da cidade, provavelmente em torno novembro de 20. Balian juntou-se a sua esposa e crianças em Tripoli.
[editar] Legado
Balian morreu em 1193 próximo aos cinquenta anos. Com Maria ele teve quatro filhos:
- Helvis que casou com Reginaldo de Sidon; Guildo de Montfort.
- João de Ibelin, Senhor de Beirute e defensor de Jerusalém, e regente de sua sobrinha Maria de Montferrat, Rainha de Jerusalém. Ele casou com Helvis de Nephin e Melisende de Arsur.
- Margarete, que casou com Hugo de Saint-Omer (filho adotivo de Raimundo III de Tripoli) e Walter de Cesarea.
- Filipe de Ibelin, Regente de Cyprus, que casou com Alice de Montbéliard.
[editar] Balian de Ibelin - ficção no filme Cruzado
No filme Cruzado (Kingdom of Heaven) estrelado por Orlando Bloom, Balian de Ibelin, foi um grande defensor do Reino de Jerusalém, que viveu a maior parte de sua vida trabalhando como ferreiro em um condado na França. Depois de muitos anos, em 1184, foi resgatado da pobreza e da miséria pelo seu pai Godfrey de Ibelin, que o levou até o Reino de Jerusalém para combater contra os sarracenos na Segunda Cruzada.
Balian a pedido de seu pai, que morreu em meados de 1184, jurou fiel lealdade ao rei de Jerusalém da época, Balduíno IV, que pediu a Balian que fosse até Ibelin e lá aguardasse seu chamado para defender Jerusalém.
Depois do fracasso dos cristãos na Batalha de Hattin, Balian atendeu ao pedido de socorro de Jerusalém, e defendeu a cidade dos sarracenos até 2 de outubro de 1187, que foi o dia em que a cidade não mais resistiria aos ataques sarracenos, então Balian fez um acordo com o sultão Saladino, em que os cruzados seriam escoltados até o mar e levados de volta a Europa, e os civis de Jerusalém seriam mantidos a salvo na cidade.
Balian retornou à Europa, junto com os demais cruzados participantes da Segunda Cruzada, e retornou ao seu condado na França, onde havia passado maior parte da sua vida.
