Críticas ao marxismo
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Vários aspectos do marxismo são alvos de críticas. A maior crítica feita ao Marxismo na atualidade diz respeito ao seu caráter reducionista, ou seja, à sua concepção de que todas as ocorrências da vida humana são sujeitas aos fatores econômicos, ao modo de produção e à organização da sociedade em diferentes classes. Karl Marx e Friedrich Engels levavam a análise de todas as ações humanas para o campo da luta de classes, desconsiderando que há diversas ações humanas que não podem ser explicadas tão-somente por uma busca por melhores meios de produção ou por vantagens econômicas; se marx traz novas luzes aos estudos sociológicos, há que se recordar que suas idéias estão fortemente impregnadas pelo espírito dos pensadores do século XIX, os quais acreditavam na lógica matemática e científica como regra de pensamento para as ações humanas, conseqüência natural de um século de inovações e do surgimento das grandes corporações; essa linha de pensamento, contudo, veio a ser questionada pelas descobertas científicas modernas, sobretudo as da Física Quântica, que mostram que a intencionalidade do pesquisador pode alterar os resultados de pesquisas realizadas em nível molecular - o que coloca sob reflexão a infabilidade da ciência e da lógica cartesiana.
Outro ponto das idéias de Karl Marx que é criticado por teóricos modernos é sua concepção de que a consciência e a moral são derivadas da organização econômica e dos modos de produção da sociedade. Roberto Campos, pensador brasileiro, em seu artigo Perdeu-se o Marxismo, de 31 de outubro de 1999, faz uma referência à idéia de Marx e Engels sobre a determinação da consciência a partir da existência e dos processos de produção, em resumo, das condições econômicas: "Quando o velho Marx, em plena era do vapor e do aço, formulou a noção de que a existência determina a consciência, chamou a atenção geral para o fato de que as grandes transformações pelas quais estava passando o mundo tinham uma base nas condições concretas, nas relações de produção e na tecnologia. Depois disso, tivemos uma formidável aceleração (eletricidade, motor a explosão, síntese química, biologia, eletrônica) e, agora, com a globalização digital, estamos entrando em cheio na era da informação. Tudo está mudando muito mais depressa do que nossa capacidade de acompanhar. Assim como o capitalismo do século XVIII acabou com o escravo e o servo da gleba, e o capitalismo americano criou uma sociedade de classe média e de consumo de massa, o novo modo de produção da informação vai criar - o quê? Não sei. Precisamos pensar. Mesmo errando, ou parecendo errar."
As razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo status ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica ou o crescimento da cultura das celebridades. Também depõem contra as idéias de Karl Marx o resultado histórico dos diversos regimes que até o presente momento adotaram o ideário político-ideológico do Marxismo, como a União Soviética, o regime castrista de Cuba e as chamadas "repúblicas vermelhas" do Sudeste Asiático.