Basílica de Santa Maria em Trastevere
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Esta basílica de Santa Maria no Trastevere ou «além do Tibre» é a mais antiga das igrejas dedicadas a Nossa Senhora em Roma.
O campanário romano foi mandado erguer pelo Papa Inocêncio II (papa de 1130 a 1143) sobre o local de outro, anterior, do século III ou IV. Fica sobre o local onde se diz ter brotado óleo em 38AC, fenômeno interpretado então como prenúncio da vinda do Salvador.
Na fachada atual, medieval, vê-se um estupendo friso de mosaicos do século XII que mostra a Virgem Maria rodeada por dez virgens com lamparinas acesas, sinal de sua virgindade. Foi redesenhada em 1702 por Carlo Fontana o qual acrescentou um pórtico, coroado por imagens de santos em gestos arrebatados. Dentro há 22 colunas jônicas mais antigas, trazidas de outros monumentos e portanto com bases em distintas alturas.
Os mosaicos dão fama à igreja, sobretudo os que estão na ábside. Os mais antigos datam do tempo de sua construção, cobrindo o arco e metade da ábside. Seu ouro reluzente e cores brilhantes pretendem assinalar a glória do céu. No pico do arco triunfal, no medalhão, as letras gregas alfa e ômega simbolizam a eternidade divina. Está flanqueado pelas quatro bestas do Apocalipse, identificadas nas inscrições com os quatro Evangelistas. Abaixo, os profetas Jeremias e Isaías. Na meia cúpula da ábside, surge Maria, pela primeira vez representada na arte cristã ao lado de Cristo no trono celestial, usando a coroa e as vestes magníficas de uma rainha. Esta é sua primeira representação e uma inovação que demonstra mudanças em crença e devoção, dando origem a um novo tipo de Virgem Maria como Rainha do Céu. À direita, os santos São Pedro, São Cornélio, São Júlio e São Calepódio, à esquerda outros santos, São Calisto e São Lourenço, e o papa Inocêncio II que carrega o modelo do edifício da igreja. O friso inferior de cordeiros representa o povo de Deus, andando rumo ao Cordeiro de Deus. As imagens arquiteturais no final do friso representam Jerusalém e Belém, dos quais sairam os primeiros cristãos.
O mosaico mais famoso é talvez o de Pietro Cavallini (1273-circa 1321) que representa a morte da Virgem Maria, feito no final do século XIII. Está no campo central da ábside e foi encomendado pelo cardeal Bertoldo Stefaneschi. O ciclo da vida de Maria tem início no arco triunfal, com seu nascimento; seguem-se a Anunciação, a Natividade, a Adoração dos Magos, a Apresentação de Jesus no Templo e a Morte de Maria. No centro, Maria aparece com os Apóstolos São Pedro e São Paulo, e o patrono da igreja, o cardeal Bertoldo Stefaneschi, ajoelhado a seus pés com seu brasão e uma inscrição relativa a sua doação. É evidente a diferença em volumes, tratamento e movimento de figuras em relação aos demais mosaicos anteriores que, feitos à moda formal bizantina. Outra novidade é a maneira pela qual o próprio espaço é tratado, pois as figuras não mais são aplicadas contra o fundo de ouro mas são representadas em paisagens ou dentro de edifícios, usando-se a perspectiva para dar idéia de espaço e distância.