Companhia majestática
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As companhias majestáticas foram companhias privadas às quais os governos coloniais concederam grandes porções de território para serem administradas e exploradas em seu nome.
Importantes companhias majestáticas foram as companhias holandesas das Índias Orientais e das Índias Ocidentais, a primeira das quais controlou a colónia das Índias Orientais Holandesas, actual Indonésia, e a maior parte do comércio entre aquela região e a Europa. A segunda foi a principal rival da companhia francesa, a Compagnie des Îles de l'Amérique e dos britânicos que disputavam o domínio da América.
Como Portugal tinha sido obrigado a ilegalizar o comércio de escravos em 1842 (apesar de fechar os olhos ao comércio clandestino) nas suas colónias e não tinha condições para administrar todo o território daquelas, deu a algumas companhias poderes para instituir e cobrar impostos. Em Moçambique, em finais do século XIX, Portugal concedeu grandes fatias de terra a empresas privadas, como a Companhia de Moçambique e a Companhia do Niassa.
Foi nessa altura que foi introduzido o “imposto de palhota”, ou seja, a obrigatoriedade de cada família pagar um imposto em dinheiro; como a população nativa não estava habituada às trocas por dinheiro (para além de produzir para a própria sobrevivência), eram obrigados a trabalhar sob prisão – o trabalho forçado, chamado em Moçambique “chibalo”, por vezes na construção de estradas, outras vezes na agricultura. Mais tarde, as famílias nativas foram obrigadas a cultivar produtos de rendimento, como algodão ou tabaco, que eram comercializados por aquelas companhias.