Caixa negra
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A caixa preta (ou caixa-negra) é nome popular de um sistema de registro de voz e dados existente nos aviões (e mais recentemente nas locomotivas dos Estados Unidos da América e Europa). O som ambiente das cabinas de comando e do sistema de áudio são gravados pelo "Gravador de Voz", ou CVR (de Cockpit Voice Recorder), e os dados de performance como velocidade, aceleração, altitude e ajustes de potência, entre tantos outros, é gravado em outro equipamento conhecido como "Gravador de Dados", ou FDR (de Flight Data Recorder). São, portanto, dois equipamentos distintos e independentes, mas ambos com uma inscrição eletrônica de tempo, que é fundamental para colimar ou superpor os eventos de voz com os eventos de performance.
São colocadas normalmente na cauda do avião e feitas de materiais muito resistentes, como aço inoxidável e titânio, capazes de suportar uma aceleração de 33 km/s², um impacto de 3.400G (1G= força de gravidade da Terra), temperaturas de até 1.100º C por uma hora, e pressão aquática em profundidades de até 6.000 m, de forma a permitir que em caso de acidente se consigam recuperar os registros e investigar as causas do acidente.
[editar] Sistemas nos aviões
A incorporação destes sistemas nos aviões permitiu a melhoria da segurança nas viagens aéreas, já que foi possível assim detectar falhas que anteriormente davam origem a acidentes graves cuja causa não era possível ou muito difícil de determinar. Nos anos 50 era freqüente o acréscimo de novos equipamentos às aeronaves, e os pilotos Estadunidenses costumavam apelidá-los de caixas-pretas (another "black box" installed in our plane). E, de fato, os primeiros registradores de voz de cabina eram realmente pretos como todos os demais aviônicos. Logo se percebeu que, após um acidente, era bem mais fácil encontrar o equipamento entre os destroços se ele possuísse uma cor destacada. Hoje, eles geralmente apresentam uma cor laranja ou vermelho vivo, e têm um transmissor para facilitar o trabalho das equipes de resgateu
[editar] Gravadores de fita compactos
Embora os primeiros gravadores de fita compactos já existissem desde o final da década de trinta, seu primeiro protótipo só foi inventado na Austrália em 1953 pelo Dr. David Warren. Foi no final da década de quarenta que se desenvolveu um gravador que utilizava como meio armazenador uma fita de metal, que era, de forma inerente, muito mais resistente às chamas do que a fita plástica convencional . Desta forma, o equipamento com este tipo de fita se tornou mais apropriado para resistir à um acidente aeronáutico. Atualmente já se usam equipamentos baseados em bancos de chips em invólucro resistente à chamas e impactos com capacidade bem superior. Inicialmente as autoridades australianas duvidaram da utilidade do artefato e ainda houve uma feroz resistência ao seu uso por parte dos pilotos, que se sentiam sob vigilância e viam a possibilidade de ter sua memória manchada pelas sombras da imperícia ou - pior - o uso político das gravações pelos patrões. Mas em 1958, foi integrado a aviação britânica e estadunidense. Hoje, a "caixa-preta" é um instrumento de uso obrigatório e universal, e as autoridades aeronáuticas são unânimes quanto a sua utilidade e valor. Como resultado dos protestos dos pilotos e seus respectivos sindicatos em época imediatamente anterior à sua introdução, todos os equipamentos de Gravação de Voz ou CVR possuem um botão "Erase", ou apagador, que permite, somente após um pouso normal, apagar todo o conteúdo gravado pelo equipamento, impedindo assim um uso inapropriado ou anti-sigiloso de suas gravações.