Diatomácea
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![]() Gravura de Ernst Haeckel, de 1904, na sua Kunstformen der Natur (Formas artísticas da Natureza) |
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Classificação científica | ||||||
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Ordens | ||||||
Centrales |
As diatomáceas constituem um importante grupo de protistas fitoplantónicos pertencentes à classe de algas designada como Bacillariophyceae (bacilariofíceos). As diatomáceas são organismos unicelulares, com uma teca: uma carapaça ou parede slicatada disposta em vesículas abaixo da membrana plasmática, e que pode facilmente fossilizar. Existem, contudo, algumas espécies formam cadeias ou colónias simples que poderão levar um observador incauto a considerá-las como pluricelulares.
[editar] Caracterização biológica
O grupo apresenta enorme biodiversidade de espécies actuais e formas conhecidas, do registo fóssil. As suas paredes celulares de sílica apresentam uma diversidade de formas intrincadas e ornamentadas que as tornam num dos seres vivos microscópicos que mais atenção despertam. Existem em mais de 200 géneros, não extintos, estimando-se que as espécies actuais perfaçam cerca de 100 000 (Round & Crawford, 1990). Constituem um grupo biológico bastante comum por todo o planeta, podendo encontrar-se nos oceanos, em água doce, no solo e em superfícies húmidas. Muitas são pelágicas, vivendo livremente na água oceânica, enquanto que outras são bentónicas, ocupando a superfície de interface entre o substrato sedimentar e a água no fundo oceânico. Sobrevivem também em locais com humidade atmosférica elevada. São especialmente importantes nos oceanos, onde se estima que contribuam para mais de 45% da produção primária oceânica (Mann, 1999).
Pertencem a um grande grupo de algas designadas como heterocontófitas, que inclui espécies autotróficas (como as laminárias) e heterotróficas (como os fungos aquáticos ou oomicetos). As diatomáceas podem, elas mesmas, serem autótrofas, heterótrofas e mixotróficas. Os autótrofos possuem clorofila a e c e têm como material de reserva amido e gotas de lipídio, que auxiliam na flutuação. Os seus cloroplastos são, de facto, típicos dos heterocontófitos, com quatro membranas e contendo pigmentos como a fucoxantina. São simbiotas e de extrema importância nos recifes de corais. Algumas espécies podem apresentar bioluminescência e produzir toxinas. Podem reproduzir-se sexuada ou assexuadamente. Os seus espécimes carecem, usualmente, de flagelos, ainda que estes estejam presentes nos gâmetas, apresentando a estrutura típica dos heterocontófitos, excepto pela ausência dos pêlos (mastigonemas) presentes nos outros grupos.
[editar] História geológica
As diatomáceas surgiram provavelmente no início do Triássico, como resposta à libertação de diversos nichos ecológicos após a Extinção Permo-Triássica. Os primeiros fósseis de diatomáceas, que correspondem às primeiras formas silicificadas, surgem no Jurássico e diversificaram-se bastante a partir de então. No Cretácico a flora de diatomáceas é muito abundante e há exemplos de formações rochosas - os diatomitos - constituídas quase inteiramente de carapaças de diatomáceas.