Ernesto Carneiro Ribeiro
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Ernesto Carneiro Ribeiro (Itaparica, 12 de setembro de 1839 — Salvador, 13 de novembro de 1920), foi um médico, professor, lingüista e educador brasileiro, afro-descendente, que passou à História sobretudo pela polêmica mantida com Ruy Barbosa, seu ex-aluno, acerca da revisão ortográfica do Código Civil Brasileiro.
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[editar] Biografia
Nasceu Carneiro Ribeiro na cidade e Ilha de Itaparica, na Baía de Todos os Santos, onde aprendeu os primeiros fundamentos educacionais. Dali, mudou-se para a Capital, onde realizou os estudos de humanidades - preparatórios para a Faculdade de Medicina da Bahia, onde finalmente diplomou-se em 1854.
Já como estudante dedica-se ao magistério, sobretudo no Ginásio Baiano, de Abílio César Borges - já consagrado educador.
Em 1874 fundou o Colégio da Bahia, que durou até 1883. No ano seguinte fundou um colégio com seu nome.
Participou, quando recém-proclamada a República, de uma comissão formada pelo governador Manuel Vitorino, destinada a elaborar um plano de ação educacional.
Era casado com Maria Francisca Ribeiro, com quem teve vários filhos, alguns dos quais seguiram-lhe a carreira como professores, com destaque para o quarto deles, Helvécio Carneiro Ribeiro.
[editar] Revisão do Código Civil
No ano de 1902 Carneiro Ribeiro foi incumbido, por J. J. Seabra, de realizar a revisão do Projeto de Código Civil, apresentado por Clóvis Beviláqua que pela primeira vez iria viger no Brasil - então regido por antigas e esparsas leis das Ordenações. Para tanto, foi-lhe dado o prazo de apenas quatro dias - que cumpriu, de forma lapidar.
Por razões políticas - Seabra era antigo desafeto e adversário político, na Bahia - Ruy Barbosa engendrou ali uma importante polêmica, que serviu para revelar o profundo conhecimento filológico de Carneiro Ribeiro, refutando as críticas do ex-aluno (vide a obra "A Redacção do Projecto do Codigo Civil e a Replica do Dr. Ruy Barbosa pelo Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro - lente jubilado do governador da Bahia, Bahia, 1905, 899 páginas).
O estudioso expôs e defendeu a normatização de peculiaridades do idioma português, falado no Brasil - diferente das gramáticas então existentes - sendo neste particular o pioneiro no país.
[editar] Obra
Sua principal obra - Serões Gramaticais - publicada inicialmente em 1890 e reeditada em 1915, constitui-se num "verdadeiro monumento da língua portuguesa" (no dizer de Antônio Loureiro de Souza, in "Bahianos Ilustres", Salvador, 1949).
[editar] Ex-alunos
Dentre os alunos formados sob os auspícios do lente baiano destacam-se Ruy Barbosa, Euclides da Cunha, Rodrigues Lima e muitos outros que ocuparam posições de destaque na vida política e intelectual, no período que compreende o fim do Império ao início da República.