Balsa (Lusitânia)
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Balsa era uma cidade portuária do Império romano na província da Lusitânia, na zona oeste de Tavira. O parque urbano da cidade data do século I a.C. e é citada como cidade do Império Romano por Pompónio Mela, Plínio e Ptolomeu. No seu apogeu, Balsa ocupou uma área de 45 hectares, seria uma cidade maior que Olisipo (actual lisboa) ou Ossonoba (actual Faro), daí pode-se verificar que era uma das maiores cidades da Lusitânia. Balsa adquiriu autonomia municipal e chegou a cunhar moedas no ínicio da colonização romana, em 73 ou 74 recebe o Direito Latino como outras cidades da Hispânia.
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[editar] Povoado pré-romano
O nome de Balsa é de muito provável origem fenícia. A forma inicial seria Baal Safon ou Baal Shaman, epítetos do deus fenício protector dos navegantes, e corresponderia à designação do povoado fenício de Tavira (sécs. VIII-VI a.C), notável pelos vestígios arqueológicos de índole religiosa, que configura a sua função de porto-santuário.
O nome alterou-se mas permaneceu até à conquista romana. No séc. II a.C. corresponderia já à região sob controlo da comunidade turdetana dos balsenses, cujo centro era então no Serro do Cavaco, a 1km de Tavira (lugar que assume hegemonia após a destruição do sítio turdetano de Tavira em finais do séc. IV a.C.).
Os romanos fundam em meados do séc. I a.C. um novo povoado portuário a cerca de 7 km de Tavira, que herdaria o nome de Balsa, tornando-se posteriormente o único centro urbano da região.
O povoado do Serro do Cavaco sobrevive até ao tempo de Augusto, sendo então abandonado, até hoje. O sítio de Tavira permanece abandonado até ao séc. XI, época da fundação islâmica do povoado com este nome.
[editar] O Domínio romano
É com o domínio romano, a partir do século I, que a cidade desenvolve-se urbanisticamente, devido ao crescimento demográfico e económico do sul da Lusitânia. São construídas vias que ligam a cidade ao resto da Lusitânia, desenvolve-se um porto interior, um teatro, fóruns, circos, termas e fábricas de produção de conservas de peixe, uma actividade que já era tradicional na cidade. A cidade exportava não só as conservas, mas também metais, carne e tecidos. O porto servia para ligar a Lusitânia a Roma, mas também à província vizinha da Bética e à costa africana, criando na cidade uma classe mercantil naval influente que faziam parte da estrutura de transportes imperiais, abastecendo cidades vizinhas, o exército e procediam à colecta de impostos.
[editar] A destruição de Balsa
A decadência de Balsa foi feita de altos e baixos, recuperações, crises e destruições violentas. O grupo social influente, ligado ao tráfico marítimo, foi perdendo força e desaparece no século III, à medida que o império começava também ele a decair. Em 276 é atacada pelos Francos e pelos Alamanos e sofre grande destruição no grande sismo de 382. É provável que no séc. V já não existisse vida urbana no local, que se transformou num campo de ruínas virtualmente abandonado.
A memória do sítio de Balsa perdeu-se até ao séc. XIX, altura em que foi descoberta com os seus alicerces quase intactos.
Daí para cá Balsa tem vindo a sofrer uma nova destruição, que dura até hoje. Extensas áreas de ruínas enterradas têm sido arrancadas para fins agrícolas, construção de moradias e infraestruturas.