Carlos Frederico Lecor

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Carlos Frederico Lecor, primeiro e único barão e Visconde de Laguna, (Faro, 11 de setembro de 1764 — Rio de Janeiro, 3 de agosto de 1836) foi um militar e nobre luso-brasileiro.

Filho de Luís Pedro Lecor e Quitéria Maria Krusse, casou-se em 1818 com Rosa Maria Josefa Herrera de Basavilbaso.

Militar de destacada atuação na Guerra Peninsular e nas campanhas brasileiras, foi promovido a brigadeiro a 8 de maio de 1811, a Marechal de Campo a 4 de junho de 1813 e a Tenente-general a 24 de junho de 1815. Em 1829, passa à reserva com o posto de Marechal-do-Exército brasileiro.

Recebeu o título de barão em 6 de fevereiro de 1818 por decreto de Dom João VI e posteriormente de visconde por decreto de Dom Pedro I, Imperador do Brasil, em 4 de abril de 1825.

[editar] Carreira Militar e Política

Destinado inicialmente à carreira comercial, o jovem Carlos Frederico acaba por, na última década do século XVIII, assentar praça como Soldado no Regimento de Artilharia 4, sediado em Faro. Ascende na carreira até Tenente-coronel, por altura da Primeira Invasão Napoleónica, que inaugurou a Guerra Peninsular.

Na sequência dessa invasão, com a reorganização do Exército Português feita por Junot, Lecor foi nomeado ajudante de campo do general comandante, mas, como muitos oficiais portugueses, fugiu para a Inglaterra onde ajudou a formar a Leal Legião Portuguesa.

Durante a Guerra Peninsular, de 1808 a 1814, Lecor foi comandante de brigada no Exército Peninsular de Arthur Wellesley, tendo ascendido a comandante da divisão nas últimas fases do conflito.

Em 1816, Lecor (então, Governador da Praça de Elvas) foi nomeado comandante da Divisão de Voluntários Reais (então denominada de Divisão de Voluntários do Príncipe), com o objectivo de conquistar e pacificar a Província Oriental então pertencente ao Vice-reinado do Prata, da Espanha .

[editar] Lecor e a Província Cisplatina

Montevidéu é conquistada a 20 de janeiro de 1817. A partir de este momento, a chamada Província Oriental, dependente do Vice-reinado do Prata com sede em Buenos Aires, passa a denominar-se Província Cisplatina, dependendo da capital portuguesa na América Latina, Rio de Janeiro. O então Tenente-general Lecor administra politicamente a Cisplatina até 1825, quando é substituído pelo Tenente-General Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho, futuro Barão de Vila Bela.

Em 1825 , na Campanha Cisplatina ( Guerra Cisplatina , ou, na Argentina, Guerra del Brasil), Lecor volta a comandar as tropas brasileiras na região ocupando Montevidéu e a Colônia do Sacramento. Em 1826 é substituido pelo Marechal Felisberto Caldeira Brant Pontes, Marquês de Barbacena.

O dominio luso-brasileiro em território oriental transcorreu desde a invasão portuguesa de 1817 até 28 de agosto de 1828, com a desanexação do território.